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Chefes abusivos podem melhorar através da autopercepção

A culpa ao maltratar funcionários faz com que supervisores se auto-avaliem e mudem de comportamento

4 jun 2018 - 19h00
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É comum que diversas pessoas tenham, ou continuem vivendo situações onde são constantemente constrangidas por seus chefes. Muitas vezes, indivíduos em posições profissionais elevadas, utilizam métodos questionáveis para que possam controlar seus funcionários. Porém, segundo um estudo publicado pelo periódico Applied Psychology, este comportamento pode ser alterado pelos próprios chefes, caso estes reflitam sobre suas ações no dia a dia.

Para os pesquisadores da Universidade de Michigan, quando seu chefe grita com você, ele não apenas destrói o seu dia, como também acaba com o dele. Isto porque após se comportar de maneira inadequada com outras pessoas, o sentimento de culpa torna-se presente, e interfere negativamente na produtividade de todos.

Motivações para um comportamento abusivo

O foco da pesquisa foi identificar como os chefes reagiam ao próprio comportamento abusivo. "Ao nos basearmos em pesquisas anteriores, não era claro se os supervisores ao menos percebiam que se comportavam de maneira agressiva", diz Russ Johnson, autor do estudo, em entrevista ao periódico.

"Entretanto, alguns chefes percebem quando estão sendo abusivos com seus subordinados, e se sentem culpados. Isto os motiva a aprender maneiras apropriadas e efetivas de serem melhores líderes, a fim de reparar relacionamentos prejudicados por seus comportamentos anteriores", conclui Russ.

O estudo foi construído com base na teoria da "limpeza moral", e como os supervisores buscam o equilíbrio de seus valores, junto a uma consciência limpa. "As pessoas frequentemente encaram a moral como um valor dentro da conta bancária. Boas ações representam um acréscimo em seu saldo, enquanto ações ruins representam a perda de crédito. Quando ocorre uma grande perda de crédito, as pessoas ficam motivadas a restaurar os prejuízos", afirma Johnson.

Um comportamento abusivo é capaz de instigar o aparecimento de um crédito moral. Para tentar compensar seus erros, eles apresentam um comportamento que faça reparações aos danos causados à equipe.

Como o estudo foi feito

Para coletar dados que validassem as afirmações do estudo, os pesquisadores conduziram diversos questionários para supervisores em diferentes horas do dia. O questionário solicitava que os chefes fizessem uma análise de seus próprios comportamentos abusivos, e logo após, os funcionários eram entrevistados para que pudessem dizer o quanto seus superiores estavam dispostos a fazer reparos no relacionamento profissional.

Conclusões

Johnson também explica que líderes que trabalham em lugares onde a moral e a ética são valores importantes, apresentam maior tendência em serem mais atentos ao seu próprio comportamento e a se sentirem culpados quando agem de forma abusiva. Isto porque um local engajado com a empatia e a ética, geram líderes mais sensitivos.

Como lidar e combater comportamentos abusivos

Segundo Johnson, se um dos objetivos de um local é criar um ambiente profissional saudável e reduzir o comportamento abusivo, é necessário focar-se nos líderes, entendendo o porquê eles se comportam de maneira inadequada, e como isto afeta eles. Apenas desta forma, podemos criar contextos que desencorajam o abuso de acontecer.

Para ajudar a combater chefes abusivos, Johnson afirma que é necessário que os funcionários sejam incentivados a terem conversas construtivas com seus supervisores, pois isto abre portas para um ambiente profissional mais empático, onde funcionários em cargos altos podem estar mais atentos às suas ações e como elas afetam ao todo.

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