PUBLICIDADE

"Estilista 'pitizento' está fora de moda", diz Ronaldo Fraga

Estilista apresenta sua coleção no SPFW na próxima terça-feira (19) e fala sobre o evento, moda e sua experiência

13 mar 2013 - 13h01
(atualizado às 19h23)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Ronaldo Fraga leva sua coleção ao SPFW na próxima terça-feira (19)</p>
Ronaldo Fraga leva sua coleção ao SPFW na próxima terça-feira (19)
Foto: Fernanda Nasser / Divulgação

Falta menos de uma semana para a edição de verão do São Paulo Fashion Week, mas Ronaldo Fraga atende ao telefone com voz calma, riso fácil e a seguinte frase: “você pode me dar um minuto?”. E exatamente um minuto depois: “eu estava terminando de encapar o caderno do meu filho. Agora podemos conversar”.

Sempre que a maior semana de moda do Brasil se aproxima o lema do estilista é “manter a sanidade”, priorizando momentos simples como o convívio com a mulher e os filhos. “Essa coisa do estilista pitizento, chato, da confusão, está fora de moda”, dispara. Ronaldo leva sua nova coleção, inspirada no futebol dos anos 50, às passarelas do SPFW na próxima terça-feira (19). No mesmo dia, lança o livro Ronaldo Fraga: caderno de roupas, memórias e croquis.

Graduado em estilismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com pós-graduação na Parson’s School of Design de Nova York e Saint Martins School de Londres, e com 24 participações só no SPFW, ele atribui ao primeiro emprego, uma loja de tecidos no centro de Belo Horizonte, a sua principal formação. “No primeiro dia de trabalho, em um piscar de olhos, tinha umas 40 mulheres na minha frente com o rolo de tecido debaixo do braço. Essa foi minha grande escola. Foi nesse lugar que aprendi que a escolha da roupa é uma conquista amorosa, com o outro, com você mesmo”.

Forte defensor da “moda como vetor cultural”, ele critica a tirania das tendências, as fórmulas globalizadas e a glamourização que caracteriza o mundo fashion. “Achar que a moda é só glamour, é só modelo poderosa, do cachê altíssimo, e da taça de champagne pós-desfile...gente, isso é 0,1% de toda a realidade da história”, afirma.

Atualmente, o estilista afirma que os desfiles se tornaram apenas mais uma de suas funções, que incluem projetos sociais, culturais e atuação como representante do Colegiado de Moda no Ministério da Cultura. Resgatar os valores locais é mais do que uma prática, é uma previsão. “O foco ainda é a tendência, o mercado e aquilo que a revista de moda vai querer colocar na capa. Acho que tinha que ser um compromisso civil do designer brasileiro de criar essa ponte sobre essa distância oceânica que existe entre o Brasil feito a mão e o Brasil industrial”. Confira a entrevista exclusiva concedida ao Terra.

Terra: O que podemos esperar da sua coleção para a próxima edição do SPFW?

Ronaldo Fraga: Nessa coleção, meu objeto de pesquisa, que é também o nome da coleção, é o futebol. Eu estou falando do futebol de várzea, dos anos 30, 40 e 50. Meu pai era goleiro do 7 de setembro, em meados da década de 50. Nos últimos anos do time, a maioria dos jogadores começaram a ser contratados por clubes em ascensão e meu pai não aceitava isso e de jeito nenhum. Ele rompeu com vários amigos. Existia uma paixão e uma postura ideológica, em uma época em que o esporte cumpria um papel de extrema importância na formação da cara do brasileiro, na mestiçagem do brasil. Os uniformes tinham o brasão bordado a mão, era diferente.

<p>A inspiração para a nova linha foi o futebol dos anos 50</p>
A inspiração para a nova linha foi o futebol dos anos 50
Foto: Marcelo Belém / Divulgação

Terra: Como é a sua rotina durante uma semana de moda?

