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TAILÂNDIA

Colares são cercados por mitos


NY Times
NY Times
Turista estrangeira experimenta o colar das Kayan
De acordo com os mais velhos, as mulheres da tribo Kayan (conhecida pelos estrangeiros como Padaung) têm os pescoços envoltos no colar de latão em um costume que data de centenas de anos. Os colares, que são presos permanentemente e parecem anéis individuais, pesam mais de 5 kg e parecem apertar o pescoço das mulheres em um comprimento de 25 a 30 cm. Mas na verdade os pescoços não são alongados. Ao invés disso, o peso dos colares, alargados na base, empurra a clavícula e a caixa torácica, abaixando o ombro.

O resultado é assustadoramente gracioso, com a cabeça flutuando acima dos ombros e o queixo projeto para frente como se em permanente curiosidade.

Quando as primeiras névoas da manhã ainda estão se dissipando, as mulheres se juntam no poço comunitário, lavam e escovam seus colares, usando uma tradicional combinação de lima, palha e casca de tamarindo. Palhas de aço são uma inovação moderna. Isto feito, elas vão cuidar de suas vidas diárias.

"Nós podemos fazer as mesmas coisas que qualquer pessoa", diz Mawe, de 18 anos, uma bela jogadora de vôlei. Elas cantam, elas dirigem motocicletas, elas caçam libélulas para comer. Elas também são excelentes lingüistas, conversando com os turistas, cada vez melhor, em inglês, tailandês, japonês, espanhol, alemão e até hebraico.

As mulheres dizem que primeiro são aplicados colares curtos nas meninas por volta de cinco anos, ou mesmo aos três anos de idade. A cada cinco anos, o colar é retirado e substituído por um mais longo e mais pesado. A decisão depende dos pais, mas a maioria das garotas na vila usam.

"Pode ser um pouco chato e quente, e dói no começo", conta Mawe, que usa 4,5 kg de metal ao redor do pescoço. Quando o colar é retirado para ser aumentado, ou para uma internação hospitalar, ela acrescenta, é preciso apoiar o pescoço com roupas até que ele se fortaleça.

"Quando você tira o colar, fica um pouco tonta, e por uns dois ou três minutos, não consegue andar", descreve. "Você se sente muito leve e com um pouco de dor de cabeça, como se você estivesse carregando uma mochila muito pesada e de repente a tirasse".

O costume de alongamento do pescoço é rodeado por mito e desinformação, muitos dos quais são adotados pelos guias tailandeses, que descrevem os ornamentos como armadura contra mordidas de tigre e falam de rituais animistas, pelos quais somente garotas nascidas em quartas-feiras de lua cheia podem usar os colares.

Os Kayan não têm história escrita e mesmo os mais velhos não sabem dizer ao certo quantas destas histórias são verdadeiras. A explicação mais aceita é que os colares são tanto ornamentos quanto uma maneira de guardar as riquezas da família de ladrões.

Agora são as próprias mulheres que se tornaram um produto de valor, tanto para suas comunidades quanto para autoridades e agentes de turismo tailandeses. Os visitantes pagam 250 baht (cerca de US$6) para guardas armados para entrar nas vilas.

Entre os Kayan, as "mulheres-girafa" também são uma fonte inédita de lucros, sustentando suas famílias e as vilas. Elas recebem salários mensais das autoridades que controlam os vilarejos, ganhando entre US$ 20 e US$ 40, mais o lucro da venda de souvenirs. A maioria dos homens prefere se casar com uma mulher que use o colar a uma sem, diz Mada. Aparentemente, o lucro está mantendo a tradição viva na Tailândia, mesmo com ela perdendo a força em Mianmar, onde se originou.

"É bom ter um pescoço longo se você está na Tailândia", avalia Mada. "Você pode ganhar dinheiro. Mas não se você está em Burma. A maioria lá parou de fazer isso. Comprar o metal e as decorações é muito caro. Lá não há nem arroz para comer".

Apenas alguns dos milhares de turistas que visitam a vila todos os anos sabem que as "mulheres-girafa" são refugiadas. Os guias turísticos e folhetos as descrevem como "uma das muitas tribos encontradas ao longo da fronteira da Tailândia".

"As mulheres Paudung de pescoço longo são a principal atração para atrair turistas para a nossa província", diz Poolsak Sunthornpanit, chefe da câmara de comércio da província de Mae Hong Son. Sem elas, explica, "todos os negócios relacionados ao turismo, como hotéis, restaurantes e transportes seriam terrivelmente atingidos".

Por enquanto, Poolsak não precisa se preocupar. A guerra em Mianmar está longe de ser resolvida. Apesar disso, as "mulheres-girafa" e suas famílias dizem que sonham em voltar um dia para sua terra natal. "Ah, nós rezamos por isso todos os dias", diz Solomon Nansein, de 70 anos, um dos anciãos da vila Kayan. "Estamos esperando por uma mudança na situação lá. Se mudar pela manhã, voltamos na mesma tarde".

Serviço - As companhias que fazem tours para Nai Soi operam de Mae Hong Son. Chega-se lá de Bangcoc através da Chiang Mai, uma viagem de uma hora e meia. De Mae Hong Son para Nai Soi de carro são 45 minutos. Duas empresas fazem o tour por US$ 19 por pessoa:

  • Rose Garden Tour Co. - Koonloomprapas Road, 86/4 Tambon Chongkam, Ampur Muang, Mae Hong Son, telefone e fax: (66-053) 611 681
  • T.N. Tours - Koonloomprapas Road, 107/17, telefone: (66-053) 620 557, fax: (66-053) 620 060


    Leia mais:
    » A vila das mulheres-girafa


    New York Times

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