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Engenheira cria primeira cerveja probiótica do País

5 ago 2011 - 10h52
(atualizado às 15h23)
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A cerveja apresenta diversos benefícios para a saúde. Os estilos escuros, como Porter e Stout, são ricos em flavonoides, antioxidantes capazes de prevenir o envelhecimento da pele e diminuir o colesterol ruim. Mas a bebida, que é uma das mais consumidas em todo o mundo, pode apresentar outras qualidades, inclusive leveduras probióticas. Essa foi a descoberta inédita da engenheira de alimentos e doutoranda em Engenharia Química, Amanda Felipe Reitenbach, de Florianópolis (SC).

Cerveja probiótica é feita 100% de ingredientes vegetais
Cerveja probiótica é feita 100% de ingredientes vegetais
Foto: Getty Images
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"Eu precisava fazer uma pesquisa de mestrado e como já havia trabalhado com cerveja, queria algo inovador e relacionado à bebida. Notei que havia uma tendência nos alimentos probióticos e comecei a pesquisar sobre o assunto, vindo a encontrar uma levedura do gênero Saccaromices, de alta fermentação, que correspondia às funções esperadas", explicou.

Os alimentos probióticos são aqueles que contêm organismos vivos que fazem bem à saúde, principalmente à flora intestinal. A maioria dos alimentos com esta característica são derivados de leite, já que as bactérias usadas costumam viver no meio lácteo. Diferentemente destes alimentos, a cerveja precisava de uma levedura, ou teria seu sabor e aroma alterados. "A bebida ficaria mais ácida. Embora existam estilos com este sabor, como as Lambic, não são cervejas de alto consumo", disse. Além disso, por usar leveduras, Amanda destacou que é um produto 100% de origem vegetal.

Ao longo das pesquisas, Amanda disse que contou com o apoio da cervejaria Heineken e testou a levedura nos estilos Pilsen e Weiss (de trigo), sendo eles de baixa e alta fermentação, respectivamente. "Embora a levedura continue viva na cerveja, ela é inativada e não há uma refermentação na garrafa, como acontece com alguns estilos. A bebida não é pasteurizada também para não matar a levedura e, por isso, não pode perder a refrigeração, tendo como vida útil 28 dias", contou a engenheira de alimentos.

A cerveja probiótica desenvolvida por Amanda ainda não é comercializada e a Heineken ainda está analisando a possibilidade de produzi-la. Segundo a profissionais, a bebida traz benefícios à saúde, quando consumida com moderação em doses diárias de até 200 ml, afinal, é uma bebida alcoólica. "A cerveja probiótica ajuda a equilibrar a flora intestinal, inibe patógenos que fazem mal à saúde, ajuda a aumentar o colesterol LDL, conhecido como bom colesterol, aumenta as células de defesa do organismo e ajuda na absorção de nutrientes", enumerou.

A bebida deve ser servida a uma temperatura média de 8°C para que suas características sensoriais possam ser notadas e apreciadas. Temperaturas mais baixas deixariam as papilas gustativas amortecidas, escondendo sabores e aromas da cerveja. Já as leveduras, podem sobreviver a uma temperatura de até 40°C. "Só não acho que alguém vai querer provar a bebida nessa temperatura", brincou Amanda.

Heineken ratifica informação

A Heineken foi procurada pelo Terra para falar sobre a possibilidade de fabricar a cerveja probiótica e sobre o apoio que ofereceu à pesquisa e recebeu a seguinte resposta oficial: "a Heineken Brasil não faz nenhum apoio oficial à pesquisa citada. A engenheira Amanda Felipe Reitenbach, por meio de contatos pessoais, conseguiu apenas que a fábrica doasse uma pequena quantidade do mosto de cerveja para poder fazer suas análises".

Assim, ainda não se sabe quando a cerveja probiótica poderá ser lançada no mercado.

Fonte: Terra
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