R.F.: Começo a preparar tudo isso com dois meses de antecedência. O processo de pesquisa talvez com mais tempo, dois meses entre compra, modelagem, aprovação de protótipo. Essas últimas semanas, eu procuro manter a sanidade. Na medida do possível, fazer as coisas normais, o que uma pessoa normal faz. Levantar, preparar o lanche das crianças, despachar as crianças para a escola, ir para academia, ir para o trabalho, encontrar amigos. Procuro fazer isso para não enlouquecer e para não acreditar que o mundo todo gira em torno do desfile, porque não é.

Terra: Muita gente pensa dessa forma?

R.F.: Muita gente pensa isso e enfia faca no peito com muita facilidade. Há muito tempo eu não faço isso. E se deixar, você tem motivos, porque você é a pessoa que orquestra tudo. Eu geralmente vou para São Paulo no último capítulo. A minha equipe paulista me acha super tranquilo. É uma falsa tranquilidade, é verdade, porque eu tenho uma coisa: quanto mais nervoso eu fico, mais gargalhada eu dou. (risos) Eu falo gente, olha, nada vai estar nunca pronto.  E quer saber? Essa coisa do estilista pitizento, chato, da confusão, tá fora de moda, isso aí você só reafirma uma coisa antiga, que é essa figura caricata do estilista futriqueiro e nervoso.

Terra: Qual é a melhor e a pior parte de fazer parte do SPFW?

R.F.: Sem dúvida alguma a melhor parte é a visibilidade que o seu trabalho tem, a mídia espontânea, que é uma coisa absurda. E a pior parte é a mesma coisa, é a visibilidade. Às vezes você só quer ser um fazedor de roupa anônimo se não tivesse tanta expectativa em cima do seu trabalho.

Terra: Você já disse em entrevistas que preza mais pelo contexto histórico, cultural e econômico que a moda traz do que às próprias tendências. Qual é o espaço que as tendências têm no seu trabalho?

R.F.: Eu acho que perseguir as tais das tendências é fácil demais. Hoje você não precisa viajar, você abre o computador e entra uma avalanche dentro da sua casa. Não vejo emoção nisso. De olhar aquele casaco de quadros amarelo e achar aquela coisa horrorosa maravilhosa porque foi a Louis Vuitton que fez. Eu acho que esse tempo passou. Se você persegue as tendências, você está perseguindo o mundo inteiro.

Essa “tendenciazinha” de moda não me interessa. Não é porque vai usar aquela saia mullet, que é uma coisa horrenda, curta na frente com aquela ponta, que virou uma febre, que eu vou colocar.

Terra: Seguindo este conceito, você teve que brigar muito com a crítica?

R.F.:

Eu acho que no início sim. Uma vez uma editora falou para mim: “É muito difícil colocar você em editorial de revista. Porque quando está usando calça justa, você faz pantalona. Quando se usa pantalona, você faz calça justa”. Eu não concordo com ela. Acho que hoje a diversidade é muito maior. Hoje acho que o que o pessoal até espera de mim é justamente certa liberdade. Para as próximas gerações, espero que o Brasil tenha mais autonomia nessa criação de moda. Porque este modelo envelheceu. Ele caducou.

Terra: Por quê?

R.F.: Hoje, por exemplo, a Louis Vuitton ou sei lá a marca que estava lá recebendo estrelas brasileiras [na semana de moda de Paris]. Acho que foi a Mariana Ximenes. Gente, o foco, o pêndulo está todo no hemisfério sul. E está precisamente no Brasil. Só que o acontece é que quando estamos recebendo essa atenção, estamos sendo pegos de calças curtas. Porque as pessoas quando vêm para cá, elas querem a diferença na culinária, na arquitetura e também na moda.

Terra: Você acredita que as pessoas não querem mais moda globalizada?

R.F.: Estamos em uma discussão pós-globalização. Quando ouço “quero uma moda globalizada, para ser entendida em qualquer lugar”, eu falo: “ai, esse aí vai penar muito economicamente” (risos). Porque hoje o grande valor está no genuíno.

