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Fórmula E: aposta que ainda não vingou

Muitas montadoras, pilotos experientes, tecnologia de ponta. O que falta para a Fórmula E ser um sucesso junto ao público?

27 mai 2021 - 11h05
(atualizado às 11h52)
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Os carros da Fórmula E registraram tempos inferiores aos dos F2 e dos Freca em Mônaco.
Os carros da Fórmula E registraram tempos inferiores aos dos F2 e dos Freca em Mônaco.
Foto: F-E / Divulgação

Foi o experiente e sempre sagaz Lito Cavalcanti que fez a observação: “os carros da Fórmula Regional Europeia fizeram tempos melhores do que os da Formula E em Mônaco!”. Eu confesso que nem havia me atentado para o fato de que os bólidos da categoria-escola e da badalada competição ambientalmente correta disputariam etapas no mesmo circuito pela primeira vez neste ano.

Fui conferir a informação passada pelo companheiro e não deu outra: a melhor volta do vencedor do E-Prix de Mônaco – o português António Félix da Costa – foi feita em 1min35s173. Já na primeira corrida da Fórmula Regional Europeia (foram disputadas duas na mesma etapa), o vencedor Isack Hadjar registrou 1min29711. A segunda prova foi vencida por Zane Maloney, que fez 1min29s898 em sua volta mais rápida.

Com relação aos conjuntos propulsores, vale dizer que os carros da Freca (Formula Regional European Championship by Alpine) possuem motores de 1.8 litro turbolimentados a gasolina desenvolvidos pela Renault/Alpine, que entregam 270 cv. As rodas possuem 13” e os pneus são fornecidos pela Pirelli, tendo apenas dois tipos: para pista seca e molhada.

Os carros da Fórmula E, por sua vez, são impulsionados por motores elétricos que entregam 272 cv (no modo normal de corrida). Os pneus, fornecidos pela Michelin, têm sulcos, perfil baixo e desenho similar aos usados em automóveis de rua, enquanto as rodas são de 18”.

O experiente António Félix da Costa foi o vencedor em Mônaco na F-E.
O experiente António Félix da Costa foi o vencedor em Mônaco na F-E.
Foto: F-E e Freca / Divulgação

O peso da diferença

As grandes diferenças começam a aparecer – literalmente – na aerodinâmica, já que os F-E praticamente não contam com auxílio de asas, defletores ou saias para conseguirem melhor desempenho, enquanto um bólido da Freca traz tudo isso para garantir downforce e o melhor desempenho nas pistas.

Mas a principal desvantagem dos carros da F-E é o peso mínimo de 900 kg (carro + piloto) determinado pela organização. Na Fórmula Regional, o mínimo exigido é de 685 kg, ou seja, 215 kg a menos. Não é preciso ser piloto ou expert em Física para deduzir a diferença que todo esse peso faz. E é por isso, também, que os Fórmula E não precisam de aerofólios, pois a pesada bateria garante a aderência do carro ao piso.

Apesar do desempenho inferior, não se pode negar que a Fórmula E é muito importante em termos de tecnologia e que a categoria contribui com o desenvolvimento dos carros elétricos que vão ganhando popularidade cada vez mais – embora em velocidade bem menor no Brasil.

Também houve muita disputa nas corridas da Freca em Mônaco.
Também houve muita disputa nas corridas da Freca em Mônaco.
Foto: F-E e Freca / Divulgação

Empolga ou não?

Mas fica a dúvida: já se pode dizer que a Fórmula E é um sucesso? Se o número de seguidores nas redes sociais serve de parâmetro, então, a F-E tem muito trabalho pela frente. Eis os números: até meados de maio, a Fórmula E possuía 253 mil seguidores no Twitter, 848 mil no Instagram e 1,6 milhão no Facebook. Já a Fórmula 1 contava com 5,7 milhões de seguidores no Twitter, 13,4 milhões no Instagram e pouco mais de 10 milhões no Facebook. Claro que a Fórmula 1 tem muita mais história e tradição, mas a F-E já está em seu sétimo ano de existência.

O pior para a F-E é que até mesmo a Fórmula 2 – que não possui nem metade do prestígio – consegue superá-la no Twitter (311 mil seguidores) e ficar próximo no Instagram (554 mil), perdendo apenas no Facebook (344 mil seguidores). Para uma categoria que incentiva tanto os fãs pelas redes na internet – a ponto de dar a eles a chance de escolherem o piloto que vai dispor de potência extra durante as corridas –, o desempenho não chega a ser empolgante.

E você, acompanha as corridas da Fórmula E? Acha que a categoria já se consolidou, ou que ela ainda vai se tornar um grande sucesso? Participe, e deixe o seu comentário!

Motores turbo padronizados, dispositivos aerodinâmicos, pneus de competição... os carros da Freca são muito avançados.
Motores turbo padronizados, dispositivos aerodinâmicos, pneus de competição... os carros da Freca são muito avançados.
Foto: F-E e Freca / Divulgação
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