Fora do ar desde 2020, "Malhação" deve voltar à Globo em um novo formato. A emissora planeja relançar a produção como uma novela vertical, pensada para o consumo digital. A informação foi divulgada durante uma live interna com funcionários, na qual o diretor dos Estúdios Globo, Amauri Soares, apresentou a proposta de criar uma “novelinha” com jovens atores e linguagem alinhada às plataformas digitais.
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A novela vertical é um formato de microdrama desenvolvido para celulares, com foco direto nas redes sociais, e surge como resposta às mudanças no comportamento do público, que hoje acompanha a ficção principalmente por meio de vídeos curtos e dinâmicos no ambiente digital.
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Diferentemente do modelo tradicional da TV aberta, esse formato trabalha com capítulos breves, geralmente entre um e quatro minutos, estruturados com ganchos rápidos, tramas ágeis, linguagem direta e conflitos intensos, voltados à atenção do público jovem.
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Popularizado por aplicativos como o ReelShort, o modelo se consolidou como um fenômeno mundial e passou a ser adotado também pela Globo. A emissora já lançou algumas produções nesse formato em suas redes sociais e no Globoplay, entre elas "A Princesa e o Mistério do Bilionário Pobre", protagonizada por Gustavo Mioto, e "Tudo por uma Segunda Chance", na qual Jade Picon interpreta a vilã.
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Ao retomar "Malhação" nesse novo formato, a Globo busca recuperar aquele que foi seu principal celeiro de talentos na dramaturgia. O fim da novela não representou apenas o encerramento de um título histórico, mas também a perda de um núcleo fundamental para a formação de novos atores. Com o retorno do projeto, a emissora pretende renovar elenco, linguagem e plataforma, além de reconquistar o público jovem.
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"Malhação" foi uma novela adolescente da TV Globo exibida entre 1995 e 2020, criada por Andréa Maltarolli e Emanuel Jacobina. Com 27 temporadas e mais de seis mil episódios, a produção foi inspirada nas soap operas americanas, apresentou histórias organizadas em temporadas longas, com elencos renovados a cada fase, adotou uma abordagem direta do universo jovem e passou por diversas reformulações de formato, narrativa e cenários para acompanhar as mudanças do público.
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Inicialmente ambientada em uma academia, a trama migrou depois para escolas, casas, repúblicas e outros espaços. Tradicionalmente, cada temporada apresentou um casal de protagonistas, que enfrentava antagonistas e dividia espaço com personagens coadjuvantes e tramas paralelas.
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Nas primeiras temporadas, entre 1995 e 1999, a história se concentrou na academia Malhação, que deu nome à novela, e apresentou personagens como Mocotó e seus amigos, além de casais que marcaram o início da produção.
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A primeira temporada, exibida entre 1995 e 1996, acompanhou a trajetória de Héricles, interpretado por Danton Mello, que chega ao Rio de Janeiro e começa a trabalhar na academia. A trama girou em torno de seu romance com Isabella, vivida por Juliana Martins, namorada do lutador Romão, interpretado por Luigi Baricelli, além do cotidiano do espaço comandado por Paula, papel de Silvia Pfeifer. A vilã da temporada foi Juli, interpretada por Carolina Dieckmann.
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Outra temporada popular desse período foi a segunda temporada, exibida entre 1996 e 1997, que mostrou o retorno da turma à academia com cenários e figurinos renovados. O destaque foi o romance entre Luiza, interpretada por Fernanda Rodrigues, e o professor de jiu-jitsu Dado, vivido por Cláudio Heinrich, além da presença de atores como Camila Pitanga, Ana Paula Tabalipa, André Marques e Bruno De Luca.
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A partir de 1999, a novela passou a se ambientar no Colégio Múltipla Escolha, fase que se estendeu até 2009 e consolidou cenários fixos, como o Gigabyte e a república estudantil, além de personagens que ganharam grande identificação com o público.
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Entre as temporadas mais lembradas desse período está a sexta, exibida entre 1999 e 2000, que marcou a transição definitiva da academia para o colégio. A protagonista foi Tatiana, interpretada por Priscila Fantin, envolvida em um triângulo amoroso com Rodrigo Chaves, vivido por Mário Frias, namorado de sua amiga de infância Érica Schmidt, interpretada por Samara Felippo.
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Outro destaque foi a 11ª temporada, conhecida como "Malhação 2004" ou "Malhação da Vagabanda", exibida entre 2004 e 2005. A trama teve como centro o romance entre Letícia, interpretada por Juliana Didone, e Gustavo, vivido por Guilherme Berenger, jovens de origens sociais opostas. A temporada ficou marcada pela banda Vagabanda, formada por Gustavo, Natasha, personagem de Marjorie Estiano, e Catraca, vivido por João Velho, além de registrar a maior audiência da história da novela.
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Entre 2009 e 2020, "Malhação" passou a adotar novos formatos e cenários a cada temporada. "Malhação ID" apresentou histórias centradas em identidade e segredos, enquanto a temporada de 2012 trouxe o Colégio Quadrante, que reuniu personagens de diferentes contextos sociais.
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"Malhação Sonhos" destacou a Academia do Gael e a Escola de Artes Ribalta, com romances que se tornaram populares. Já "Malhação: Viva a Diferença" inovou ao ambientar a trama em São Paulo e ao reunir cinco protagonistas femininas.
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A última temporada inédita, "Malhação: Toda Forma de Amar", exibida entre 2019 e 2020, contou a história de Rita, interpretada por Alanis Guillen, que enfrenta uma disputa judicial pela guarda da filha entregue à adoção e se envolve com Filipe, vivido por Pedro Novaes, irmão adotivo da criança.
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A temporada foi interrompida pela pandemia de COVID-19, que levou à suspensão das gravações na TV Globo e ao encerramento antecipado da novela, com cortes de cenas e ajustes no texto, além de gravações finais realizadas sob protocolos de distanciamento.
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Anunciada em 2019, a 28ª temporada, intitulada "Malhação: Transformação", foi cancelada após a pandemia afetar as gravações, assim como o projeto "Malhação: Eu Quero é Ser Feliz". Com isso, a Globo encerrou a produção de novas temporadas, exibiu o último episódio inédito em abril de 2020 e manteve a faixa apenas com reprises até 2022.
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