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Santa Maria (RS) enfrenta maior surto de toxoplasmose já registrado no Brasil

Segundo Vigilância de Saúde já foram confirmados 621 casos de toxoplasmose na cidade de Santa Maria

19 abr 2018 - 16h50
(atualizado em 16/7/2018 às 09h06)
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O que é Toxoplasmose?

Toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes dos gatos e outros felinos. Homens e outros animais também podem hospedar o parasita.

Ela pode ser adquirida por meio da ingestão de alimentos contaminados - em especial carne crua ou mal passada, principalmente de porco e de carneiro - e vegetais que abriguem os cistos do Toxoplasma após terem tido contato com as fezes de animais hospedeiros.

A toxoplasmose não é contagiosa entre humanos - ou seja, ela não pode ser transmitida de pessoa para pessoa. No entanto, as fezes de gatos e outros felinos e a ingestão de alimentos contaminados não são a única porta de entrada para o parasita. Humanos também podem adquirir a doença em outras situações, como:

  • Usando facas e outros utensílios de cozinha contaminados
  • Comer frutas e vegetais mal lavados
  • Transfusões de sangue ou transplantes de órgãos.

A doença também pode ser congênita. Neste caso, ela é transmitida da mãe infectada para o bebê por meio da placenta. Se a mulher foi diagnosticada com a doença um pouco antes ou durante a gestação, as chances de ela passar a inflamação para o filho são de 30%, em média.

A cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, enfrenta o maior surto de toxoplasmose no Brasil. Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Vigilância de Saúde, na sexta-feira (13/07) já foram confirmados 621 casos de toxoplasmose em Santa Maria, na Região Central do estado.

Dos casos confirmados, 54 são de gestantes. De acordo com a pasta, 1.786 casos já foram notificados, porém 60 estão descartados e outros 240 permanecem em investigação.

Segundo o Ministério da Saúde estão sendo feitas análises e cruzamentos de dados coletados durante a primeira etapa de investigação de campo. Durante um mês, técnicos de saúde aplicaram mais de 230 questionários em pessoas com toxoplasmose e em outros moradores sem a doença

No início de julho, análises feitas em um laboratório de Londrina (PR) confirmaram a presença do protozoário causador da toxoplasmose em uma caixa d'água residencial. No entanto, o secretário estadual de Saúde, Francisco Paz, disse que o achado não esclarece a origem do surto e que as medidas de prevenção, como beber água fervida e consumir hortaliças e carnes cozidas, devem ser mantidas pela população.

"As investigações de surto de toxoplasmose são muito complexas, demandando um tempo maior que o que desejamos. Os dados que temos até aqui são preliminares e precisam ser analisados de maneira cuidadosa, porque é fundamental identificar com precisão qual a possível fonte de contaminação, para que se consiga identificar se há, ainda, algum fator que permanece produzindo casos. A investigação segue na tentativa de se descobrir a origem do surto, mas é preciso deixar claro que nem sempre essas investigações apontam categoricamente a fonte de infecção", disse o coordenador geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Renato Vieira Alves, na coletiva.

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