Esses tempos... de espiritualização
Tempos difíceis, tempos nunca antes visitados.
A expansão dessa terrível ameaça, doença que nos rodeia, a todos, sem respeitar fronteiras, se alastrando pelo mundo numa vertiginosa rapidez, sem deixar o benefício (por enquanto) de abrigos e paliativos, indomável, insistente, se entranhou na vida da gente como um veneno.
Perplexos e assustados, temos as mais diversas e inesperadas reações. Alguns cumprem as normas de segurança, outros as desafiam, outros ainda parecem querer ignorar, discordar, de qualquer maneira são acionadas todas as formas possíveis de defesa.
Os objetos de desejo, que até ontem estavam abrigados em nossos sonhos, se deslocaram de repente: aquela roupa vista no shopping, o passeio planejado, um novo estojo de maquiagem, a comemoração do aniversário, todos esses projetos se posicionaram abaixo de uma necessidade maior: preservar a saúde.
De repente parece que ficou tarde para fazer a dieta, se afastar do tabaco, controlar melhor o álcool. De repente ficou urgente fazer as pazes com os inimigos. A assustadora idéia da morte, sombra pesada e longa, se estendeu por absolutamente todo o planeta, tocou com seus longos dedos tantos seres.
Será acaso? Será advertência? Principalmente parece ser resultado da Evolução da própria Humanidade e suas marcas singulares, particulares. Trata-se de observar a interação entre Nós e o Planeta, localizando a força tremenda do desafio que temos pela frente.
Certamente essa situação levará a mudanças profundas e extremas. Provavelmente a feição material da Terra e de nossa aventura aqui vai passar por modificações profundas, transformando a forma de vida de todos, reformando as instituições, o papel da ciência e a própria essência da religião.
Suspensos como estarão os mais diferentes rituais e encontros, tudo certamente mudará, menos a Espiritualidade. Ela, centro íntimo, resiste e, em muitos casos, poderá até ser reforçada, alicerce íntimo mais interior, abrigo mais profundo.
Eis minha compreensão desse aspecto das expressões esotéricas: menos rituais, mais introspecção, mais entendimento pessoal, mais amadurecimento de formas elevadas, mais proveito pessoal.
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