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Figurino da série 'Pose' é retrato exuberante da cena LGBT dos anos 80

Produção, criada por Ryan Murphy, mostra a cultura dos bailes em Nova York

8 ago 2018 - 17h45
(atualizado às 17h53)
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Pose é a produção com o maior elenco transgênero na história da televisão
Pose é a produção com o maior elenco transgênero na história da televisão
Foto: Divulgação/FX / Estadão

Na Nova York da década de 1980, o auge dos engravatados de Wall Street, dos power suits e cabelos com topetes altíssimos definia boa parte do que se via pelas ruas da cidade. Mas era em bairros mais afastados do centro, como o Harlem, que a cena underground efervescia: lá aconteciam os bailes criados pela população LGBTQ+, em que diferentes grupos, conhecidos como casas, competiam entre si em desfiles temáticos e disputas de dança. As houses (termo inspirado nas grandes maisons da moda) funcionavam também como abrigo para jovens rejeitados por suas famílias. É desse cenário que trata Pose, a nova produção de Ryan Murphy - o nome por trás de séries como Glee, American Horror Story e American Crime Story.

Fazendo jus à cultura dos bailes que quis capturar, essencialmente frequentados por jovens negros, latinos, gays e transexuais, Pose se destaca por ser a produção com o maior elenco transgênero na história da televisão, com cinco atrizes transexuais negras e uma equipe de 140 pessoas LGBTQ+, entre escritores, cineastas e produtores. Os lucros, aliás, vão ser 100% revertidos a organizações ligadas a essa comunidade. O programa, que estreou nos EUA em junho pelo canal FX e chega ao Brasil no segundo semestre via Fox Premium, já teve sua segunda temporada confirmada para 2019. Na série, o figurino é parte essencial da narrativa: em sintonia com o visual exagerado e ultracolorido da época, os looks das personagens - especialmente aqueles usados durante os bailes - enchem os olhos.

Muitas das peças do figurino foram garimpadas em brechós dos EUA
Muitas das peças do figurino foram garimpadas em brechós dos EUA
Foto: Divulgação/FX / Estadão

A responsável pelas roupas é a figurinista Lou Eyrich, que já havia trabalhado também em Glee e American Horror Story: Freak Show. Em uma parceria com Analucia McGorty, ela viajou de Santa Fé a Minneapolis em busca de peças vintage. O longo caminho compensou: entre os achados, estavam itens de grifes como Mugler, Lacroix e Versace - que foram direto para o guarda-roupa da personagem Elektra Abundance, vivida por Dominique Jackson, que comanda a casa de Abundance, uma das mais tradicionais do universo da série.

A personagem Elektra Abundance, vivida por Dominique Jackson
A personagem Elektra Abundance, vivida por Dominique Jackson
Foto: Divulgação/FX / Estadão

Como inspiração, Lou Eyrich aponta o documentário Paris is Burning, de 1991, que segue a comunidade LGBTQ+ em diferentes momentos dos anos 1980 em Nova York; além dos visuais de nomes como Diana Ross, Michael Jackson e Madonna, que estava no início da carreira.

"Nunca gastamos mais de 30 dólares em uma peça, porque na vida real, eles também não teriam investido mais do que isso", conta a figurinista em entrevista ao LA Times. "Também não queríamos fazer os figurinos sofisticados demais, de modo que não parecessem feitos pelas próprias personagens".

A personagem Angel, interpretada por Indya Moore, é um dos destaques da produção
A personagem Angel, interpretada por Indya Moore, é um dos destaques da produção
Foto: Divulgação/FX / Estadão
O estilo característico da década de 1980 domina o figurino da série
O estilo característico da década de 1980 domina o figurino da série
Foto: Divulgação/FX / Estadão

Uma das cenas mais icônicas da produção acontece quando os membros da casa de Abundance vestem roupas (literalmente!) da realeza europeia, roubadas de um museu. No dia a dia, os protagonistas também aparecem com peças características da década, como blazers com ombreiras, bermudas de cintura alta e roupas de ginástica em tons neon.

Pose ainda encontra espaço para abordar temas sociopolíticos, como o boom do vírus HIV, além da pressão social de se adequar a uma estética considerada feminina e da marginalização de transexuais, que experienciavam transfobia dentro da própria comunidade gay.

Assista ao trailer abaixo.

Estadão
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