Certas pessoas detectam melhor que outras um determinado componente do odor corporal chamado androstenona. Quem consegue perceber o cheiro também é mais propenso a gostar de outra pessoa ou a detestá-la com base apenas no odor caracterÃstico dela, informou uma nova pesquisa. "As pessoas sensÃveis à androstenona também são mais propensas a usar o cheiro como uma forma de avaliar os outros", explicou o coordenador do estudo, John D. Pierce Jr.A androstenona é um feromônio humano, substância quÃmica envolvida na atração e encontrada em secreções corporais como o suor. Os homens liberam mais androstenona, mas as mulheres também secretam a substância em pequenas quantidades. Cerca de metade das pessoas não consegue sentir o cheiro da androstenona. Entre os que percebem o feromônio, metade gosta do cheiro e o classifica como almiscarado ou semelhante a sândalo. Para o restante, o odor pode parecer com urina ou suor.
Como a androstenona é apenas um dos componentes do odor corporal, mesmo quem tem um nariz insensÃvel à substância pode identificar o cheiro geral de alguém, observou Pierce. Quando as pessoas sentem o cheiro de androstenona, "podem atribuir certos conceitos a um corpo que não conseguiriam fazer de outra forma", acrescentou o pesquisador.
No experimento coordenado por Pierce, os pesquisadores testaram a percepção do cheiro de androstenona de 258 estudantes que tinham, em média, 19 anos. Os especialistas pediram aos voluntários que cheirassem amostras de concentrados de androstenona e de acetato de amila, um lÃquido claro com odor semelhante ao de banana. Depois, solicitou-se aos voluntários que especificassem como o cheiro poderia afetar os sentimentos em relação a uma outra pessoa.
A equipe apresentou os resultados do trabalho durante um encontro recente da Sociedade Psicológica Americana, realizado em Nova Orleans (Louisiana). Do total de voluntários, 55 não conseguiram identificar o odor de androstenona, embora todos percebessem o cheiro do acetato de amila.
A capacidade de perceber a androstenona esteve relacionada à intensidade com que os participantes julgaram uma pessoa pelo cheiro. O grupo sensÃvel ao feromônio foi muito mais propenso a gostar ou não de uma pessoa a partir do odor dela. Quem classificou a androstenona como desagradável apresentou sentimentos mais fortes em relação à s pessoas a partir do cheiro do que os voluntários que gostaram do odor, observou a equipe.
Em entrevista, Pierce disse que o próximo passo da pesquisa será testar a capacidade das pessoas de identificar outros odores e a possibilidade de essa habilidade estar relacionada à intensidade com que alguém usa o cheiro para classificar os outros em um contexto social. Um dos próximos odores que os especialistas planejam avaliar é o cheiro caracterÃstico das axilas.
Reuters Health