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Brasil pode ter 12 dias sem água por ano até 2050, aponta estudo

Regiões mais secas do Nordeste e Centro-Oeste podem ter situação mais severa, com previsão de mais de 30 dias do ano sem abastecimento

28 out 2025 - 18h57
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Resumo
Estudo alerta para uma redução anual de 3,4% na disponibilidade hídrica no Brasil até 2050, prevendo 12 dias de racionamento por ano, com impactos mais graves no Nordeste e Centro-Oeste, podendo superar 30 dias sem água.
Brasil pode ter 12 dias sem água por ano até 2050, aponta estudo
Brasil pode ter 12 dias sem água por ano até 2050, aponta estudo
Foto: Gemini

Um estudo do Instituto Trata Brasil projeta que a disponibilidade de água nas cidades brasileiras terá uma queda média de 3,4% ao ano até 2050 — o equivalente a cerca de 12 dias de racionamento anuais. Nas regiões mais secas do Nordeste e Centro-Oeste, a situação é mais severa, com previsão de mais de 30 dias do ano sem abastecimento.

Conforme o estudo “Demanda Futura por Água em 2050: Desafios da Eficiência e das Mudanças Climáticas”, divulgado nesta terça-feira, 28, em parceria com a consultoria Ex Ante, a demanda por água tratada no País deve saltar 59,3% nas próximas duas décadas. O crescimento será impulsionado pelo aumento das temperaturas, expansão urbana e desenvolvimento econômico.

Diante desse cenário, a pesquisa alerta para os desafios no abastecimento, já que o aumento da demanda, se não acompanhado pela redução de perdas, elevará o risco de desabastecimento e pressionará os recursos hídricos com a necessidade de maior captação. As mudanças climáticas, em aceleração constante, representam ainda mais uma camada de complexidade ao problema.

“Os dados apresentados reforçam a tendência de aumento no consumo de água, vindos com a maior oferta dos serviços, a expansão demográfica e o crescimento da economia. As tendências climáticas indicam restrição de oferta de água de 3,4% na média do ano por escassez de recursos hídricos em nossos mananciais", afirma Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil.

Para a executiva, o caminho a um 2050 com água para todos passa pela priorização do tema e aumento do investimento. "Estes dois fatores combinados trazem a urgência de adotarmos medidas imediatas e efetivas para reduzir as perdas no sistema de distribuição de água e planejarmos de forma sustentável a gestão e uso dos nossos recursos hídricos. Onde já enfrentamos escassez, como em partes do Nordeste e Centro-Oeste, a falta de água pode se prolongar por mais de 30 dias, o que traz impactos severos na saúde e na qualidade de vida das pessoas. É fundamental agir agora para promover eficiência, e preparar o país para enfrentar os desafios que as mudanças climáticas trarão nos próximos anos", acrescenta. 

Ainda de acordo com o estudo, até 2050 as cidades brasileiras devem ficar mais quentes e com um padrão de chuvas mais irregular. As projeções indicam aumento de cerca de 1°C na temperatura máxima e 0,47°C na mínima, com menos dias chuvosos no geral, mas eventos de precipitação intensa mais frequentes.

Essa mudança no clima reduz a reposição dos mananciais, agrava a aridez em regiões críticas e eleva o risco de desertificação. Como consequência, cada 1°C a mais na temperatura pode aumentar o consumo de água em 24,9% por pessoa, pressionando a demanda total em 12,4% além do previsto pelo crescimento econômico e populacional.

Desperdício de água poderia suprir demanda

O Brasil consumiu 10,725 bilhões de metros cúbicos de água em 2023, volume que equivale a uma média diária de 175,38 litros por pessoa — valor que já inclui as perdas do sistema. Os dados são do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SNIS), compilados pelo Instituto Trata Brasil.

No mesmo ano, o desperdício de água tratada ultrapassou 7 bilhões de m³, volume superior à demanda adicional projetada de 6,414 bilhões de m³. Esse montante seria suficiente para atender às necessidades futuras sem pressionar ainda mais os mananciais. Caso o índice de perdas fosse reduzido de 40,3% para 25%, a necessidade de produção de água cairia em 2,138 bilhões de m³.

As mudanças climáticas representam outro desafio: estima-se que o clima mais quente demande 3,5 bilhões de m³ adicionais por ano, já que o calor eleva o consumo doméstico, com mais banhos e hidratação, especialmente em períodos de baixa umidade.

Enquanto isso, a redução no desperdício avança a passos lentos. De acordo com o Trata Brasil, as cidades brasileiras vêm reduzindo as perdas em 0,6% ao ano, ritmo insuficiente para atender à demanda futura ou reverter o cenário atual de desperdício. 

Fonte: Portal Terra
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