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Hiperestímulo do ovário para reprodução tem riscos sérios

30 jul 2012 - 08h51
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A síndrome do hiperestímulo ovariano acontece quando o organismo da paciente responde de maneira exagerada aos hormônios de estimulação ovariana. Os ovários passam a liberar estrógeno em altas quantidades e a mulher retém líquido no abdômen, no pulmão e até no coração. Se o hiperestímulo não for diagnosticado a tempo, a paciente pode precisar de internação e, nos casos mais graves, corre até risco de morte.

A síndrome do hiperestímulo ovariano acontece quando o organismo da paciente responde de maneira exagerada aos hormônios recebidos
A síndrome do hiperestímulo ovariano acontece quando o organismo da paciente responde de maneira exagerada aos hormônios recebidos
Foto: Dreamstime / Terra

Os hormônios da estimulação ovariana são ministrados em mulheres que estão passando por alguma das técnicas de reprodução assistida. De acordo com Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, a síndrome é mais presente nas pacientes em tratamentos de alta complexidade - fertilização in vitro clássica e fertilização in vitro com Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI) -, porque nesses métodos a demanda por óvulos é maior e a estimulação precisa ser aplicada em doses mais fortes.

Para o obstetra, os casos de síndrome de hiperestímulo ovariano são cada dia mais raros. "No passado, o risco já foi mais elevado. Hoje, o conhecimento médico evoluiu e o risco de desenvolvimento da síndrome diminuiu", afirma. "No entanto, existem algumas pessoas que, por alguns fatores específicos, apresentam maior sensibilidade ao tratamento de estimulação ovariana."

Fazem parte do grupo de risco mulheres que são portadoras de ovários policísticos e as pacientes muito jovens. Segundo o ginecologista, nesses casos as doses de hormônios são mais baixas e o médico deve ter atenção redobrada na evolução do quadro.

Como tratar

O médico diagnostica um hiperestímulo ovariano por meio das ultrassonografias transvaginais. Diante dos exames, o especialista pode perceber o crescimento exagerado dos ovários ou folículos muito grandes. Essas imagens indicam que a paciente está com a síndrome.

Logo que os sintomas forem diagnosticados, o médico pode diminuir a dose de hormônios da estimulação ovariana e observar como a paciente evolui ou ainda ministrar medicamentos que inibam a liberação de estrógeno em excesso. Em alguns casos, será necessário abortar o ciclo. O especialista fará a coleta dos óvulos e vai fazer o congelamento do material. Quando a paciente estiver recuperada, os embriões poderão ser transferidos. A medida é necessária em determinadas situações, pois os embriões também estimulam a produção do hormônio.

O ovário após síndrome

De acordo com o ginecologista, na maioria dos casos a síndrome do hiperestímulo ovariano não deixa sequelas nas pacientes. No entanto, pode acontecer de a síndrome "machucar" os ovários.

"Por conta dos efeitos do hiperestímulo no ovário, algumas mulheres podem ter uma menopausa precoce. Não é comum que isso aconteça. A incidência maior é nos casos de hiperestímulo grave", esclarece o médico.

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Fonte: Cross Content
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