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Banda de metal foge do Irã alegando condenação por músicas 'satanistas'

Integrantes da Arsames questionaram a sentença de 15 anos de prisão em um vídeo publicado no YouTube

14 ago 2020 - 19h34
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Os integrantes da banda de death metal Arsames, que fugirão do Irã
Os integrantes da banda de death metal Arsames, que fugirão do Irã
Foto: Instagram / @arsames_official / Estadão

A banda iraniana de death metal Arsames informou na quarta-feira, 12, que fugiu do Irã após seus integrantes terem sido condenados a 15 anos de prisão por cantarem músicas "satanistas". Um vídeo publicado no canal no YouTube da banda no dia 9 de agosto criticou a decisão jurídica.

A fuga foi revelada pelo site Loudwire, que recebeu um comunicado enviado pela Arsames, formada em 2002. "Nossa música é sobre nossa cultura passada, história… eles pensam que quando gritamos e tocamos música rápido nós estamos fazendo satanismo!", diz a banda.

Os músicos também disseram que foram presos em 2017 enquanto ensaiavam em um estúdio, tendo sido soltos um mês depois, após pagar fiança, e ainda passariam por um julgamento. Eles teriam sido informados de que deveriam parar de trabalhar, vender produtos ou falar com a mídia até a sentença. O grupo fez uma pausa durante um ano, mas retomou as atividades.

"Nós tivemos que escapar do Irã", disseram os integrantes da banda, cujos paradeiros ainda não foram informados. No YouTube, a sentença foi questionada: "nós tocarmos metal é um crime? É um crime nós falarmos sobre a história persa? É um crime pensarem que nós praticamos satanismo quando temos músicas sobre Ciro, o Grande e monoteísmo?". A pergunta se refere ao rei Ciro II, que governou a região da Pérsia (atual Irã) entre 559 e 530 a.C.

A condenação da Arsames não é o primeiro caso de uma banda de death metal sentenciada à prisão por violação de leis contra a blasfêmia no Irã. Em 2019, os membros da banda Confess foram condenados a um total de 14 anos e meio de prisão, mas os integrantes já tinham fugido do país em 2015 após terem sido presos e soltos.

*Estagiário sob supervisão de Charlise Morais

Estadão
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