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'Está tudo bem a gente expor a nossa fragilidade', diz Carol Trentini

Em entrevista, a top conta sobre como lida com a sensação de vulnerabilidade nos palcos do programa Popstar, da Globo

26 out 2018 - 22h50
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A modelo Carol Trentini, destaque do desfile da Agua de Coco, que encerrou essa edição da São Paulo Fashion Week na sexta, 26, contou em entrevista sobre sua experiência como participante do programa Superstar, da Globo, e seu atual momento na carreira.

Conte um pouco sobre sua participação no programa Superstar.

Está sendo uma aventura muito legal. É engraçado porque eu nunca pensei que passaria por essas sensações, nunca achei que se trataria disso. É uma coisa nova essa adrenalina de palco...primeiro porque, ao contrario de muita gente ali, a minha experiência com musica é zero. Eu estou muito crua, totalmente fora da minha zona de conforto. Mas apesar do pesares, estou achando importante pra mim, pra minha vida, como lição. É um aprendizado lidar com novas sensações, fazer algo novo depois de 15 anos de carreira, me colocar vulnerável e frágil.

Você começou como modelo bem jovem.

Sim, comecei com 15 anos. As pessoas perguntam se não é o mesmo nervosismo de quando comecei nas passarelas, mas na época não tinha a dimensão do que eu estava fazendo. Hoje, como sei o peso do programa, o tamanho da audiência, expor minhas falhas, sentimentos, é muito, muito difícil. Mas como falei, está sendo um desafio bom pra vida.

O que você vê de parecido entre estar em uma passarela, desfilando, e em um palco para cantar?

Olha, eu não vejo relação nenhuma. Só a parte de fazer cabelo e maquiagem para entrar. Mas a sensação que me causa [no palco] é totalmente diferente, é uma coisa física. Eu fico gelada, tremo.

Você não fica nervosa antes de desfilar?

Só um nervoso muito bom, sabe? Um nervoso de segurança, porque na passarela eu tenho total controle da minha situação. Qualquer coisa que aconteça: se eu cair de pirueta, se o meu biquíni cair, eu vou saber o que fazer. Lá [no palco] não, eu fico tipo 'ai meu Deus, será que eu tô fazendo isso direito?', 'tem muita gente me vendo'. É uma situação muito vulnerável. E eu não sou acostumada a me sentir assim, porque na minha carreira me acostumei com a exposição e uma sensação de saber o que eu tô fazendo, dominar a situação.

Você fala sobre essa experiência que está vivendo com os seus filhos? Explica como se sente?

Acho que eles são muito pequenos para entenderem de fato o que são essas sensações, mas já falei muito em casa que isso é algo que quero passar pra eles. Quero que pensem 'olha, a mamãe se desafiou, e foi difícil, mas é assim mesmo'. A gente falha, a gente vai pra repescagem na vida, e tudo bem. Está tudo bem a gente expor a nossa fragilidade. Isso é muito delicado, mas quando a gente consegue, é uma coisa muito bonita também.

Você sempre cantou?

Eu sempre cantarolei - nunca nada além de um karaokê de youtube.

Tinha aquele sonho de ser cantora?

Não, nunca foi um sonho, assim como eu também não tinha o sonho de ser modelo. Eu sou do interior, nossa vida era muito simples. Eu queria ser professora, fazer alguma coisa na cidade, sabe? Não visualizava essa coisa "pro mundo". Engraçado que hoje eu não consigo pensar em viver algo que não seja aqui fora, no mundo.

Quem são suas cantora preferidas?

Tem muita gente que eu amo...Lá em casa a gente ouve muito Maria Gadú, Marisa Monte, Anna Carolina, Lulu Santos, Titãs...esse é o nosso estilo.

Como escolhe as musicas que você canta no Superstar?

Foram todas musicas com que eu tinha uma ligação emocional. Ou eu escutei muito em alguma fase, ou meus filhos gostam de escutar, ou me lembra uma pessoa, uma situação...

Os seus filhos assistem ao programa?

Muito! O Bento já foi várias vezes, ele ama porque já falou no microfone com a Taís Araújo - ele sempre conta essa história. O pequenininho me pede sempre pra cantar "True Colors", que foi a minha primeira música.

Existe algo fora modelar e cantar que você pense em fazer, como atuar ou ser apresentadora de TV?

Hoje eu considero a minha vida como ela está, sabe? Modelo, mãe. É muito engraçado porque, depois que virei mãe, minha carreira tomou outra dimensão. Quando eu comecei, a carreira de modelo tinha um prazo de validade, e ser mãe era um desses marcos do fim. Mas graças a Deus trabalhei muito desde que me tornei mãe - tanto em jobs que já fazia quanto com muito mais gente, gente importante. Ainda tenho minha carreira para administrar e sou muito feliz com ela. Não digo que nunca vou ser atriz, nunca vou ser isso ou aquilo, mas agora não tenho essa pretensão, não é o meu foco

Quando você diz que sua carreira tomou outra proporção depois da maternidade, a que você atribui essa mudança?

Acho que eu mudei comigo, me sinto melhor, mais capaz, melhor modelo. Meu propósito mudou. Acho que como meu foco mudou, agora sou mãe de família, tenho um propósito muito maior trabalhando. Antes era quase um hobby, hoje tanto eu quanto meu marido trabalhamos pelo bem estar da nossa família, pro nosso lar, para dar o melhor que a gente pode para os nossos filhos, com a cabeça sã. O programa é totalmente isso, quero que eles olhem e pensem "que orgulho da nossa mamãe!".

Estadão
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