Terra: E você atribui à que essa mudança de paradigma?

R.F.: Grande parte disso foi o movimento econômico. Quando foi dada certa estabilidade para um país que estava batalhando por isso há tanto tempo e o poder de compra. Outra coisa é que com essa crise que já vem a muito tempo na Europa, nós temos ainda brilho nos olhos. Os olhos mestiços ainda brilham diante de um mundo caduco. É como se nós tivéssemos a fórmula da eterna juventude. E o mundo nos inveja muito nesse sentido. Mas eu acho que essa autonomia tem sido maravilhosa e você pode colocar diversos fatores, como ascenção da classe C, poder de compra, as pessoas hoje viajam muito mais, ir para a Europa não é mais coisa para poucos, que iam, fotografavam vitrine, traziam roupas. Hoje todo mundo pode fazer isso.

Terra: Como você enxerga a revolução do evento SPFW ao longo dos anos e da repercussão dele no mundo?

R.F.: Poucos países têm uma vitrine tão maravilhosa e tão poderosa quando o SPFW. Eu acho que vivemos um momento histórico da moda no Brasil. Daqui a 100 anos, com certeza o SPFW vai ser entendido como um marco. Nossa cultura de moda, nosso entendimento de moda, nossa autonomia sem dúvida foi fomentada pelo SPFW. Agora, de qualquer forma, enquanto nós criamos uma vitrine muito luxuosa, nossa indústria têxtil padece e está por um fio. E as marcas de moda no Brasil vivem uma concorrência desleal com as marcas de fora que vêm para o Brasil.

Terra: Por quê?

R.F.: Eu acho que não houve ainda vontade política para poder enxergar a moda como o segundo vetor que mais gera empregos no Brasil e que paralelamente é o vetor de reafirmação cultural de um país.

Terra: Você acha que isso melhorou ou piorou nos últimos anos?

R.F.: Acho que piorou. Porque é um setor de sobretaxas, que não tem incentivo nenhum do governo e isso desde a produção do fio na indústria têxtil até a venda da roupa lá na frente. E quando digo que a concorrência é desleal é porque as marcas que estão de olho no mercado brasileiro, pela estabilidade da moeda, ela tem o marketing internacional. E ao mesmo tempo, elas produzem nos confins deste planeta, em um valor de produção infinitamente menor do que é o custo de produção no Brasil. Nosso produto é caro para exportar e para vender no Brasil.

Terra: Que saída você enxerga para isso?

R.F.:

Primeiro é um setor que não tem um histórico de articulação política. Eu acho que seria fundamental uma pressão política de estímulo ao produto que se faz hoje aqui no Brasil.

Terra: Quando você pulou uma edição do SPFW, disse que o fato causou mais repercussão do que qualquer outra coleção apresentada. Por que você acha que isso causou tanta comoção?

R.F.: Nem eu sei (risos). Essa angústia da criação, de estar fazendo uma coisa que já caducou, não é só minha, não tenho a menor dúvida disso. Isso é outro problema, porque aí as pessoas não enfrentam o verdadeiro problema do setor, que está padecendo. Então essa coisa de achar que a moda é só glamour, é só a modelo poderosa, do cachê altíssimo, e da taça de champagne pós-desfile...gente, isso é 0,1% de toda a realidade da história.

Terra: Você faz os desfiles mais performáticos da semana de moda. O que quer comunicar por meio dessa linguagem?

R.F.: Bom, eu não teria saco para sentar e assistir a um desfile com modelo requebrando para lá e para cá, parecendo que todas são iguais, com uma música eletrônica pesadíssima no meu ouvido, e com aquelas roupas que você fala “eu acabei de ver essa roupa na vitrine no JK”. Então eu acho uma falta de respeito com as pessoas. Então penso no desfile como eu recebo as pessoas na minha casa. Penso que virou o que virou, essa performance, porque quando eu via um desfile de moda, que eu achava bacana, era assim: de alguma forma, em 8 minutos, transformasse o meu olhar. Me levasse para um lugar que eu nunca imaginei estar.

