Cientistas pedem 'zonas sem selfie' após mortes acidentais
Em um período de seis anos, 259 pessoas morreram enquanto tiravam fotografias
Um grupo de cientistas publicou no Journal of Family Medicine and Primary Care um manifesto pedindo a criação de 'zonas sem selfie' em locais públicos pelo mundo. O documento revela que 259 mortes nessas circunstâncias foram registradas entre 2011 e 2017.
Os homens são mais propensos do que as mulheres a morrer dessa maneira: 72,5% das vítimas são do sexo masculino e 27,5% do feminino. Afogamento, atropelamento e queda são as causas mais comuns.
O principal autor da pesquisa, Agam Bansal, realizou a análise no Instituto de Ciências Médicas da Índia. "As selfies não são prejudiciais, mas o comportamento humano que as acompanha é perigoso", analisa.
O cientista acredita que 'zonas sem selfie' deveriam ser criadas para diminuir os casos de morte, principalmente no mar, edifícios altos e picos de montanhas.
Agam Bansal criou o termo 'selficide' (selficídio, em português) para descrever as mortes. O cientista vasculhou recortes de jornais de todo o mundo para compilar os dados. Quase metade de todas as mortes por selfie ocorreram na faixa etária de 20 a 29 anos.
Os países que têm mais mortes nessas circunstâncias são Índia, Rússia, Estados Unidos e Paquistão. De acordo com o levantamento, 70 pessoas morreram afogadas, 51 atropeladas, 48 por quedas e fogo, 16 foram eletrocutadas e 11 por arma de fogo.
Para aprimorar as estatísticas de 'selficide', os cientistas pedem que a característica da morte que envolve as fotografias seja registrada pelas autoridades. "Selfies nunca são relatadas como uma causa oficial da morte. Acredita-se que as mortes por selfie sejam subnotificadas e que o verdadeiro problema precisa ser resolvido", diz o documento.