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Pesquisadores descobrem novo órgão no corpo humano

Pesquisadores acreditam que o interstício pode ser a chave para entender como alguns tipos de câncer se espalham

28 mar 2018 - 14h08
(atualizado às 16h37)
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A ciência estuda a anatomia do corpo humano há milhares de anos - mas, até hoje, os cientistas ainda estão descobrindo novos segredos. Recentemente, investigadores americanos descobriram um "novo" órgão no corpo humano: o interstício. A descoberta publicada nesta terça-feira (27) na revista científica Scientific Reports, mostra que o órgão pode ser a chave para entender como alguns tipos de câncer se espalham rapidamente.

Imagem ilustrativa mostra o corpo humano
Imagem ilustrativa mostra o corpo humano
Foto: iStock

De acordo os pesquisadores, o novo órgão trata-se do tecido conjuntivo, estrutura que preenche os espaços entre os diferentes tecidos do corpo. O interstício é uma rede cheia de fluído localizada abaixo da superfície da pele, que interliga diversas partes do corpo, como o trato digestivo, os pulmões e o sistema urinário, além dos músculos e vasos ao seu redor.

Inicialmente, acreditava-se que essas camadas de tecido eram densas, como uma "parede" de colágeno, porém a nova descoberta sugere que, em vez de uma "parede", tal tecido pode ser visto como uma rede de "estradas abertas e cheias de líquido", indica Neil Theise, professor de patologia da Universidade de Nova York e um dos autores do estudo.

Descoberta do interstício

A descoberta aconteceu por acaso enquanto os pesquisadores buscavam sinais de metástase no canal biliar de pacientes com câncer. Os médicos se depararam com uma estrutura com cavidades nunca observada antes, nem documentada anatomicamente. Portanto, eles decidiram analisar melhor essa estrutura, descobrindo que ela sempre esteve presente, mas nunca havia sido identificada porque o processo tradicional de preparação de amostras de tecidos drenam o fluido, fazendo com que as cavidades existentes entrem em colapso e desapareçam. Ao utilizarem uma técnica de de análise por imagem foi possível encontrar a cavidade e observar tecidos vivos em um nível microscópico.

No entanto, apesar dos autores do estudo terem considerado o interstício como um novo órgão, esse status só se torna oficial após um consenso entre os cientistas. "Para isso, é preciso que a Terminologia Anatômica Internacional a reconheça como tal", ensina a coloproctologista Maria Cristina Sartor, presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Este documento é balizado pela Federação Internacional de Associações de Anatomistas.

Embora o interstício não seja oficialmente um novo órgão, a descoberta da estrutura traz novas perspectivas para a compreensão de mecanismos relacionados a uma série de doenças. "Esta descoberta tem potencial para impulsionar avanços na medicina, incluindo a possibilidade de que a amostragem direta do fluido intersticial possa se tornar uma poderosa ferramenta de diagnóstico", disse Neil Theise ao site Live Science.

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