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Pela primeira vez, Miss America não tem competição de roupas de banho

Confira os melhores, piores e mais estranhos momentos do concurso

10 set 2018 - 13h17
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Embora existissem muitos dramas cercando a organização do Miss America neste ano, no domingo, 9, a competição ocorreu quase sem controvérsias. A Miss Nova York, Nia Franklin, foi nomeada a vencedora, e ganhou 50 mil dólares em bolsas de estudos. A jovem de 24 anos, cuja plataforma social é pela defesa das artes, disse que irá investir em um doutorado em composição de música nas universidades de Princeton e Juilliard. Sua vitória foi o sétimo título de Nova York, o máximo de qualquer estado na história de quase 100 anos do evento. "Quero que a America veja que a música clássica ainda está viva e próspera, especialmente com uma mulher afro-americana cantando ópera", disse. "Porque existem muito mais crianças lá fora que não sabem que eles podem fazer música clássica."

Além da competição propriamente dita, todos os olhos estavam voltados para o Miss America depois da confusão de dezembro, quando dois executivos renunciaram seus cargos após a revelação de emails com comentários cruéis sobre as participantes. Gretchen Carlson, âncora da Fox News e Miss America 1989, assumiu o comando do evento e fez uma série de mudanças - que incluem a eliminação da competição de trajes de banho. As ações impulsionaram a saída de vários membros da diretoria e pedidos pela demissão de Gretchen.

A última ganhadora do concurso, Cara Mund, escreveu uma carta falando sobre seu ano infeliz trabalhando para a organização.

Aqui estão os melhores, piores e mais estranhos momentos do evento que, como o prometido, foi livre de biquínis.

Melhores:

Miss Michigan imediatamente causou um momento viral

No começo do show, como sempre, todas as competidoras orgulhosamente apresentavam a si mesmas e os seus estados. As falas foram extremamente contidas, até ela chocar os espectadores ao falar sobre a crise hídrica de Flint.

"Do estado com 84% da água doce dos Estados Unidos, mas nada para seus moradores beberem", disse ela."Eu sou a Miss Michigan, Emily Sioma."

Miss Connecticut brilhou na competição de talentos

Algumas competidoras cantaram, outras tocaram piano, algumas recitaram monólogos - até que veio Bridget Oei, representante de Connecticut, que fez um número de dança irlandês com direito a moonwalk. Mas o passo não foi o bastante para ela sair vencedora, já que foi a vice-campeã da noite.

A resposta da Miss Flórida

O Miss America agora possui duas rodadas de entrevistas, então existem mais possibilidades delas se tornarem virais por causa de respostas erradas. Miss Florida, Taylor Tyson, evitou esse destino, mesmo com uma versão da clássica questão "qual é a sua maior fraqueza?". O jurado Bobby Bones pediu para ela nomear a "mais desafiadora e difícil falha."

"Falha é uma palavra engraçada porque implica em derrota. E tive muitas adversidades em minha vida, mas acredito que cada revés é uma chance de recomeçar", disse ela. "E cada turbulência que enfrentei, cada rejeição que sofri, transformei em algo que me trouxe aprendizado e me fez uma versão melhor de mim mesma."

Piores

A promoção constante do Miss America 2.0

Mais cedo este ano, quando foi anunciada a eliminação da competição de trajes de banho,Gretchen declarou que "O Miss America irá representar uma nova geração de líderes mulheres, focando em educação, impacto social, talento e empoderamento." Assim que a competição começou, as candidatas apareceram no telão usando frases prontas para descrever a si mesmas como a nova versão "empoderada" do concurso. "Inteligente. Confiante. Forte. Talentosa. Realizadora. Impactante. Diversa. Inclusiva", e assim por diante.

Admirável, é claro - para o show continuou se elogiando repetidas vezes com o título "Miss America 2.0" e forçando a narrativa de que o evento ainda é muito importante na cultura norte-americana.

E, caso você tenha perdido as notícias sobre a competição de biquíni, o evento enfatizou que o segmento está morto. Miss Alabama, Callie Walker, confessou que ficou chocada com a novidade, mas assegurou ao público que a mudança é para o melhor: "Ás vezes, mudar é difícil, mas é bom". Em certo ponto, um dos apresentadores, Ross Mathews, entrevistou a Miss America 1948, que estava sentada na plateia, para lembrar que o evento está evoluindo, indo "de roupas da banho para programas educacionais." Já entendemos!

A resposta da Miss Nova York

Nia Franklin ganhou a competição, então quem liga que a sua resposta não foi a melhor? Mas ainda assim, não conseguimos tirá-la da nossa cabeça. A juíza Laila Ali perguntou "Como ser uma candidata de Nova York a preparou para o trabalho de Miss America?"

E Nia respondeu com isso: "Eu tenho o estilo de Nova York. Eu mudei mais de cinco vezes por causa de sublocação. Em Nova York, achar um lugar para morar pode ser difícil, por conta do preço do aluguel, mas eu superei isso."

Será que não existia melhor exemplo para "estilo"? Mas ela se apressou para consertar a resposta. "E também, como nova yorkina, entendo o que é trabalhar duro. Eu sonho com a bolsa de estudos pois sou artista. E estou ansiosa para compartilhar meus trabalhos, ter impacto social, lutar pela arte e me assegurar que todos os estudantes tenham direito a educação de qualidade."

Mais estranho:

Último desfile de Cara Mund como Miss America

Foi como se muitos dos espectadores não tivessem ideia de que ela acabou com a organização do evento em uma carta, dizendo que os líderes "me silenciaram, me reduziram, me marginalizaram, e essencialmente anularam meu papel como Miss America."

Mas para aqueles que estavam ligados no drama, foi um momento estranho ver ela desfilando alegremente em direção ao palco no final da noite - e fez sua última declaração por um áudio pré-gravado. "A noite que eu consegui esse trabalho importante, sabia que poderia realizar qualquer coisa. Me abriu a porta para oportunidades sem fim." Ela continuou dizendo que entrou na faculdade de direito e continua com o sonho de se tornar a primeira governadora mulher da Dakota do Norte. "O Miss America me deu a plataforma", ela disse. "E eu estou só começando."

Estadão
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