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Queimaduras, quedas, sufocamento: como proteger os filhos de acidentes domésticos?

Durante incidente, pais e cuidadores precisam manter a calma antes de agir; entenda

8 jun 2019 - 08h13
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Quando o bebê nasce, a família se prepara para a chegada do pequeno: compra toda a espécie de itens de maternidade e, em alguns casos, até reforma a casa. No entanto, as crianças crescem rápido e logo aprendem a ficar sentadas, a engatinhar e a dar os primeiros passos. É aí que mora o perigo.

Quedas, dedinhos que ficam presos nas portas, sufocamento com o leite, saliva ou objetos que a criança põe na boca, as batidas que ela pode dar na cabeça e, eventualmente, queimaduras são os principais acidentes registrados.

Na primeira infância, os bebês ficam em casa, na maioria das vezes. E é lá o lugar onde os acidentes mais acontecem, de acordo com o ortopedista pediátrico Bruno Massa, dos Hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. "E acontece, em especial, em momentos em que os pais acabam perdendo um pouquinho a atenção na criança depois que ela anda. A criança está em risco o tempo inteiro, pois quer conhecer o mundo, o que está ao redor dela e é tudo novidade. Uma tomada é algo que chama atenção, um objeto, uma geladeira que tem a tomada e às vezes ela pode puxar, uma televisão", ressalta o especialista.

E como nossas casas não são adaptadas para o mundo dos pequeninos, não é raro observá-los se pendurando nos móveis. "A criança quer olhar o que está acima da mesa porque ela não alcança. Ela pode puxar a toalha e cair em cima dela alguma coisa quente, alguma coisa cortante. É sempre perigoso. Em crianças mais velhas, podem ocorrer os entorses, os traumas diretos, as quedas de bicicleta", segundo o ortopedista pediátrico.

Quando o acidente já aconteceu, é compreensível que os pais fiquem com os nervos à flor da pele e tomem atitudes equivocadas. O médico Bruno Massa afirma que é preciso entender o que aconteceu com a criança antes de agir: "A maioria dos acidentes são menores, que não exigem nenhuma atitude, mas é preciso entender a gravidade deles e para isso é preciso ter calma. Os pais, na hora que veem a criança chorando ou machucada, entram em um estado de desespero que, claro, é esperado. Você acaba tendo uma preocupação grande com a criança que não sabe dizer exatamente o que tá acontecendo. Então você precisa ter calma para entender o que está acontecendo".

Como proceder em situação de acidentes domésticos

Manter a calma e identificar o que está acontecendo com o filho é fundamental. É importante observar se a criança está acordada ou não, sonolenta, se está chorando, engasgada, vomitando, se tem algum corte, machucado ou queimadura. Se caiu, está conseguindo colocar o pé no chão?

As possibilidades de acidentes domésticos com crianças na infância são muitas. No entanto, com ajuda do ortopedista Bruno Massa, listamos as principais situações e procedimentos a adotar com os pequenos. Confira:

* Fraturas: A criança que caiu e torceu o pé, pede colo e está com alguma dor. Então pode ser um quadro de fratura. Você pode imobilizar, com uma faixa ou pedaço de papelão, só para manter o alinhamento e deixar a criança mais confortável;

* Cortes e machucados: Normalmente, um pacote de gaze e atadura resolve a maioria dos cortes e machucados simples. É importante proteger o local da ferida até que você chegue ao atendimento de urgência, para que seja tomada a atitude devida;

* Queimaduras: Se você constatar que é uma queimadura mais leve, você pode passar algum hipoalergênico ou creme cicatrizante. Tire a roupa que está em contato com a pele afetada e coloque a área em água fria por mais ou menos cinco minutos. Isso vai aliviar a dor. Caso a roupa esteja grudada na pele, não tente tirar e leve a criança para o pronto socorro imediatamente. Se as áreas afetadas forem rosto, genitais, mãos ou pés, também busque ajuda profissional, pois essas regiões são delicadas;

* Engasgamento: É extremamente perigoso e pode matar. Em relação aos bebês, em geral engasgam com o leite e com a saliva. A criança mais velha pode engasgar com um objeto. A ideia é, a não ser que você consiga ver claramente o objeto, que você não tente tirar. Porque pode acabar o empurrando para uma região ainda mais difícil de tirar. Para fazer a manobra, apoie a criança nas suas coxas e faça uma pressão nas costas até que ela chore, abrindo as vias aéreas. De qualquer forma, o ideal é os pais aprenderem a realizar a manobra com profissionais em saúde.

Dependendo da gravidade do acidente, existe o telefone dos bombeiros, que podem auxiliar nas diretrizes e manobras que os pais precisam fazer. O número é o 193. Não dá para esperar e marcar uma consulta com um especialista, em alguns casos. Levar para a emergência pode evitar consequências mais graves para seu filho.

Tenha sempre um kit de primeiros socorros

Cuidados básicos podem ser feitos antes de levar os pequenos ao hospital, dependendo do acidente. E, em casos mais simples como um arranhão provocado por uma queda, limpar e fazer um curativo já é o suficiente para seu filho voltar correndo para a brincadeira.

Por isso, deixe preparado um kit de primeiros socorros ao seu alcance e veja o que não pode faltar dentro da sua caixinha:

* Gaze e esparadrapo micropore

* Algodão

* Álcool 70% para desinfecção

* Analgésico, em caso de dor

* Antitérmico, para diminuir a febre

* Termômetro (o ideal é ter o de axila)

* Soro fisiológico para limpeza de ferimentos

Em machucados, é importante lavar com água e sabão antes de fazer o curativo. Em outros casos, o procedimento vai depender da orientação médica. Portanto, evite medicar seu filho para outras finalidades além de dor e febre.

Estadão
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