Visita desmitifica a usina

Cristina Bodas, direto de Angra dos Reis

Talvez por falta de divulgação de informações, a maioria da população conserva muitos mitos em torno de uma usina nuclear. Muita gente imagina que Angra pode explodir a qualquer momento e que a radiação pode contaminar qualquer um que se aproxime do local. As coisas não são bem assim, mas confesso que nossa equipe chegou lá com um certo pé atrás em relação à segurança da visita a Angra 2, que havia sido previamente agendada.

Recebidos por um relações públicas da Eletronuclear, logo fomos surpreendidos pela eficiência do sistema de segurança para visita à usina: tivemos de declarar em detalhes cada um dos equipamentos que carregávamos e passamos por um detector de metais similar ao dos aeroportos. Além disso, a entrada em cada um dos prédios foi controlada por um sistema eletrônico que só permitia nossa passagem mediante a apresentação da identificação digital do relações públicas.

Ao passarmos pela ponte que liga o prédio administrativo ao da turbina tivemos uma primeira visão geral da usina. Tudo é muito maior do que parece quando avistamos Angra 1 e 2 da estrada Rio-Santos: desde a quantidade de computadores na sala de controle até o tamanho das turbinas e das torres de transmissão de energia elétrica.

Com exceção dos prédios onde estão o setor administrativo e a sala de controle, praticamente não se vê funcionários circulando nas demais áreas. Todo o funcionamento da usina - desde o reator até a captação de água - é controlado pelos computadores. E, em condições normais de funcionamento, apenas cinco operadores ficam na sala de controle administrando todo o sistema.

A visita termina em um prédio a 200 metros do setor administrativo, onde estão tambores de lixo atômico. Na entrada, apresentamos o CIC e recebemos um medidor de radioatividade. Na saída, se pudermos confiar 100% naquele instrumento pouco maior que uma caneta, terminamos a visita sem ter absorvido um grau sequer de radiação.

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