Contra a guerra civil, a violência urbana, os conflitos étnicos ferozes, as guerras religiosas, o terrorismo e o racismo. É essa a mensagem da Benetton em sua mais campanha de outono 2018 que chega agora às redes e veículos impressos.
Na principal imagem da comunicação, um grupo de modelos de diversas raças, etnias e cores posa sem roupa alguma para as lentes de Oliviero Toscani, o fotógrafo que cravou imagens icônicas da história da grife, especialmente nos anos 80 e 90, abordando assuntos como aids, fome, migração, guerra, pena de morte, racismo e homossexualidade - alguns deles, infelizmente, ainda atuais.
Um texto manifesto, em que prega sua visão de mundo, foi divulgado junto das imagens. "Nus como São Francisco, que se despiu das roupas e riquezas do demónio, e nus como todas as criaturas do seu Cântico das Criaturas: 'Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a Terra mãe' e por estas novas criaturas da Cidade Futura que nem Giotto sabia como (ante)ver e desenhar", afirma no início.
Depois de digressões sobre a diversidade de belezas e suas riquezas, o manifesto da grife termina de modo direto. "Contra as guerras civis, contra as máfias e as violências urbanas da identidade, contra os ferozes conflitos étnicos, contra as guerras de culpa e de religião, contra o terrorismo e contra todos os racismos ressurgentes, existe a alegre (con)fusão como valor, o Cântico das Criaturas que aproxima do céu e subjuga o mundo."
É o segundo trabalho de Toscani para a marca desde que seu retorno em novembro do ano passado depois de 17 anos afastado. Além da imagem conceito, a campanha traz fotos de modelos de caráter multicultural com modelos vestidos com peças da coleção da grife.
“All the colours in the world”, outono-inverno 1984 - 'Todas as cores do mundo': a mistura de raças e culturas é um tema recorrente deste sempre no imaginário do fotógrafo e publicitário
'Container', verão 1992 - Abraçando imagens dramáticas da vida real, com a imagem de refugiados tentando fugir da guerra civil na Libéria em 1990
Foto: Patrick Robert/Sygma/Divulgação Benetton / Estadão
'Soldier with bone', verão 1992 - Do mesmo ano e fotógrafo, um soldado rebelde carrega um osso humano como cecetete na guerra civil da Libéria em 1990
Foto: Patrick Robert/Sygma/Divulgação Benetton / Estadão
'AIDS – David Kirby', verão 1992 - Depois de um recém-nascido, a campanha do verão 1992 da Benetton trouxe um paciente terminal, o ativista David Kirby, vítima do vírus HIV e causou mal-estar na época
Foto: Thérèse Frare/Divulgação Benetton / Estadão
'HIV Positive', outono-inverno 1993 - Aqui tratando novamente da aids e do vírus HIV, que àquela altura matava e assustava a população
'Murder', verão 1992 - Em 1982, a máfia matou Benedetto Grado em Palermo, na Itália. A imagem eternizada por Franco Zecchi foi parar na campanha da grife e várias publicações da época se recusaram a reproduzí-la
'Bosnian soldier', verão 1994 - O uniforme ensanguentado de um soldado morto durante a guerra civil da Bósnia, outra campanha contundente do publicitário para a Benetton
'Hearts', verão 1996 - De volta ao tema das 'diferenças' raciais, apresentou a campanha dos corações humanos em toda sua semelhança entre 'branco', 'preto' e 'amarelo'
'Migrants images', verão 2018 - Dos dias de hoje, marcando o retorno de Oliviero Toscani à Benetton, uma cena com imigrantes resgatados no mar Mediterrâneo