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Bolsonaro segue estável e recebe tratamento preventivo contra trombose

Especialistas explicam o motivo do candidato ter que prevenir a doença após realizar cirurgia

18 set 2018 - 16h16
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Após levar uma facada no dia 6, o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, está com estado de saúde estável, não apresenta febre e nem sinais de infecção. As informações são do boletim médico divulgado no sábado (15), pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

Foto: Sergio Lima/Bloomberg
Foto: Sergio Lima/Bloomberg
Foto: Getty Images / Minha Vida

Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e recebe tratamento para prevenção de trombose venosa após 60 horas da última cirurgia, realizada para corrigir a aderência que obstruiu o intestino delgado, Bolsonaro segue em recuperação e sem dor.

De acordo com equipe médica, Jair Bolsonaro permanece com sessões de fisioterapia, exercícios respiratórios e fortalecimento muscular.

Quando esse tipo de tratamento é indicado?

De acordo com o cirurgião vascular Marcelo Monteiro, o risco de trombose venosa profunda (TVP) é sempre maior nos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos e que necessitam permanecer em repouso durante o período de recuperação pós-operatória.

"As situações de estresse cirúrgico desequilibram a função da coagulação sanguínea, aumentando as chances de coagulação do sangue dentro de uma veia importante, geralmente do sistema profundo dos membros inferiores", explica o cirurgião.

Segundo Camila Succi, gerente médica do Hospital Santa Paula, o trauma local causado nos vasos sanguíneos do candidato à Presidência, tanto em decorrência do ferimento por arma branca como durante o ato operatório, estimula a liberação de substâncias que promovem a formação de coágulos (trombos na corrente sanguínea).

É importante ressaltar que o sistema venoso depende de atividade física para funcionar bem. Por isso, a inatividade comum em um pós-operatório - como no caso de Bolsonaro - deixa os músculos das panturrilhas contraídos, dificultando o retorno do sangue das pernas em direção ao coração, o que aumentaria o risco de trombose.

Além disso, outros fatores de risco para o caso de Jair Bolsonaro são: a idade acima de 40 anos e a presença de cateter venoso central (dispositivo para receber medicação), que causa irritação direta na parede do vaso sanguíneo. Quanto maior o número de fatores de risco, maiores as chances de desenvolver a doença.

Como prevenir a trombose?

Dentre as medidas de prevenção da TVP, a mais comum é o uso de anticoagulantes, mas o seu uso é contraindicado em situações de cirurgia recente, visto que pode aumentar o risco de sangramento na área recém operada. Sendo assim, podem ser usadas outras medidas, como o uso da compressão elástica, através das meias chamadas "anti-trombos".

"A compressão da meia aumenta a velocidade do fluxo sanguíneo nas veias, diminuindo a estase e o risco de coagulação do sangue. Esse método ainda pode ser adaptado a um sistema de compressão pneumática, onde o paciente é vestido com um par de meias infláveis, insufladas de forma intermitente, mantendo o bombeamento sanguíneo mesmo com o paciente deitado", afirma o cirurgião vascular Marcelo Monteiro.

Risco de trombose

"A trombose venosa profunda, popularmente chamada de trombose, é uma doença que não discrimina sexo, idade, orientação sexual ou raça. Qualquer paciente hospitalizado está sob risco", esclarece Camila Succi.

Com isso, a TVP é considerada a principal causa de morte evitável em pacientes hospitalizados, já que pode evoluir para um quadro grave chamado Embolia Pulmonar (EP), sendo a sua prevenção de fundamental importância.

Minha Vida
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