Stock Car no Galeão abre caminho para novas pistas no Brasil
A realização da prova da Stock Car no Aeroporto do Galeão abre horizontes para o automobilismo no Brasil
A realização da etapa da Stock Car (Pro e Series) no Rio de Janeiro é marcante por diversos aspectos. Primeiro, o retorno da categoria à cidade após 10 anos. Ainda foi em Jacarepaguá que a principal categoria do automobilismo brasileiro bateu ponto na capital fluminense. Tempo demais para uma praça tão importante.
Afinal de contas, desde a demolição de Jacarepaguá para a construção do Centro Olímpico para os Jogos de 2016, que o Rio de Janeiro não sedia nenhuma prova de grande monta. Se planejou a construção de um circuito de rua para a Fórmula-E e ainda o famoso projeto de Deodoro, cujo futuro caminha celeremente para a tumba do esquecimento.
O projeto de fazer uma corrida no Aeroporto do Galeão foi uma visão interessante para se viabilizar este retorno. Afinal de contas, a atual operadora, a RioGaleão, tem por objetivo dar outras destinações ao local, já que, em um momento em que o tráfego aéreo se encontra reduzido, outras receitas tomam uma importância maior ainda.
Há ainda a recolocação do Rio de Janeiro como praça para este tipo de eventos. Até apontamos aqui outras pistas que também tiveram aeroportos como base). A cidade tem tradição automobilística, remontando ao Circuito da Gávea (“Trampolim do Diabo”), Ilha do Fundão e Jacarepaguá. Na onda da definição da F1, o Rio de Janeiro é uma “cidade destino” e chama a atenção não só para o local, mas como a categoria em si.
Não podemos ignorar o fato de que atualmente uma praça esportiva tem que ser pensada de modo amplo. No caso de um autódromo, não somente se sobrevive com corridas. Não à toa que Interlagos vem se abrindo nos últimos anos para diversos eventos e vem se mantendo como um espaço importante para a cidade de São Paulo e com sua agenda cheia. Tantos locais também seguem esta linha.
Desta forma, a realização de corridas em cidades ou locais alternativos não pode ser descartada. E no caso do Brasil, a iniciativa abre espaço para que outros locais possam viabilizar projetos semelhantes. O Nordeste, por exemplo, que já teve corridas nas ruas de Salvador e tem circuitos em Caruaru (PE) e Fortaleza (CE), não pode fazer algo do tipo para levar a Stock de volta? Não só a Stock, mas outras categorias também.
Alguns dos problemas do automobilismo no Brasil passam não só por órgãos oficiais, mas também por conta dos demais integrantes do processo (organizadores, equipes e pilotos). Da mesma forma, as soluções também vêm daí. O GP do Galeão pode não ser uma solução maravilhosa, mas é muito boa e a prova de que se houver vontade, opções são viabilizadas. Que o Rio de Janeiro e a Stock Car reatem firmemente este compromisso e permaneçam juntos por muitos e muitos anos.