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Conheça Yamara, brasileira que percorreu a América Latina fazendo trabalhos voluntários com um Fusca

Mulher viajou para os EUA com pouco dinheiro; na volta, deu suas roupas para desabrigados em Honduras e doou sangue para feridos de guerra civil na Nicarágua

24 nov 2018 - 07h11
(atualizado em 26/11/2018 às 10h05)
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Sem falar inglês e espanhol, Yamara passou cerca de oito meses numa aventura pela América e diz que os interessados em fazer mochilão precisam 'se jogar', mesmo que tenham medo.
Sem falar inglês e espanhol, Yamara passou cerca de oito meses numa aventura pela América e diz que os interessados em fazer mochilão precisam 'se jogar', mesmo que tenham medo.
Foto: Instagram / @yamara__ / Estadão

"Fazia tempo que a rotina de escritório não me agradava, perdi as contas de quantas vezes voltei chorando no transporte público me questionando sobre a vida. Há quem diga que isso é viver, mas isso definitivamente não era para mim".

Foi com esse desabafo que Yamara Silva, publicitária de família humilde e nascida em Interlagos, na zona sul de São Paulo, decidiu se reinventar. Ela pegou um vôo para Califórnia, nos Estados Unidos, em março deste ano, com pouco dinheiro e sem ter a menor ideia do que lhe esperava. "Saí sem saber o que fazer da vida, com vontade de encontrar o caminho para a felicidade", explica.

Yamara, de 27 anos, chegou a alugar um carro para dormir - por ser mais barato que uma casa -, trabalhou entregando comida, pedia dinheiro na rua e fazia uma refeição por dia no país. "Não lembro ao certo quanto de grana levei. Passei os maiores perrengues da minha vida e agradeço ao McDonald's por oferecer comida a um dólar", brinca. "Jamais imaginei conquistar tantos sonhos em uma única aventura", completa.

No entanto, o esforço não foi em vão: ela queria conhecer seu ídolo Justin Bieber e comprar um Fusca amarelo para Sandra Regina, sua mãe, de 54 anos, que teve um carro igual roubado quando a jovem ainda era pequena.

Yamara chegou a cortar o cabelo com gilete por não ter 40 dólares para ir ao cabeleireiro.
Yamara chegou a cortar o cabelo com gilete por não ter 40 dólares para ir ao cabeleireiro.
Foto: Instagram / @yamara__ / Estadão

Determinada em conhecer o cantor, ela acompanhou a agenda dele, viajou para San Diego e o conheceu em frente a um mercado da cidade, em maio. "Cheguei pertinho e falei logo 'hey Justin, I don't speak english very well meu filho, but I love you muito pu** que pa***, você é fo**', e desse jeitinho nos entendemos", relata. "Ele sorriu e falou que 'tudo bem', perguntou de onde eu era e eu quis berrar 'Brasil, viado. Você acredita?'. Gastei todo meu inglês e mandei um 'inspiration for me viu, you know? You are amazing'. Ele agradeceu o carinho e a gente se abraçou", completa. Veja abaixo o momento.

Quatro meses se passaram e ela comprou um Fusca amarelo conversível de 1972 para sua mãe, após trabalhar muito e conhecer pessoas que a ajudaram. "Às vezes a gente precisa mais de cara e coragem do que de dinheiro, e você vai descobrir que tem muitas oportunidades e muita gente boa nesse mundo", assegura.

Estadão
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