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Emissão de gases estufa tem alta recorde; novas metas freiam ritmo, mas não evitam colapso climático

Acordo de Paris prevê limitar aumento da temperatura do planeta a menos de 2ºC; saída dos EUA, sob Trump, do pacto global tem impacto de 0,1ºC

4 nov 2025 - 11h11
(atualizado às 13h00)
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As emissões de gases de efeito estufa bateram novo recorde em 2024, com aumento de 2,3% em relação ao ano anterior, impulsionada pela poluição atmosférica de países como China, Índia, Rússia e Indonésia. A análise é do novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado nesta terça-feira, 4.

Já o Brasil, no último ano, teve queda recorde de 11%, puxada pela redução no desmatamento na Amazônia. Os números vêm em tona às vésperas da Cúpula do Clima da ONU (COP-30), que será realizada em Belém a partir do dia 10.

Segundo Pnuma, os novos compromissos climáticos propostos pelos países para reduzir as emissões reduzem a escalada de aumento da temperatura da Terra, mas não em ritmo suficiente para alcançar os objetivos do Acordo de Paris, pacto contra o aquecimento global.

Uma década após o Acordo de Paris, havia a previsão de que os países atualizassem suas metas de redução de emissões de gases estufa. Menos de um terço das nações (apenas 60), porém, apresentaram compromissos atualizados. Entre aqueles que ainda não renovaram as metas, estão os países da União Europeia.

Com base nas atuais Contribuições Nacionalmente Determinadas (NCS), as metas para cortar a poluição atmosférica, o aumento na temperatura deve ficar entre 2,3º e 2,5ºC, abaixo da alta entre 2,6ºC e 2,8ºC calculados no relatório do ano passado.

Um dos reveses do último ano é o anúncio da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, com o retorno de Donald Trump, um negacionista climático, para a Casa Branca. Pelas contas da ONU, o impacto é de 0,1ºC.

"As nações tiveram três tentativas para cumprir as promessas feitas no âmbito do Acordo de Paris, e elas erraram o alvo", disse Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. "Embora os planos climáticos nacionais tenham alcançado algum progresso, ele está longe de ser rápido o suficiente, e é por isso que ainda precisamos de reduções de emissões sem precedentes em um prazo cada vez mais curto, com um cenário geopolítico cada vez mais desafiador."

Desde a adoção do Acordo de Paris, há dez anos, as previsões de temperatura recuaram do aumento de 3ºC a 3,5°C inicialmente previstos. Segundo especialistas, o aquecimento global deve aumentar a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como a tempestade recorde que devastou o Rio Grande do Sul em 2024.

Segundo os cientistas, frear a queima de combustíveis fósseis e acelerar a transição energética é o maior desafio para os próximos anos. Os esforços dos países nesse sentido, porém, são considerados insuficientes, com mais investimento na exploração de óleo e petróleo.

No Brasil, a licença para a exploração de petróleo na Margem Equatorial da Foz do Amazonas foi alvo de críticas por ambientalistas ao abrir uma nova frente poluidora do país que sedia a COP e quer se projetar como liderança nas negociações climáticas.

As alas do governo responsáveis pelo plano, por outro lado, dizem que foram tomados os cuidados técnicos para a preservação ambiental e defendem a geração de receita com a exploração de petróleo para financiar a transição energética e a superação de desigualdades sociais.

"Cada novo subsídio, cada nova licença é mais um golpe no (objetivo de limitar o aquecimento a) 1,5°C", afirma Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, que analisa políticas na área ambiental.

Na semana passada, o empresário Bill Gates pediu que o mundo repense sua abordagem à crise climática, argumentando que uma narrativa excessivamente catastrófica desvia recursos das soluções que poderiam ter o maior impacto no bem-estar humano.

O cofundador da Microsoft defendeu uma "mudança estratégica" — passando de um foco principal na limitação da alta da temperatura para priorizar melhorias na saúde, agricultura e desenvolvimento econômico nas regiões mais vulneráveis do planeta./ COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estadão
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