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Exercício em excesso pode prejudicar o coração e o fígado

Abusar de atividades físicas pode levar à cirrose, infarto e atrofia - veja os perigos e os cuidados necessários

27 jun 2019 - 19h02
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Já foi revelado que abusar de exercícios pode causar lesões, perda de força e prejuízo aos músculos e ossos. Agora, pesquisadores brasileiros revelam que o excesso de atividade física também afeta órgãos vitais - como o coração e o fígado.

Exercícios em excesso podem ser prejudiciais - Foto: Shutterstock
Exercícios em excesso podem ser prejudiciais - Foto: Shutterstock
Foto: Foto: Shutterstock / Minha Vida

O estudo sobre os impactos de treinar demais foi desenvolvido durante uma década por pesquisadores da USP e da Unicamp; e recentemente publicado no periódico Cytokine.

Como foi feito o estudo

Durante oito semanas, os cientistas avaliaram camundongos em treinos intensos, que incluíam corridas em solo plano, em descida e em subida.

Partes afetadas

Coração, fígado, sistema nervoso e músculos foram negativamente impactados por exercícios intensos se não houver uma recuperação adequada e período de descanso.

Músculos

As células dos camundongos apresentaram dificuldade em captar a glicose no sangue, essencial para fornecer energia ao corpo. Já na corrida feita em descida, houve sinais de atrofia muscular e má formação de proteínas nas células.

A atrofia pode provocar fraqueza e incapacitar sua locomoção e movimentos do dia a dia. Já a deficiência de proteínas leva à falha na reparação de tecidos (ou seja, falha em curar tecidos e manter a pele saudável), queda de cabelo, enfraquecimento, baixa imunidade, acúmulo de líquido e perda de massa muscular.

Fígado

Como houve dificuldade na absorção de glicose pelas células musculares, o fígado passou a "estocá-la". Os cientistas acreditam que isso está diretamente ligado a um dos principais efeitos negativos de exercícios em excesso: maior acúmulo de gordura no fígado.

Vale ressaltar que a gordura no fígado pode levar a um processo de inflamação, que pode evoluir para cirrose. Assim, você poderá ter fadiga, pele e olhos amarelados, coceiras, náuseas, inchaços, sonolência e desorientação.

Coração

O coração também apresentou maior quantidade de glicose do que o normal. Ainda o pesquisadores alertam que exercícios demais causaram fibrose cardíaca. Esta doença, por sua vez, pode afetar as válvulas do coração, elevando o risco de infarto.

Invista no descanso

A pesquisa revela que o problema em si não está na intensidade do exercício, mas sim em não aderir a uma recuperação adequada, respeitando o tempo de descanso.

Praticar exercícios, mesmo intensos, de forma regular e com acompanhamento profissional é extremamente importante para uma melhor qualidade de vida e prevenção de doenças. Contudo, se houver um desequilíbrio entre a intensidade dos treinos e o período de descanso, os exercícios podem, sim, ser prejudiciais.

"O período de repouso melhora a oxigenação das células musculares, o que acelera bastante a recuperação das microlesões das fibras musculares", diz o personal trainer Adriano Braga. Ter treinos intensos diários não permite essa recuperação das fibras musculares e causa inflamações nos tecidos, como apontamos acima.

"Para atividades leves e moderadas recomendamos um intervalo de segurança de 24 horas. Para atividades mais intensas e com maiores cargas, esse intervalo de descanso deve ser de 48 horas", afirma o educador físico Gustavo Abade.

Citocinas

O estudo feito por pesquisadores da USP e Unicamp mostra também uma outra percepção sobre as citocinas, que são proteínas produzidas por células de defesa e que atuam em inflamações.

A pesquisa aponta que, mesmo quando as citocinas se normalizam após exercícios em excesso, a performance continua prejudicada. Assim, a alta de citocinas por si só não justifica a queda no desempenho de quem faz treinos intensos - porém, o estudo não se aprofundou na busca por outras razões.

Minha Vida
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