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BOLÍVIA

Mochila nas costas e muita disposição para conhecer lugares exóticos

Robson Fernandjes/AE
Monte Sajama, visto do parque
nacional homônimo, é o maior
do país, com 6.542 metros
Pouco lembrada pela maioria dos turistas brasileiros que viaja pela América do Sul, a Bolívia pode ser uma boa surpresa na rota dos viajantes. O país é o destino certo para quem quer embarcar em aventuras e não faz questão de roteiros recheados de bons museus e restaurantes sofisticados. Até porque, mesmo na capital, La Paz, com cerca de 1 milhão de habitantes, a infra-estrutura de turismo deixa um pouco a desejar.

Lá, o grande barato é o turismo ecológico, de mochilão nas costas, repelente em punho e muita disposição para conhecer lugares exóticos e, às vezes, selvagens. Dependendo do caminho escolhido, é possível passar um dia entre montanhas nevadas e outro embrenhado na quase intacta Floresta Amazônica boliviana, por exemplo.

Parques nacionais - O vice-ministro do Turismo, Edgar Torres Saravia, diz que o país vai priorizar o desenvolvimento do turismo ecológico, para tentar atrair mais turistas estrangeiros. Hoje, a Bolívia recebe cerca de 400 mil visitantes por ano - menos da metade dos que escolhem o Rio como destino. Nos próximos cinco anos, a intenção é fazer com que esse número suba para 1 milhão.

Desde 1992, ano da aprovação da Lei Geral de Meio Ambiente, foram criados vários parques ecológicos nacionais. Atualmente, as áreas de proteção ambiental correspondem a 12% do território boliviano. Ao todo são seis parques ecológicos. Os mais famosos, já com alguma infra-estrutura, são o Sajama e o Madidi.

O Sajama fica a 190 quilômetros de La Paz. A melhor forma de se chegar até lá é de carro. O preço da locação é bem salgado. O aluguel de um modelo de tamanho médio, como um Corsa ou Gol, custa US$ 30 diários. Ainda há a opção de fretar um táxi. A príncípio, o preço é o mesmo, mas se você barganhar com o taxista é bem provável que consiga algum desconto.

Se você ficou em La Paz, que está a 3.600 metros acima do nível do mar, e teve problemas com a altitude, é provável que no Sajama, que está 4.100 metros, as dificuldades de respirar, por conta da escassez do ar, aumentem ainda mais. Para sentir-se melhor, a dica é tomar bastante água, comer pouco e andar devagar, com paradas estratégicas sempre que a respiração ficar mais ofegante. Também recorra ao chá de coca, que ajuda na digestão e alivia os efeitos da altitude. E nada de bebida alcóolica.

Tomadas essas precauções, você está apto para conhecer o parque. Coloque a mochila nas costas, devidamente abastecida com um bom lanche e água, já que você passará o dia inteiro por lá, a quilômetros de distâncias de bares ou restaurantes.

Cholas - No caminho até Sajama, você cruzará por diversos pueblos, pequenas aldeias habitadas pelos aymaras, povo indígena que, juntamente com os incas e os quíchuas, são a base da formação étnica do povo boliviano. As casas das vilas são simples, feitas de barro escuro e mal acabadas. Na porta de cada uma, há quase sempre uma chola, termo utilizado para definir as mulheres adultas que vestem as fardas - traje típico, que nada mais é do que uma sucessão de saias coloridas sobrepostas. Pare o carro e arrisque tirar uma foto e você verá o quão rápida pode ser uma chola. De acordo com a superstição, a máquina pode tirar-lhe a alma. Algumas cholas de La Paz já deixaram a tradição de lado. Elas permitem serem fotografadas, desde que se pague por isso.

Ainda no caminho até Sajama, os mais curiosos certamente perguntarão o que são as pequenas construções retangulares, feitas de barro, na beira da estrada. São chullpas, tumbas erguidas há mais de mil anos e onde até hoje os aymaras tradicionais enterram seus mortos. Outra atração do caminho até Sajama são as lhamas e suas parentes próximas, as vicunhas e as alpacas, que sempre pastam ao longo da estrada. São animais dóceis, que parecem ficar curiosos quando algum turista foca sua lente em sua direção. Alguns parecem mesmo estar posando.

Duas horas antes de chegar à administração do parque, onde é cobrada uma entrada de US$ 1,50, você já avista o grandioso Monte Sajama, o maior do país, com 6.542 metros de altura (o Pico da Neblina, no Amazonas, o mais alto do Brasil, tem 3.014 metros; o mais alto da América do Sul é o Aconcágua, entre Argentina e Chile, com 6.940 metros). A neve cobre o pico do Sajama o ano inteiro.

"O tipo de turismo mais comum aqui é o de contemplação", diz o diretor do parque, Teodoro Blanco. A maioria dos visitantes se contenta em admirar, boquiaberta, a grandiosidade das montanhas. Perto do Sajama, ainda há meia dúzia de montanhas, mais baixas, entre 4 e 5 mil metros de altura.

Outra boa dica de passeio na região é a área dos gases, lagoas formadas a partir de pequenas erupções vulcânicas, onde a temperatura média da água é de 100ºC. Quase todas as montanhas do parque são vulcões inativos. As altas temperaturas do solo alteraram a coloração das pedras que formam as lagoas.

Cada lagoa parece um quadro multicolorido. Escolha o que mais gostar e gaste um tempo apreciando a natureza.

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O Estado de S.Paulo

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