Terra: Você está lançando um livro de memorias e croquis. Como nasceu essa ideia?

R.F.:

Eu adoro desenhar e entrei na moda pelo viés do desenho. Faço um caderno para cada coleção e este caderno funciona como um diário. Quando estes cadernos começaram a se tornar públicos, começaram a despertar muita atenção das pessoas, sobretudo no meio acadêmico. E hoje, se você for pensar, o estilista precisa saber desenhar? Claro que não. Só que eu acho que quem sabe desenhar é muito feliz (risos). Quando resolvi registrar estes cadernos, falei “não quero fazer um livro de moda. Eu quero fazer um livro de memórias”. Ou mais, quero fazer um livro que faça brilhar os olhos desde uma criança de 8 anos a uma pessoa de 100. O desenho é como se eu estivesse expondo através das minhas digitais, 35 coleções.

Terra: Você começou fazendo um curso de moda gratuito no Senac. Queria que contasse um pouco dessa fase e queria saber também se você tinha noção do que queria “ser quando crescer” quando buscou esse curso.

R.F.: Claro que não! Minha história era o desenho. E como eu não tinha recurso, não tinha como pagar, eu queria fazer qualquer curso de desenho contanto que fosse gratuito. Aí nessa história, depois de ter feito curso de desenho de faixa de rua, de letras, rosca de parafuso, um dia, encontrei com uma vizinha e ela estava com uma pasta de desenho de moda. E eu resolvi fazer este curso, mas como mais um curso de desenho. Nessa época eu era um adolescente, no fim da ditadura, era militante. Eu só lia livros ligados à literatura de protesto. Então eu ia para este curso de moda escondido dos meus amigos. Eu hein, se alguém descobrir! (risos)

Então não é ‘quando eu crescer vou mexer com isso’. Era divertidíssimo porque metade da turma era formada por senhorinhas de cabelo lilás, e metade formada por travestis, para aprender a desenhar fantasia de Carnaval.

Terra: Seu primeiro emprego “na área” foi em uma loja de tecidos em BH. Queria que você contasse um pouco sobre como essa experiência agregou no seu trabalho como estilista.

R.F.: O pessoal do Senac me ligou falando que tinha um emprego em uma loja de tecidos. Eu falei: “e quanto eu tenho que pagar?”. Ele falou: “Pagar? Você vai trabalhar, vai receber por isso!”. “Eu pensei, gente, vou desenhar o dia inteiro e ainda vão me pagar por isso” (risos). Então foi meu primeiro emprego, agora é claro que não foi essa maravilha, foi um pesadelo. 

No primeiro dia de trabalho, em um piscar de olhos, tinha umas 40 mulheres na minha frente com o rolo de tecido debaixo do braço. Alta, magra, baixa, amarela, pobre, rica. Queria a roupa pro casamento do afilhado, pro enterro. Essa foi minha grande escola. E eu ouvia as histórias antes de tirar dessas histórias a roupa que ela queria mas nem ela sabia. E foi nesse lugar que aprendi que a escolha da roupa é uma conquista amorosa, com o outro, com você mesmo. 

Terra: Você acha que esta experiência se sobressaiu aos cursos tradicionais que você fez?

R.F.: Olha, com a maturidade eu fui ver que não foi a Parson’s em Nova York, não foi a Saint Martins em Londres. O que foi determinante no meu jeito de pensar e fazer moda foi a loja de tecidos. É a prática de uma história brasileira. Da expectativa daquela figura levar o tecido, ir para uma costureira, fazer a roupa, ia provar inúmeras vezes, até chegar o dia do evento. Isso era mágico.

Você acha que a educação de moda no Brasil prioriza a teoria ao invés da prática?

R.F.: Eu acho que hoje os estudantes de moda têm um acesso maior à técnica, ao fazer bem o negócio. Mas essa paixão e essa emoção que é o que dá a assinatura de cada um, é cada vez mais raro.

