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Verstappen dá o primeiro passo para o título em Abu Dhabi

Em volta espetacular e estratégia diferente, Verstappen fica com a pole e tem mais uma vantagem para o título da F1 2021 em Abu Dhabi

11 dez 2021 - 20h53
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Verstappen dá o primeiro passo para o título em Abu Dhabi
Verstappen dá o primeiro passo para o título em Abu Dhabi
Foto: Red Bull Content Pool

Quem acompanha o Parabólica leu aqui que a Red Bull poderia inventar algo diferente para poder colocar Verstappen em vantagem para a disputa do título perante Lewis Hamilton em Abu Dhabi. Na sexta, o neerlandês simulou trecho de corrida usando pneus macios, sendo mais rápido do que as Mercedes e seu companheiro Sergio Perez.

Neste sábado, muitas coisas acabaram mudando e levaram a uma modificação do cenário que vinha sendo pintado. Até o Treino Livre 3, a Mercedes parecia ser mais rápida em uma volta única e a Red Bull mais constante em ritmo de corrida. Porém, vamos listar uma série de coisas que impactaram na classificação:

- No fim dos treinos da sexta, a Pirelli anunciou um acréscimo de 1,5 bar nos pneus da frente e 1 bar nos pneus traseiros. Os italianos haviam percebido um maior desgaste dos compostos. Para ajudar na gestão, aumentaram a pressão. Isso retira um pouco do contato da borracha com o asfalto. Mas faz que se use menos energia nas curvas (o novo desenho acabou por aumentar o esforço sobre a estrutura) e esquente mais devagar. Embora pareça pouco, isso já faz diferença no acerto;

-  A Red Bull fez mais uma comparação no TL3 de asas traseiras. Além disso, teve que mexer novamente no acionamento do DRS, que já havia dado problemas no Qatar. Optou pelo uso de uma asa menor, de modo a reduzir o arrasto nas retas e ganhar mais velocidade, se garantindo na geração de apoio aerodinâmico que o difusor traseiro dá;

- A Mercedes descobriu uma falha no motor antes do TL3 e fez a troca da unidade de Bottas, colocando uma unidade mais antiga. Hamilton usou o motor de Interlagos, mas com uma regulagem menos nervosa;

- A Mercedes desde sexta vinha mostrando problemas de gestão dos pneus macios (C5 o mais macio da Pirelli). Desta forma, largar com os médios era uma opção interessante. Ao longo da temporada, o W12 se mostrou mais à vontade com compostos mais duros. E apresentou seu melhor desempenho no final de semana com os médios.

Junte isso ao talento de Max Verstappen, resultou na pole do neerlandês até uma distância que chamou a atenção de todos, mais de três décimos em relação a Hamilton. Entretanto, tanto o piloto quanto a equipe estão muito tranquilos (aparentemente) para a prova.

Entre os 10 primeiros, somente as Mercedes e Yuki Tsunoda largarão de pneus médios. O restante, com os pneus macios. Vimos que o máximo de voltas dadas com eles foram 22, o que daria cerca de metade da corrida (total de 58 voltas). Mas até agora não ficou claro até onde vai o bom desempenho deste composto. 

Até agora, a Pirelli só divulgou a estratégia de modo genérico. De acordo com os italianos, em condições normais, é uma corrida para uma única parada, independentemente da escolha inicial de composto. Duas paradas seriam usadas em caso de entrada de um Carro de Segurança. Mas as equipes usariam o composto duro (atual C3) que, por conta da temperatura caindo, aguentaria sem problemas (em princípio) até o final.

Para Verstappen, a jogada é tentar se manter à frente na largada, tentando esticar ao máximo a vida útil de seus pneus macios para evitar ao máximo o overcut de Hamilton. Estima-se que estes compostos iriam sem problemas entre a volta 15/20 (lembrando que a Red Bull não tem pneus macios novos) e o trabalho teria que ser muito bem feito para que, quando a parada fosse feita, o #33 não volte preso no tráfego.

Pelo lado de Hamilton, teria que ser uma corrida praticamente perfeita. Embora a Mercedes esteja melhor com os médios e estes lhe deem uma maior flexibilidade quanto à parada,  dependerá de uma largada favorável e, caso não fique à frente de Verstappen, fique próximo de uma maneira que não estrague os pneus e os aproveite ao máximo quando estiver com pista livre. Aí sim teria que contar com um trabalho perfeito do time na parada para tentar voltar à frente da Red Bull.

Pelo que vimos, as mudanças em Abu Dhabi deixaram a corrida mais fluida e rápida. Mas a F2 mostrou que ultrapassagem é algo difícil ainda. Portanto, largada e paradas de box serão determinantes para a definição do campeonato. Mas a escolha da Red Bull em dar mais velocidade para o treino vai servir para a corrida? E a Mercedes, vai liberar mais potência para Hamilton?

Todo o resto agora é secundário. Antes mesmo das luzes de largada se apagarem, Verstappen tem a vantagem de uma vitória a mais sobre Hamilton. Embora o medo de muitos seja que o campeonato se defina com uma batida, o que o público quer é uma luta sincera, aberta e leal entre dois gigantes da F1. Independente de quem fique com o título, tivemos uma temporada para entrar na história.

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