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Saiba se você está colocando o trabalho à frente da vida amorosa

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Danielle Barg

É noite de sexta-feira e você se divide entre duas prioridades. A primeira é responder ao SMS do seu namorado, marido ou affair sobre o horário que vai conseguir sair do escritório. A segunda é terminar um relatório que pode ser feito na próxima semana, mas que você gostaria de tirar da frente para passar o fim de semana sem ter a cabeça nesta pendência.

Este é um dilema bastante comum entre as mulheres que brigam diariamente por seu espaço no mercado de trabalho e, quando menos esperam, acabam deixando de lado a vida amorosa.

De acordo com Joyce Moysés, autora do Mulheres de Sucesso Querem Poder... Amar, da editora Gente, as mulheres não podem e nem devem abrir mão da vida profissional. No entanto, é no exagero que mora o perigo. "A carreira é importante para a mulher: seduz, envolve, dá alegrias e traz desafios. O problema é focar todo o tempo e a energia só nisso, deixando de equilibrar com outros aspectos da vida, porque a carreira não dá tudo", alerta.

As que namoram ou são casadas devem estar atentas aos pequenos detalhes. "Cuidado se você só briga com seu amor porque vive estressada, se nunca faz sexo porque está exausta, se não tira férias, se abandona a família achando que os relatórios e as metas da empresa são seus melhores amigos. Todo o excesso é ruim", afirma.

Ela garante que a mulher que faz pausas para ler, viajar, descansar, rir e namorar é uma profissional melhor e mais produtiva, porque tem uma vida mais rica. Joyce avisa também que algumas mulheres se "autoboicotam" por medo de se machucar. "Preferem jogar as fichas na carreira, que só depende dela, acreditando que o retorno será garantido".

A psicóloga Cintia Seabra reforça a tese, explicando que a dedicação profissional em excesso pode mascarar aspectos mal resolvidos na vida da mulher. "Esse é um ponto nem sempre fácil de reconhecer. Em muitas circunstâncias, uma decepção amorosa faz com que a mulher concentre seu tempo e energia no trabalho ao invés de estar aberta para novos relacionamentos. Casos de depressão, sensação que falta algo, pessimismo, insatisfação pessoal e baixa autoestima são algumas consequências", pontua.

Trabalho demais, diversão de menos

O perfil da mulher que está enveredando por este caminho, segundo Cintia, começa a se desenhar a partir do abandono dos hobbies, de programas com amigos que não trabalham na mesma empresa e da participação no ambiente doméstico. Mulheres "workaholics" - definição em inglês para pessoas viciadas em trabalho - também costumam sofrer quando estão longe do celular ou da caixa de e-mail; se esquecem de datas importantes e, muitas vezes, não têm tempo nem mesmo para ver as notícias do dia.

Além disso, costumam ficar monotemáticas, limitando-se a histórias relacionadas ao trabalho. "Geralmente compartilham com amigos e familiares as queixas, dificuldades, intenções e objetivos relacionados à sua vida profissional. Essas pessoas chegam a ser pesadas devido à obsessão pelo o assunto", explica Cintia.

Quem se dedica muito ao trabalho também costuma deixar a desejar em outras áreas, como a saúde, por exemplo. É comum o ganho de alguns quilinhos ou o aparecimento de dores musculares decorrentes do excesso de horas sentada e da escassez de atividade física. De acordo com a psicóloga, quem está dentro dessa situação geralmente continua pensando no trabalho até mesmo quando está em casa.

"Ter sonhos ou pesadelos relacionados ao ambiente de trabalho, problemas de insônia ou má qualidade do sono. Acordam como se não tivessem descansado. Tendem a apresentar fadiga mental, angústia, oscilação de humor e sensação de infelicidade, incompletude", lista Cintia.

Com tantos problemas na cabeça, fica difícil se dedicar a uma relação. Com o cansaço excessivo, até mesmo a vida sexual sofre consequências, uma vez que a libido pode diminuir, segundo explica a psicóloga.

Em busca do equilíbrio

Para alcançar o sucesso na vida profissional e, ao mesmo tempo, ficar com os assuntos do coração em dia, é preciso saber identificar os próprios limites. "Não dá para dizer o que é felicidade, pois varia para cada pessoa, mas dá para dizer o que não é felicidade. Não é felicidade você ir contra a sua verdade. De que adianta ter salário alto, poder, cargo de chefia, se não se sente feliz? Se sente vazio, solidão, se não consegue construir relações de afeto?", questiona Joyce.

Às mulheres casadas que buscam encontrar este equilíbrio, ela recomenda que procurem fortalecer a relação superando as adversidades. "É preciso ter mais tolerância à dor. Estamos na era do imediatismo, mas amor é construção. Há dificuldades no caminho, mas muitas são superáveis. Ao ultrapassá-las, o casal pode fortalecer o vínculo", afirma.

Já para as solteiras, a dica é "baixar as expectativas". "Como a mulher está progredindo na carreira, fica mais exigente. Tão exigente que nenhum homem de carne e osso se julga à altura de tantas exigências. Ele fica inseguro e foge".

A psicóloga Cintia afirma que a busca pela satisfação nos campos profissional e emocional é um exercício diário. "O essencial é ser sincera consigo mesma e sonhar alto, sonhar grande. Lance seus sonhos mais valiosos no âmbito profissional e amoroso e se pergunte: o que preciso fazer desde já, para alcançar o equilíbrio? Olhar verdadeiramente para dentro é enxergar todas as possibilidades de uma vida mais plena e feliz", conclui.

O excesso de trabalho pode prejudicar a vida amorosa: falta tempo e disposição para se dedicar às relações
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Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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