Terra: Você acha que isso influencia na construção da nossa identidade como moda?

R.F.: Claro, não tenho a menor dúvida. Estamos falando de um País que tem uma cultura riquíssima, que tem aquilo que é mais caro no mundo moderno, que é a mestiçagem, a mistura que deu certo. A mistura que é o nosso melhor.  Demos um grande passo, somos reconhecidos no mundo inteiro, os irmãos Campana, o Alex Atala na culinária, mas estamos caminhando. É preciso que isso entre na casa de todo mundo.

Terra: Você luta pelo conceito da moda como um “vetor social”. O que isso representa para você?

R.F.: Acho que tinha que ser um compromisso civil do designer brasileiro de criar essa ponte sobre essa distância oceânica que existe entre o Brasil feito a mão e o Brasil industrial. Esse é o grande desafio.

Terra: Você acha que a atividade regional não é valorizada?

R.F.: Nós estamos perdendo nossa ancestralidade. O Brasil feito à mão é muito maltratado ainda. Ele é muito encarado como coisa feita de pobre para pobre. Sempre nas minhas coleções eu tenho espaços para estes grupos maravilhosos que tive o privilégio de ter acesso e conhecer no Brasil inteiro.

Terra: No Brasil, existem outros estilistas seguindo essa linha?

R.F.: Não. Deveria ter mais estilistas que envolvessem nisso e tomassem isso como causa. De tempos em tempos tem aqueles que colocam uma coisa em uma coleção, porque tinha a ver, enfim, mas acho que esse envolvimento ainda é insuficiente. O foco ainda é a tendência, o mercado e aquilo que a revista de moda vai querer colocar na capa.

Terra: Você tem esperança que isso mude aqui no Brasil?

R.F.: Eu sou otimista só de raiva (risos). Mas essa é a única saída para dar personalidade aos nossos produtos, para gerar emprego e renda com reafirmação cultural, com transformação social. É a única forma que eu vejo de a moda marcar uma época, um tempo.

Terra: Fora do Brasil isso tem sido feito?

R.F: Tem duas escolas, os belgas e os japoneses. Eles conseguiram imprimir no seu design a ancestralidade do seu país. E mesmo assim fazendo um produto contemporâneo, moderno e desejado.

Terra: Você sofre/sofreu algum tipo de preconceito dos profissionais da área por bater na tecla da moda como transformador social, e reafirmando a questão das tendências como segundo plano?

R.F: De repente até é, mas nunca esquentei a cabeça com isso. Durante muito tempo eu fui “aquele que faz moda regional”, eu nunca abandonei isso.

Terra: Este título não te incomoda?

R.F: Não, embora tenha gente que não goste do meu trabalho pelo mesmo motivo. Para determinadas pessoas, isso tem a valor, em outras é pejorativo. Agora talvez eu esteja aí há tanto tempo por eu ter seguido meu instinto, e não o lugar que queriam que eu ocupasse.

Terra: Fora do cenário da moda, como é a sua rotina em família?

R.F: Na medida do possível, uma família normal, com pai e mãe que tenta educar da melhor forma. Vivemos em tempos extremamente permissivos, onde criança pode tudo, com 5 anos já tem Facebook. E aqui nunca teve essa conversa. Criança é criança, tem hora de dormir, tem hora de acordar, de assistir televisão, de ler.

De alguma forma, sua mulher e seus filhos inspiram seu trabalho?

R.F: Minha mulher muito. Ela que cuida da confecção, eu sou escravinho dela (risos). Ela que manda. Os meninos vêm, perguntam qual é a história da próxima coleção, se envolvem, ouvem um monte de Noel Rosa, de Nara Leão. E acompanham de perto de certa forma, porque, se você chegar aqui agora, todos os livros que têm aqui agora são ligados à literatura do futebol. Eu procuro conduzi-los para este lugar: para a pesquisa, para um ofício como um outro qualquer. E não essa coisa da glamourização de algo fácil, onde só tem o prazer.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade