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SPFW: "Fora Bolsonaro", Paulo André e famosos marcam 3º dia

3 jun 2022 - 10h56
(atualizado às 11h26)
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Muitas das grifes que se apresentam na 53ª edição do SPFW têm feito da passarela uma plataforma para expressar seu posicionamento político, denunciar genocídio e racismo, além da inclusão de pessoas pretas, trans, plus size.  No terceiro dia de desfiles, teve até um "Fora Bolsonaro" no cartaz empunhado por um modelo "motoboy", que tirou da bolsa térmica o cartaz. E, como uma coisa não anula a outra, famosos como Bela Gil, Enzo Celulari, Duda Beat e ex-BBBs, como Paulo André e Jessi também cruzaram as passarelas.

Paulo André no desfile da Misci
Paulo André no desfile da Misci
Foto: Zé Takahashi/Divulgação / Elas no Tapete Vermelho

Do começo ao fim, a apresentação da grife baiana Meninos Rei teve conotação política, necessária para o Brasil que tem o racismo estruturado em todo o território. No começo, vídeos de telejornais com notícias que deunciavam racismo e genocídio de negros.

Desfile Meninos Rei
Desfile Meninos Rei
Foto: Rosângela Espinossi / Elas no Tapete Vermelho

Um dos momentos mais aplaudidos foi quando um dos modelos entrou com capacete de motoqueiro e bolsa de entregador de aplicativo. Quando chegou no fim da passarela, já sem o capacete, tirou da bolsa um cartaz escrito: "Chega, Fora Bolsonaro". A marca baiana também levou à passarela a ex-BBB Jessi Alves.

Já no desfile que encerrou o terceiro dia, da marca Misci, famosos como o ex-BBB Paulo André, a cantora Duda Beat e tops como Carol Trentini e Bárbara Fialho cruzaram a passarela do espaço Komplexo Tempo, na Mooca, Zona Leste de São Paulo.

A apresentação também teve caráter político, com alguns dos modelos usando bonés nas cores verde e amarelo, brincos e enfeites de roupas com o mapa do Brasil estilizado, como o usado por Duda Beat.

Segundo o estilista mato-grossense Airon Martin, a coleção procura mostrar que as representações nacionais não estão presas a determinadas visões, e podem se ligar e unir todos que acreditam num país melhor. Enzo Celulari também fez parte do desfile, com um terno feito de jacquard em fio tinto de algodão orgânico, cultivado na Paraíba e que mimetiza as florestas tropicais do Brasil.

A homenagem às mães solos também vieram por meio do casting, a maioria das participantes são filhas de mães solo, incluindo a top model da Carol Trentini. A Misci também levou a mulher transgênero Ana Carolina Apocalypse à passarela. Mãe solo que passou por transição de gênero já na vida adulta, Ana Carolina é a primeira idosa trans a

desfilar na SPFW.

Mais protesto

Bela Gil no desfile da Naya Violeta
Bela Gil no desfile da Naya Violeta
Foto: Gui Rocha-Senac/Divulgação / Elas no Tapete Vermelho

A marca Naya Violeta, que assim como a Meninos Rei, faz parte do Projeto Sankofa, que incentiva estilistas negros, desfilou a coleção "O Que Virá Amanhã", inspirada na sua ancestralidade e na figura de Irôko, o orixá-árvore por onde os deuses desceram a terra. Um mix de estampas coloridas e sobreposições se misturam a peças amplas em tons quentes, como o vermelho do vestido usado por Bela Gil.

Desfile da marca Naya Violeta
Desfile da marca Naya Violeta
Foto: Gui Rocha-Senac/Divulgação / Elas no Tapete Vermelho

A política também deu as caras com a ativista indígena Sonia Guajajara exibindo uma bandeira multicolorida com a frase: "SP é terra indígena".

Elas no Tapete Vermelho
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