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PARANAPIACABA

Conheça a história de Paranapiacaba

Não há como narrar a história de Paranapiacaba sem falar do nascimento da ferrovia no Brasil. Em 1856, o Barão de Mauá e a recém criada empresa inglesa São Paulo Railway Co., receberam, por decreto de D. Pedro II, o direito de explorar a ferrovia que ligaria o interior paulista ao litoral.

A expansão da cultura do café dependia de meios eficazes para o escoamento da produção até o porto de Santos. As obras foram iniciadas em 1860, seguindo o projeto de engenheiros ingleses. Consistia no chamado Sistema Funicular, necessário para vencer os 796 metros entre o topo da Serra do Mar e a Baixada Santista.

Durante as obras, operários e técnicos estabeleceram um acampamento no local. Após a inauguração do primeiro Sistema Funicular, em 1867, parte deles permaneceu ali para fazer a manutenção, constituindo a Vila Velha, conglomerado de habitações construídas em estilo inglês e de maneira não planejada. Também nessa época, foi fundada o que atualmente é a cidade de Santo André, a qual Paranapiacaba pertence hoje.

A Vila de Paranapiacaba é formada por dois núcleos distintos. Um deles, a Parte Alta, abrigou comerciantes e trabalhadores menos favorecidos logo após a inauguracao da ferrovia. Posteriormente, os funcionários aposentados da ferrovia foram se instalando no local, o que fez com que a Parte Alta ficasse conhecida também como Vila dos Aposentados.

O estilo arquitetônico das moradias na Parte Alta não acompanhou o original da Vila Ferroviaria, sofrendo inúmeras modificações ao longo do tempo. O destaque fica por conta das construções de inspiração portuguesa, que formavam uma fachada única, rente à rua.

Fora dos limites de propriedade da ferrovia e esquecida pelo poder público, a região da Parte Alta cresceu de forma desordenada. Saneamento e eletricidade só foram instalados no final da decada de 1950.

O outro núcleo e a Parte Baixa, que inclui, além da Vila Velha, a Vila Nova, formada no final do seculo XIX, quando a ferrovia foi duplicada. A Vila Martin Smith, como também é conhecida, é constituida por casas de
madeira, pré-fabricadas, em estilo inglês.

A disposição das moradias respeitava uma ordem hierárquica. Casas maiores e não geminadas pertenciam a apenas uma família de ingleses. As demais eram distribuídas aos funcionários da ferrovia de acordo com a qualificação da mão-de-obra, da posição social e do seu estado civil.

Em 1901, as obras do Segundo Sistema Funicular foram concluídas. A Vila Nova abrigou o que hoje são os grandes atrativos arquitetônicos de Paranapiacaba. Ela foi equipada com a Estação Alto da Serra (destruída por um incendio em 1981), uma torre com relógio em estilo inglês, que controlava as horas de trabalho e lazer dos funcionários da ferrovia, além de oficinas, pátios de manobra, escritórios, clube, mercado, cinema e campos de golfe, equitação e futebol.

Numa das colinas mais elevadas foi erguido o Castelinho, casarão em estilo vitoriano, de onde o superintendente inglês supervisionava os pátios e toda a movimentação dos funcionários da companhia.

Em 1907, o vilarejo passou a chamar Paranapiacaba (do tupi-guarani, "lugar de onde se avista o mar"). Antes disso, era conhecido apenas como Estação do Alto da Serra.

A concessão da São Paulo Railway Co. terminou em 1946 e não houve acordo entre a companhia e o governo para sua renovação. A vila de Paranapiacaba e a ferrovia, que passou a se chamar Estrada de Ferro Santos-Jundiai, ficaram então sob o controle da União.

Na década de 50, muitas mudancas ocorreram, como a eletrificação da rede e a utilização do diesel e do óleo crú em substituição ao carvão. As máquinas antigas, os vagões e as locomotivas foram abandonadas nos pátios.

O término da concessão da São Paulo Railway Co. é apontado por antigos moradores como o início da decadencia da Vila. Com a desativação parcial do Sistema Funicular da Serra Velha, na década de 70, parte dos funcionários foi dispensada ou aposentada e outros foram contratados para cuidar do novo sistema de transposição da serra, construído com tecnologia japonesa e financiado por capital norte-americano. Em 1981, o Sistema Funicular foi totalmente desativado e o transporte de passageiros para Santos extinto.

Outra mudanca significativa para a Vila foi a criação do Parque Estadual da Serra do Mar, em 1977, para a conservação da biodiversidade e das áreas de mananciais.

A partir da década de 80, surgiram diversos movimentos para preservação do patrimonio histórico e natural da Vila. O Castelinho, o clube e o mercado foram restaurados. Em 1986, foi apresentado o Plano de Preservaçãao e Revitalização, e em 1987, Paranapiacaba foi tombada historicamente pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimonio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).

O tombamento incluiu o núcleo urbano, os equipamentos ferroviarios e a área natural que envolve a Vila, mas o resultado quase não foi visto. O abandono continuou evidente.

Agência Brasil

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