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Depressão não tratada modifica o cérebro com o tempo

Novas pesquisas apontam que a depressão pode ser tão grave quanto doenças como Alzheimer e Parkinson

9 abr 2018 - 14h05
(atualizado às 14h44)
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A depressão tem o poder de afetar quem sofre com o problema de maneiras profundas. O potencial destrutivo desse estado mental é evidente, e infelizmente, muitas pessoas acreditam que seja perda de tempo dar atenção à esta condição. Porém, um estudo publicado pelo periódico The Lancet Psychiatry, mostra que pessoas que sofrem de depressão por mais de uma década têm a estrutura de seu cérebro modificada negativamente.

Todos os 21 antidepressivos testados se mostraram eficazes no combate a sintomas da depressão
Todos os 21 antidepressivos testados se mostraram eficazes no combate a sintomas da depressão
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

Anteriormente, os pesquisadores do estudo atual já haviam encontrado uma relação entre inflamação cerebral e a depressão. O desdobramento deste estudo resultou numa mudança de pensamento em relação aos possíveis tratamentos para a doença. As evidências mostram que cada vez mais, a depressão não só causa um distúrbio biológico que traz problemas imediatos, como também com o tempo, altera o cérebro de uma maneira que os tratamentos disponíveis no mercado atualmente se tornam ineficazes.

Como foi feito o estudo

O estudo está em fases iniciais, e portanto, envolveu apenas 80 participantes; 25 com depressão não tratada por mais de 10 anos, 25 com depressão por menos de uma década, e 30 nunca foram diagnosticados com a doença. Todos passaram por uma tomografia com emissão de pósitrons, com o intuito de localizar um tipo específico de proteína que só é gerada quando ocorre uma inflamação cerebral em resposta a alguma lesão ou doença.

Uma quantidade equilibrada desta inflamação nos protege contra doenças e auxilia na recuperação de nossa saúde. Mas esta inflamação em grandes quantidades causam problemas cardíacos e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. E o dado preocupante é que nesse experimento, a proteína resultante desse processo inflamatório encontrava-se em grandes níveis em várias partes do cérebro do grupo que sofria por mais tempo com a depressão, como no córtex pré frontal, área responsável pelos comportamentos e pensamentos complexos.

Conclusão

O estudo ainda precisa ser aprimorado e refeito com mais participantes, para que possa ser considerado válido como base em futuros tratamentos contra a depressão. Isto provaria que a depressão compartilha similaridades com doenças degenerativas como o Alzheimer, modificando o cérebro de maneiras ainda não totalmente conhecidas.

Alguns sinais mostram que você pode estar com depressão

Muitas vezes não é possível identificar se você está apenas triste ou se está depressivo. Portanto, é importante saber as diferenças entre os dois termos, tristeza e depressão, e conhecer alguns sintomas da doença. Veja a seguir:

Tristeza x Depressão

A tristeza pode ocorrer desencadeada por algum fato do cotidiano, onde a pessoa realmente sofre com aquilo até assimilar o que está acontecendo e geralmente não dura mais do que quinze a vinte dias. Já a depressão se instala e se não for tratada pode piorar e passar por três estágios: leve, moderada e grave.

Pode-se notar os seguintes sintomas:

  • Apatia
  • Falta de motivação
  • Medos que antes não existiam
  • Dificuldade de concentração
  • Perda ou aumento de apetite
  • Alto grau de pessimismo
  • Indecisão
  • Insegurança
  • Insônia
  • Falta de vontade em fazer atividades antes prazerosas
  • Sensação de vazio
  • Irritabilidade
  • Raciocínio mais lento
  • Esquecimento
  • Ansiedade
  • Angústia.

Além disso, o indivíduo pode apresentar alguns sintomas físicos que os médicos não conseguem encontrar causas aparentes, como:

  • Dores de barriga
  • Má digestão
  • Azia
  • Constipação
  • Flatulência
  • Tensão na nuca e nos ombros
  • Dores de cabeça
  • Dores no corpo
  • Pressão no peito

Portanto, independentemente do tempo que sofra com a condição, e caso se identifique com alguns sintomas citados acima, procure um especialista, para que seja possível ter um diagnóstico preciso, evitando futuras complicações que podem ir muito além do emocional.

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