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Crianças mordem para aliviar a dor do nascimento dos dentes

25 jan 2013 - 07h05
(atualizado às 07h05)
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Conforme especialista, as mordidas são comuns até os três anos
Conforme especialista, as mordidas são comuns até os três anos
Foto: Shutterstock
Em pouco tempo, aquela criança fofa se transforma em um mordedor. Objetos e pessoas são alvos fáceis para os vampiros mirins. Não é incomum que os pequenos, inclusive, voltem da creche com uma ou outra dentada de um coleguinha. Apesar de reprovável, morder é um hábito muito comum durante a primeira infância, em especial durante o nascimento dos dentes.
 
Durante os três primeiros anos, a boca é o principal meio de explorar o mundo e se expressar. Conhecido como "fase oral", trata-se de um período em que é comum colocar objetos na boca e morder os demais. Segundo a pediatra e psiquiatra da infância e adolescência Marília de Freitas Maakaroun, logo quando eles ainda são bebezinhos, a oralidade já é estimulada pela amamentação, pois abocanhar o seio e sugar o leite é um processo difícil para os pequenos. Afinal, é necessário fazer muito esforço, ao menos inicialmente. 
 
Já com alguns meses, esse panorama muda, porque o nascimento dos dentes causa desconforto nos pequenos. Para tentar aliviar a situação, eles começam a morder tudo e todos. De acordo com a médica, que também é professora da Faculdade de Ciência Médicas de Minas Gerais, enquanto os dentes não ultrapassam as gengivas, os pequenos sentem uma espécie de coceira na boca. O instinto de abocanhar não está errado no sentido prático, pois estimula a região bucal para que os dentes aflorem logo.
 
Para os pequenos que estão sofrendo com essa situação, a vice-presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Renata De Luca, indica o uso de mordedores e o consumo de biscoitos de polvilhos. Eles são boas opções, porque têm uma estrutura áspera e resistente que exige força no abocanhar e, por isso, diminui o desconforto da criança. Além disso, o contato com a estrutura gelada também alivia, por isso, é interessante guardar o mordedor na geladeira.
 
Mordidas também são sinal de ansiedade
Ser criança não é tão fácil como os adultos saudosistas pensam. Por ser uma fase de mudanças e crescimentos, os pequenos enfrentam medo, ansiedade e dúvidas. Por mais simples que as situações sejam para eles, esperar as mães buscá-los na escolinha ou dividir a atenção com os outros pode ser muito difícil. Além disso, alterações na rotina são estressantes, por isso é importante seguir os horários de dormir, comer e brincar.
 
Como na fase oral, a boca é o principal meio de expressão, é o uso dela que evidencia o estado de espírito do bebê. Se ele chupa o dedo, por exemplo, pode ser porque ele está buscando o relaxamento com o ato de sugar o peito da mãe. No caso das mordidas, é possível que muitas delas sejam formas de expressar ansiedade e medo. Segundo Renata, a agressividade é comum durante os três primeiros anos de vida. Afinal, os pequenos ainda não sabem decidir ao certo como devem agir e lidar perante situações incômodas.
 
Nesses casos, o principal remédio é a conversa. Por mais que as mordidas sejam características da fase, é importante que os pais expliquem para os filhos que elas são inadequadas, que machucam os outros, que é errado. Nesse momento, é importante olhar no olho da criança e ser firme. Se eles insistirem e morderem novamente, o responsável deve se mostrar brabo e dizer que isso não é aceitável, pois nessa idade os pequenos já sabem discernir o "não" do "sim".
 
Se as dentadas persistirem após os três anos, é preciso ficar atento. O melhor é conversar, caso seja necessário, e levar a um psicólogo. Nesses casos, a agressividade e a ansiedade em excesso podem ser um sinal de que algo está incomodando muito a vida da criança. O auxílio de um profissional poderá ajudá-la a se sentir mais confiante.
Fonte: Cartola - Agência de Conteúdo
Fonte: Terra
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