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Hamilton e Verstappen: quando a esperteza é grande...

A F1 trabalha no limite da regra. Mas, muitas vezes, a esperteza excessiva pune

13 nov 2021 - 09h17
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Verstappen e Hamilton a briga das pistas também nas regras
Verstappen e Hamilton a briga das pistas também nas regras
Foto: Sebastian Kawka / Mercedes AMG

No esporte a motor, as regras geralmente tem seu limite testado sempre. Na F1, não é diferente. Quantas vezes não vimos casos de regras serem quebradas por interpretações "marotas" de regulamento? É caso para outra coluna...

Mas o primeiro dia do GP do Brasil foi um prato cheio para os dublês de técnicos e advogados. O primeiro ato da peça se dá com a convocação de Lewis Hamilton e a Mercedes para conversar sobre o acionamento do DRS após o treino classificatório para a Sprint Race.

Alegaram os técnicos da FIA que o DRS do carro 44 não respeitava o limite máximo da abertura do elemento da asa traseira, que é de 85mm (ou 8,5 cm). Este ponto está no item 3.6.3 do Regulamento Técnico e seu esclarecimento veio em uma das famigeradas "Diretrizes Técnicas" da FIA, que ficam somente para consumo interno das equipes e podem ser posteriormente incorporadas às regras.

Ora, se o elemento abria mais do que permitido, dava maior vantagem nos trechos de alta. Quanto mais aberta a asa, menos arrasto, menos resistência do ar e maior velocidade. Porém, como a FIA descobriu isso? Ora, a versão corrente em Interlagos e que ganhou as redes é que Adrian Newey e Paul Monaghan,  Diretor Técnico e Chefe de Engenharia da Red Bull respectivamente, foram um pouco antes do treino de classificação "indicar" algo de curioso" no DRS da Mercedes. Ato contínuo, houve a chamada.

A discussão levou um tempo e os comissários decidiram desmontar e lacrar a asa e tomar uma decisão final no sábado pela manhã. Acabou aqui, certo? Asa fora de medida, Hamilton punido... Sabe de nada, inocente!

Max Verstappen, que está na liderança do campeonato, ao final do treino, encostou na asa traseira do carro de Hamilton, como se estivesse verificando. As imagens também correram as redes e o piloto do carro 33 também foi chamado para conversar, pois teria descumprido a regra de parque fechado, onde os carros só podem ser tocados ou mexidos com autorização. (Artigo 2.5.1 do Regulamento Esportivo Internacional).

A punição pode ir de puxão de orelha à desclassificação (uma reprimenda é mais provável). O fato é que, querendo ser esperto, Verstappen acabou por dar o motivo que a Mercedes queria para se livrar da punição. Afinal, quem pode provar que o toque do Max não pode ter afetado a peça? E a regra do parque fechado fica como?

Eis o famoso caso em que "a esperteza quando é grande demais, come o esperto". Em uma disputa tão grande como essa, a vitória nem sempre vem da pista....

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