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F1 2022: a Pirelli muda tudo para não continuar igual

Após muitos testes e investimento, um novo comportamento é esperado na dinâmica das provas com os novos pneus

18 jan 2022 - 22h28
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Novos pneus de 18" para 2022: a F1 também depende deles para o espetáculo
Novos pneus de 18" para 2022: a F1 também depende deles para o espetáculo
Foto: Pirelli / Divulgação

Este ano não será como aquele que passou. A frase da velha marchinha de carnaval se encaixa perfeitamente para a Pirelli em relação à F1 nesta temporada de 2022. Muitas novidades e o produto entregue pelos italianos (que são controlados por chineses) faz toda a diferença na dinâmica da prova.

Dentre todo o novo pacote técnico que a categoria traz para este ano, os pneus são aqueles que terão mais mudanças em relação ao formato anterior. O que chama a atenção logo à primeira vista é a mudança do tamanho: saem os pneus 13” e entram os pneus 18”. Tal configuração deixa a F1 mais próxima do que se vê nas ruas e tentar aumentar a identificação do produto do dia-a-dia.  

O impacto desta modificação é o aumento do tamanho e a diminuição do perfil. Isso muda totalmente a dinâmica do carro. Em um cenário de uma nova configuração de carro, com menos apoio aerodinâmico na superfície, volta do efeito-solo, mais peso e suspensões novas, acaba tendo uma participação grande.

Em desenvolvimento desde 2017, a Pirelli também usou a F2 como um dos campos de provas destas modificações, já que o tamanho do pneu é o mesmo. Além disso, um extenso programa de desenvolvimento foi realizado, com muitas simulações nos laboratórios da fábrica e testes feitos com as equipes (exceção da Williams, a única a não adaptar um carro para estes pneus). Foram mais de 20.000 km e 30 tipos usados por diversos pilotos.

Em entrevistas, o responsável pelo programa da Pirelli, Mario Isola, deixou claro que a construção deste pneu é bem diferente e o foco foi dar uma melhor gestão de desgaste e controle de temperatura aos pilotos. Uma das linhas é a ampliação da faixa de funcionamento dos compostos. Anteriormente, os pneus funcionavam entre uma faixa de 85 a 140 graus Celsius e tinham um pré-aquecimento de 100 graus na frente e 80 graus trás. Para este ano, esta faixa será mais ampla e mais baixa e os cobertores funcionarão a, no máximo, 70 graus.

Além de não cederem tanto com a força aerodinâmica, os pneus funcionarão com uma temperatura menor. Com isso, em tese, a degradação deverá ser menor do que vimos nos últimos anos, mesmo com um carro mais pesado. Não à toa, Isola prevê que deveremos ter corridas com uma única parada e corridas sendo mais definidas na pista, pois os pilotos poderão andar sem se preocupar tanto em gerir os pneus.

Muitos defendem que os pneus deveriam ter um comportamento mais agressivo, se desgastando cada vez mais e com maior diferença de desempenho entre os compostos. Mas a Pirelli sempre diz que faz os pneus de maneira que o cliente pede. E as equipes participaram efetivamente deste desenvolvimento e não podem reclamar de não serem ouvidas. Entretanto, deixam aberta a possibilidade de fazer mudanças nos compostos caso seja necessário ou haja algum pedido por parte da F1.

Somente em Barcelona a partir do dia 23/02 é que teremos a real situação do comportamento. Afinal, os pneus foram para a pista em carros adaptados e somente andaram nos simuladores dos times com as condições que, em tese, encontrarão nas pistas. Não podemos esquecer que, por mais que se tenha boa intenção, os pneus serão parte crucial para que esta mudança de regras venha a funcionar como foi planejado.

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