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Câncer de mama impacta mais familiares do que pacientes

88% dos familiares entrevistados relataram muito sofrimento, contra 72% das pacientes, em pesquisa feita em nove capitais do Brasil.

22 mai 2018 - 17h49
(atualizado em 23/5/2018 às 18h09)
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Uma pesquisa inédita conduzida pelo instituto Provokers constatou que os familiares de mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama são mais impactados pela doença do que as próprias pacientes. O levantamento, feito a pedido da empresa farmacêutica Pfizer, avaliou o impacto da doença no contexto familiar e doméstico, com a iniciativa de conhecer a percepção da paciente e sua família (companheiro, filhos, pais e outros) a respeito da doença.

Para a análise foram recrutados 170 pacientes com idade entre 18 e 65 anos e 240 familiares. A pesquisa foi realizada em nove capitais brasileiras em entrevistas quantitativas e qualitativas que duraram cerca de 40 minutos.

Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

Sentimento de culpa

Os sentimentos predominantes no momento do diagnóstico foram tristeza, medo e insegurança. Muitas vezes a notícia da metástase é mais devastadora do que a notícia inicial do câncer em si, de acordo com o oncologista Sérgio Simon, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

A pesquisa mostrou que 72% das pacientes relatam muito sofrimento pela descoberta da doença. Porém, 88% dos familiares relatam mais sofrimento, ou seja, esses são mais impactados depois de descobrirem que alguém da família está com câncer de mama.

O estudo relata que a maioria das pacientes percebe a dor dos familiares e se sente responsável por esse sofrimento. 52% das pacientes respondeu "meu filho/mãe/marido vive com medo e inseguro", e 51% afirmou que "minha família sente o peso da minha doença".

Amparo emocional

O câncer é uma doença que acaba envolvendo a família inteira. Dessa forma, o apoio emocional é importantíssimo no momento do tratamento. 96% das pacientes afirmam que os familiares demonstram apoio em todos os momentos.

Segundo a pesquisa, muitas vezes os gestos acolhedores e a parceria são mais lembrados do que o auxílio com atividades do dia a dia.

Nova realidade

89% das pacientes afirmam que a rotina mudou depois do diagnóstico. Diversas queixas foram relatadas, a principal é ter que abandonar o trabalho. Isso causou inclusive uma queda na renda, que é muito necessária neste período, até devido ao aumento das despesas.

A sexualidade também se torna uma questão: muitas entrevistadas relataram perda de libido (resultado da hormonioterapia), vergonha do próprio corpo e não se sentir confortável com o toque do parceiro nas mamas. Esse último aspecto foi sentido por 51% dos companheiros entrevistados também.

Porém, existem mudanças positivas no estilo de vida como, por exemplo, melhora da alimentação, apesar de só terem sido reconhecidas por 19% das entrevistadas.

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