E se a F1 2021 não tivesse Verstappen e Hamilton?
Depois de uma das temporadas mais disputadas ter terminado, podemos ver que temos uma chance de algo tão disputado quanto...
Em tempos de Doutor Estranho e sua capacidade de projetar-se por diversas existências, por que não assumir o personagem um pouco? E quem nunca imaginou possibilidades para uma temporada? Um tempo atrás, aproveitando uma provocação do amigo Roberto Taborda e com sua ajuda, se fez uma projeção de como seria a temporada de 1988 sem as McLaren.
Naquele ano, Senna e Prost venceram 15 das 16 provas. E ao fazer esta projeção, várias situações interessantes apareceram. Diante do que foi esta temporada, surgiu provocação semelhante: como seria a temporada 2021 sem Max Verstappen e Lewis Hamilton?
O grande barato deste ano foi a disputa destes dois gigantes e eles concentraram cerca de 81% das vitórias (18 de 22). Então, por que não fazer esta projeção? OK, temos que considerar que possivelmente as dinâmicas seriam diferentes, muita coisa mudaria...O argumento é válido. Mas como gostamos de ser diferentes, eis o resultado da brincadeira...
- Como dito, Hamilton e Verstappen tiveram 81% das vitórias do ano. No total, tivemos 6 vencedores diferentes, sendo um inédito: Esteban Ocon, na Hungria. Esta situação deixa 2021 como a 27ª temporada da F1 em número de diferentes triunfantes (logo atrás de 2009). A distribuição é esta:
Excluindo a dupla citada, teríamos uma situação muito mais animada, como pode ser visto aqui:
Valtteri Bottas seria o maior vencedor do ano com 9 vitórias. Perez levaria 4. E agora começa a parte mais interessante: Sainz teria suas primeiras vitórias na F1, bem como Lando Norris (Emília Romagna) e George Russell (Bélgica). Além da vitória de Ocon, a Alpine venceria com Alonso no Qatar e Charles Leclerc ganharia em Silverstone. Simplesmente 9 vencedores e seria a 3ª temporada com mais vencedores, somente atrás de 1982 (11) e 1975 (com os mesmos 9 vencedores, mas fica na frente por ter menos provas - 14).
- E o título? Bottas levaria o título. Mas teríamos uma briga bem animada por parte do ano. Eis como ficaria a situação no gráfico:
O finlandês sairia na frente, mas seria acossado primeiro por Lando Norris, que assumiria a liderança do campeonato até Portugal. Carlos Sainz e Sergio Perez também embolariam o meio de campo. Tanto que, após a vitória no Azerbaijão, o mexicano dividiria a liderança com Norris e estes teriam o espanhol 4 pontos atrás.
Perez seguraria a liderança até a Áustria. A partir da Inglaterra, Bottas conseguiria se desgarrar e manter a liderança até o final. A grande briga pelo segundo lugar seria entre os demais. Só que Norris justamente após o GP da Rússia, perder o fôlego e por pouco não seria ultrapassado por Leclerc. Perez conseguiu se manter, embora Sainz tenha uma parte final de campeonato melhor do que a do Mexicano e ficaria somente 2 pontos atrás.
Nos demais aspectos: McLaren e Alpine teriam mais uma vitória. A Ferrari voltaria a vencer, bem como a Williams, que teria George Russell levando o primeiro lugar no caótico GP da Bélgica (com direito a Nicholas Latifi em terceiro!) . E no fim de tudo, a Haas conseguiria marcar um mísero pontinho, com Mick Schumacher chegando em décimo na Hungria.
Em tese, seria uma temporada ainda mais agitada do que já tivemos este ano. Que tal um pódio Sainz, Tsunoda e Gasly em Abu Dhabi? Uma semi dobradinha Red Bull no México, com Perez em primeiro e Gasly em segundo? O curioso é que certas dinâmicas são mantidas, como a “estancada” da McLaren no final do campeonato como o crescimento da Ferrari, especialmente na segunda parte do ano. Mas, neste contexto, a parada de desenvolvimento acaba por ser fatal.
Aí poderia entrar o fator citado anteriormente: “ah, mas se fosse na realidade mesmo, não teria acontecido!” Realmente, é fato. Porém, não podemos fazer todo este tipo de projeção. Somente o Doutor Estranho mesmo...