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Holanda, 2021: como a Red Bull forçou o erro da Mercedes

Mercedes tinha dois carros para tentar tirar a vitória de Max Verstappen. Porém, não conseguiu estragar os planos da Red Bull

5 set 2021 - 18h09
(atualizado às 22h40)
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Verstappen vence na sua primeira corrida em casa
Verstappen vence na sua primeira corrida em casa
Foto: Twitter

Max Verstappen obteve neste domingo (5) a sua 17ª vitória. Talvez tenha sido a mais especial até agora por ser diante do seu público. Foi a junção perfeita entre piloto e equipe. Desde os treinos, a Mercedes viu que não conseguiria chegar, mas tinha a expectativa de ter ritmo para vencer a prova. 

Mesmo assim, o cenário não parecia dos melhores: Max Verstappen conseguiu a pole position, mas Hamilton e Bottas estavam em seus calcanhares. A luta seria solitária, pois Perez não passou do Q1 (por um erro da equipe) e iria largar dos boxes por ter instalado a quarta Unidade de Potência. Desta forma, a Mercedes tinha a vantagem de um carro sobre a Red Bull para conseguir a vitória.

Mas o planejamento da Mercedes começou a derreter logo na largada. Max Verstappen nem deu chance para Hamilton e logo abriu uma boa vantagem. Na terceira volta, já tinha uma folga de 2 segundos. Na oitava, tinha mais de 3 segundos a seu favor. Essa era uma diferença suficiente para evitar o que se chama de “undercut”. Ou seja, quando um piloto que está atrás faz a parada para, quando o piloto a frente parar, roubar-lhe a posição.

Lewis Hamilton já estava 3,90 segundos atrás de Verstappen quando parou na volta 20 e colocou pneus médios novos. A parada não foi das mais rápidas. Porém, mesmo se tivesse sido melhor, não seria o suficiente para roubar a posição. A Red Bull percebeu e marcou bem a situação: Max parou na volta seguinte e voltou 2,79 segundos à frente. 

Hamilton tinha esperança de vitória.
Hamilton tinha esperança de vitória.
Foto: Twitter

A Mercedes manteve Bottas na pista para tentar atrapalhar Verstappen, mas o holandês vinha em um ritmo mais cauteloso para não acabar com os pneus. Para fazer a estratégia funcionar, Hamilton forçou o ritmo e conseguiu se manter em uma média de 1,5 segundos do holandês entre as voltas 22 e 29.

Na volta 29, Verstappen se aproximou de Bottas, que já estava sem pneus. O finlandês bem que tentou se manter à frente o máximo possível para permitir a chegada de Hamilton. Porém, no final da volta 30, Verstappen entrou no vácuo da Mercedes 77 na inclinada curva 14 e passou na reta, quebrando todo o planejamento feito pela turma de Toto Wolff. Bottas abriu caminho também para Hamilton, fez sua parada e deixou de ser uma ameaça para a Red Bull.

Um dos problemas de uma pista curta é que os líderes chegam facilmente nos retardatários. No caso da F1, isto se torna ainda pior pela discrepância entre os carros. Verstappen e Hamilton pegaram vários deles nas voltas seguintes, mas a Red Bull se livrou do problema mais facilmente. Na volta 37 veio a ordem dos boxes do holandês para aumentar o ritmo. Talvez, neste momento, a Mercedes tenha perdido definitivamente a corrida.

Na volta 39, com Max 2,5 segundos à frente. Na volta seguinte, a Mercedes deu a ordem para Hamilton parar, antecipando a manobra. A diferença já estava em 3 segundos e, na ânsia de dar a Hamilton uma chance de roubar a liderança em um undercut, a Mercedes o mandou de volta à pista com tráfego à frente e Russell (Williams) e Ricciardo (McLaren) atrapalharam a volta seguinte do heptacampeão.

Ainda assim, a Mercedes não esperava uma resposta rápida da Red Bull. Talvez os alemães acreditassem que, como no GP da Espanha deste ano, os taurinos não tinham pneus médios disponíveis. Se parassem, teriam só duros ou macios. Naquela ocasião, optaram por não parar e restou a Max rezar para que algo o salvasse. O que não aconteceu.

Mas duas coisas eram diferentes nesse GP: O ritmo da Red Bull era mais forte do que o da Mercedes e os pneus duros tinham bom rendimento, como provavam os carros da Ferrari que mantinham bom ritmo com este composto. 

Red Bull soube reagir às dificuldades.
Red Bull soube reagir às dificuldades.
Foto: Twitter

Bastou uma volta para se comprovar o acerto da escolha fa Red Bull. Daí em diante, foi só uma questão de gerenciamento. Hamilton chegou a se aproximar entre as voltas 54 e 58, reduzindo a diferença para 1s5 quando Max se atrasou na negociação de ultrapassagem em cima de Vettel (Aston Martin), que disputava posição com Giovinazzi (Alfa Romeo). Mas na volta 61, a diferença já estava em 4 segundos, por causa do desgaste dos pneus (médios) de Hamilton.

Para delírio da torcida, Verstappen recebeu a bandeirada na primeira posição. A Hamilton restou a volta mais rápida, que quase perdeu para o próprio companheiro de equipe. A Mercedes tinha parado o finlandês na volta 67, após ele reclamar de vibrações nos pneus, e pediu que ele não tentasse fazer a volta mais rápida, que naquele momento era de Hamilton e lhe garantia um ponto a mais.

Mas na volta 69, mesmo sem querer, Bottas acabou fazendo a melhor volta, mesmo tirando o pé na última parte da pista. O erro do finlandês forçou a Mercedes a parar Hamilton na volta 70 e lhe deu pneus macios para que ele fizesse a melhor volta, o que ele conseguiu na última passagem. 

Resumo da ópera: ficou claro que a Mercedes usou todas suas armas contra o forte ritmo da Red Bull, mas Max Verstappen e a equipe sempre tiveram respostas ágeis e eficientes, deixando os dois lugares restantes do pódio para a equipe alemã. A diferença do campeonato, que estava três pontos a favor de Hamilton, agora está três pontos a favor de Verstappen (224,5 pontos contra 221,5).

Análise do GP da Holanda com Lito, Priscila e Quintanilha:
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