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Jovens admitem contato com pornografia e violência na web

“É crucial para todos os jovens saber que quase tudo online é construído ou falso”, disse a autora de 'Geração Z: Suas Vozes, Suas Vidas'

30 abr 2015 - 20h15
(atualizado às 20h22)
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Foto: iStock / Getty Images

Você já parou para pensar sobre o que seus filhos adolescentes acessam na internet? A ex-professora Chloe Combi conversou por dois anos com centenas de jovens de aparência e realidades diferentes do Reino Unido e publicou detalhes da nada positiva vida online deles. No livro Generation Z: Their Voices, Their Lives (em tradução livre, Geração Z: Suas Vozes, Suas Vidas), apresenta casos que envolvem pornografia pesada, vídeos violentos, incentivo ao suicídio e apresentação sexual ao vivo para desconhecidos. Os dados são do jornal Daily Mail.

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Entre as histórias está a de Rachel, 17 anos, que é elogiada pelos professores e quer estudar medicina. Mas, uma vez por semana, geralmente na noite de domingo, faz apresentações sexuais em frente à câmera do computador para um homem que nunca conheceu, chamado David. Depois de conversar com ela online por cerca de três meses, David a convenceu a fazer o que ela chama de “coisas de sexo”. Hoje, ela sente como se não pudesse quebrar o contato com ele, nem parar de fazer o que ele pede.

Michael, por sua vez, acabou de completar 16 anos e tem acesso à pornografia pesada desde os 11 anos por meio do laptop e do iPhone que seus pais lhe deram. Apesar de nunca ter feito sexo, disse ter visto “cada ato sexual conhecido pelo homem”.

Quando está entediado, Ahmed, 15, cria perfis falsos nas redes sociais para criticar celebridades e jogadores de futebol. Annabelle, 16, criou um perfil de namoro online se apresentando como uma modelo de 21 anos e conversando online com homens entre 30 e 40. Enquanto isso, Grant, 14, sofre tanto bullying na internet que está começando a levar mais a sério as centenas de sugestões que recebe para cometer suicídio.

Pesquisadores da University College London, na Inglaterra, analisaram dados de meninas entre 11 e 13 anos e acreditam que o aumento no número das que sofrem de problemas emocionais, como a ansiedade, pode estar ligado ao estresse causado por ver imagens de mulheres retratadas como objetos sexuais nas redes sociais e sites.

Hoje, os adolescentes raramente medem a autoestima em relação a realizações pessoais e escolares, por mais brilhante que sejam, mas cada vez mais por quantas pessoas lhes dizem que são “bonitos” e “gostosos” nos comentários de suas fotos, como informou a autora. Camilla, 14, disse: “Todo mundo quer ser a rainha do Instagram e adultos não entendem que você pode ser famoso no Instagram sem ser famoso no mundo real”.

“Esta é a primeira geração que cresceu desde o nascimento sob o olhar atento da internet. Ela informa e molda a sua identidade e é o aspecto mais influente da vida adolescente moderna. Certamente, os adolescentes são mais introspectivos do que nunca. Manter-se conectado o dia todo significa que eles nem sequer têm que deixar seus quartos para se comunicar, socializar ou conhecer novas pessoas”, comentou a autora.

Por isso, Chloe ressalta a importância dos pais analisarem e educarem em relação à forma como os adolescentes vivem, se comunicam, formam opinião, incentivando-os a viverem e experimentarem coisas do “mundo real”. “É crucial para todos os jovens saber que quase tudo online é construído ou falso. Sexo no mundo real é diferente. A violência no mundo real é diferente. As pessoas no mundo real são diferentes. Por mais atraente, divertida e fascinante que a internet pode ser, a realidade com todas as suas imperfeições é muito melhor”, finalizou.

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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