Ricciardo e McLaren encerram jejum na F1. Max e Lewis batem

O Grande Prêmio da Itália de 2021 tem vários motivos para entrar para a história. Daniel Ricciardo venceu sua primeira corrida desde 2018, enquanto a McLaren tem seu primeiro triunfo desde 2012 e primeira dobradinha desde 2010, quando ainda tinha como dupla Jenson Button e Lewis Hamilton. 

Não bastasse a quebra de jejuns, Monza testemunhou mais um importante capítulo da rivalidade cada vez mais acirrada entre Lewis Hamilton e Max Verstappen. Os dois se tocaram enquanto Hamilton saía dos boxes e foram parar na brita com o Red Bull enganchado em cima do Mercedes. Uma imagem emblemática para a dura disputa do título de 2021. 

Com os líderes do campeonato fora de combate e os segundos carros de Red Bull e Mercedes vindo de trás do grid, o caminho ficou livre para a McLaren voltar ao topo do pódio. 

Como aconteceu

A notícia de antes da corrida foi a ausência dos dois carros da AlphaTauri. Ambos já tiveram um péssimo dia na sprint de sábado, com Pierre Gasly batendo e Yuki Tsunoda tendo que parar nos boxes e caindo para último. Antes da largada, os dois carros tiveram problemas e nem chegaram a começar a corrida. Assim, Gasly, que venceu o GP da Itália do ano passado, não teve a chance de repetir o feito. 

Ricciardo, que não partia da primeira fila desde 2018, largou muito bem, passou Verstappen e assumiu a ponta ainda antes da primeira chicane. Hamilton saio do quarto lugar e também ganhou uma posição, passando Lando Norris de imediato. Na chicane seguinte, a Variante Della Roggia, ele tentou o ataque para cima de Max Verstappen. O holandês não deu espaço, forçando Hamilton a cortar a chicane. Com isso, Lando Norris reassumiu o terceiro posto. 

Outro momento de ação na largada foi protagonizado por Antonio Giovinazzi, que largou do sétimo lugar e partiu para cima das Ferraris de Charles Leclerc e Carlos Sainz. Mas um toque no Ferrari do espanhol o fez rodar e perder o bico, caindo para o último lugar. O safety car virtual foi acionado por uma volta. 

A primeira parte da prova foi marcada pelas perseguições de Verstappen a Ricciardo e, logo atrás, de Hamilton a Norris. Os McLarens contavam com a força do motor Mercedes para evitar uma aproximação dos líderes do campeonato nas longas retas de Monza. Hamilton colou em Norris na volta 12, mas o jovem inglês se defendeu bem e manteve o terceiro lugar. Com isso, Leclerc se aproximou dos dois. 

Red Bull e Mercedes fazem paradas ruins 

A Red Bull “blefou”, forçando a McLaren a chamar Ricciardo no final da volta 22 e dar início a sequência de pit stops. Mas os pneus de Max não aguentaram mais que uma volta, e ele precisou parar na volta seguinte. E aí, o improvável aconteceu: a Red Bull fez um péssimo pit stop. Verstappen ficou 11 segundos parado, perdendo posições. 

Enquanto a Red Bull se enrolava, Hamilton passava Norris e assumia a liderança momentânea. Norris parou no fim da volta e voltou à frente de Verstappen. 

Hamilton tinha uma carta na manga nessa batalha entre os quatro líderes: era o único com pneus duros, o que lhe permitia um primeiro stint mais longo. Mesmo assim, ele parou na volta seguinte, para evitar que os pilotos com pneus mais novos tirassem vantagem. A parada da Mercedes também não foi das melhores, demorando mais de 4 segundos. 

Mais um capítulo da rivalidade Hamilton-Verstappen

Na volta à pista, Hamilton saiu entre Norris e Verstappen. Os dois postulantes ao título entraram espremidos na primeira chicane. Sem espaço, eles se tocaram, com o carro de Verstappen sendo catapultado para cima do de Hamilton. Ambos fora. Cena emblemática do campeonato. Safety car na pista. 

Sob bandeira amarela, todos que ainda não haviam parado fizeram suas trocas de pneu. Ricciardo se manteve em primeiro, com Leclerc pulando para segundo e Norris em terceiro. Norris foi para cima de Leclerc e, na marra, assumiu o segundo lugar. Perez e Bottas também ultrapassaram o monegasco. Bottas, que largou do último lugar, já era o quarto. No fundão do grid, a briga entre os dois pilotos da Haas ganhou outro capítulo, com um toque de Mick Schumacher e Nikita Mazepin. 

Com os dois McLarens caminhando para uma dobradinha, Lando Norris começou a pressionar Ricciardo e reclamar no rádio de uma suposta lentidão do companheiro, o que estaria permitindo a aproximação de Perez e Bottas. Perez, a essa altura, já havia sido informado que teria uma punição de 5 segundos a cumprir por cortar a chicane em uma ultrapassagem. 

Na volta 43, Bottas foi para cima de Perez, chegou a fazer a ultrapassagem na Variante Della Roggia, mas tomou o troco logo em seguida. Em outro ponto da pista, Mazepin abandonou com problemas em seu Haas, forçando o acionamento de um safety car virtual para remoção do carro. Com bandeira verde, Ricciardo conseguiu desgarrar de Norris e abriu 2s de vantagem. 

O pelotão da frente se manteve inalterado até o final. Ricciardo controlou o ritmo e poupou pneus. Na última volta, ele mostrou total domínio sobre o carro e a corrida ao cravar a melhor volta. Primeira vitória do australiano desde o GP de Mônaco de 2018. Lando Norris foi o segundo, melhor resultado da carreira, e garantindo a McLaren a primeira dobradinha desde o GP da Turquia de 2010, para delírio da equipe e dos pilotos. Perez cruzou a linha de chegada em terceiro, mas com a punição de cinco segundos caiu para quinto. Melhor para Bottas, que fechou o pódio mesmo tendo largado dos boxes. 

A Fórmula 1 encerra a maratona de três finais de semana seguidos com corridas. O circo será armado novamente em duas semanas em Sochi, para o GP da Rússia, que acontece dos dias 24 a 26 de setembro.