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Conselho do RJ proíbe obstetras de assinarem plano de parto

Segundo CREMERJ, documento restringe autonomia do médico, mas profissionais reagem à resolução

12 fev 2019 - 17h58
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O plano de parto é um documento em que a grávida demonstra suas intenções e preferências ao obstetra, que assina o compromisso de respeitá-las. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) publicou uma resolução proibindo que os médicos do Estado assinem esses planos de parto. Segundo o órgão, o plano de parto é "uma série de normas ditadas pela gestante, ou feitas em conjunto com o médico, comumente retiradas de modelos disponíveis em sítios eletrônicos que determinam o que o médico pode ou não fazer".

Conselho do RJ proíbe obstetras de assinarem plano de parto
Conselho do RJ proíbe obstetras de assinarem plano de parto
Foto: Getty Images / Minha Vida

O plano de parto foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no artigo "Preparação para nascimento e emergência no pré-natal".

Defendendo a prática, alguns médicos e profissionais de saúde ligados ao parto humanizado discordaram da resolução. O obstetra Paulo Noronha declarou, em seu Instagram: "[o plano de parto] não obriga o médico a nada mas possibilita que, ao discorrer sobre o plano de parto junto à paciente, a mulher seja esclarecida, receba informações e possa junto com a equipe chegar num consenso para atender da melhor forma possível as escolhas desta mulher!".

A enfermeira obstétrica Elaine Barbosa reforçou que assinar o plano de parto não garante que tudo saia como planejado. "Bem possível que as coisas não saiam exatamente como planejado, o parto é único e cheio de momentos imprevisíveis. Mas ter algumas ideias ajuda principalmente ao companheiro e a equipe a auxiliar a gestante a ficar mais confortável durante o trabalho de parto", contou, em um post.

Ainda na justificativa para proibi-lo o CREMERJ afirma que, nos planos de parto, "procedimentos salvadores são restritos ou proscritos sem quaisquer evidências para tal. Como alguns dos exemplos temos: a episiotomia; a manobra de Kristeller, a cesariana; a analgesia de parto; o uso de ocitocina; posições de assistência ao parto, dentre muitos outros".

Nas últimas recomendações da OMS, a organização não recomenda a episiotomia ("pique" feito no períneo da mulher) como rotina, nem a manobra de Kristeller (pressão exercida sobre o útero para acelerar a saída do bebê).

Leia mais sobre os procedimentos recomendados para a humanização do parto aqui.

Minha Vida
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