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Depois de Sakhir e Jedá, FIA verifica bombas de combustível

Não foram só os motores da Red Bull que sofreram problemas com o sistema de combustível. A FIA olha com cuidado o que acontece

31 mar 2022 - 18h48
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Os motores ainda merecem atenção... aqui, Ferrari em Barcelona
Os motores ainda merecem atenção... aqui, Ferrari em Barcelona
Foto: @albertfabrega

Logo depois do GP do Bahrein, o sistema de combustível entrou na berlinda por conta da falha dupla da Red Bull. Até tratamos sobre este assunto aqui. Alguns dias depois, a Red Bull confirmou que se tratou de uma falha no sistema.

Este problema não foi uma exclusividade dos taurinos. Como até colocamos anteriormente, outras equipes reportaram o problema ainda na pré-temporada e a Direção de Prova autorizou que usassem 1 hora do parque fechado pós-qualificação no Bahrein para verificar a bomba primária do sistema de combustível. A McLaren procedeu a troca e não houve penalidade. 

Eis a orientação dada pela Direção de Prova em Sakhir para verificação das bombas
Eis a orientação dada pela Direção de Prova em Sakhir para verificação das bombas
Foto: FIA

Conforme diz o Regulamento Técnico da F1, uma parte do sistema de combustível é de responsabilidade da FIA. Após as dúvidas levantadas nesta área por conta da Ferrari, a FIA decidiu padronizar certas peças. Além de colocar mais um medidor de fluxo, estabeleceu que a bomba primária e a de alta pressão são especificadas pela entidade e fornecidas pela Magneti Marelli e Bosch.

Com as mudanças no combustível, este foi um ponto de atenção. Até ano passado, a gasolina da F1 poderia usar até 5,75% de etanol em sua composição. Para esta temporada, houve a mudança para o uso de 10%. Não parece muita coisa e a composição química não tem tantas mudanças em relação ao que era usado anteriormente.

Motor Ferrari da Haas nos testes no Bahrein
Motor Ferrari da Haas nos testes no Bahrein
Foto: @albertfabrega

Em entrevistas, Hywell Thomas, o novo responsável pelos motores da Mercedes, declarou que esta mudança era a maior na área desde a implantação do sistema híbrido. Além da parte de combustão, acertos foram feitos em eletrônica, refrigeração e... sistema de combustível. Afinal de contas, as equipes não queriam perder potência, já que as unidades ficarão congeladas até 2025.

Fomos correr atrás para entender o processo. Embora tenham várias possibilidades no ar, a falha na bomba de combustível é muito provável. Segundo Milton Rubinho, técnico de testes da General Motors e especialista em calibração de motores, em qualquer alteração feita no combustível, por mais que haja o ajuste de eletrônica e na queima de combustível nas câmaras de combustão, o material interno do medidor de fluxo da bomba de combustível é extremamente sensível. Então, qualquer variação na composição pode impactar o funcionamento do sistema.

Este é o esquema do sistema de combustivel. Em azul, os itens padrão da FIA
Este é o esquema do sistema de combustivel. Em azul, os itens padrão da FIA
Foto: Regulamento Técnico FIA

Outro aspecto a ser considerado é a posição onde estão localizadas as bombas. Embora tenhamos peças padrão, a localização é de cada equipe. Poderemos ter equipes investindo em colocar em áreas do carro em que a bomba não consegue funcionar a toda capacidade e assim o combustível não chega aonde deveria...

Diversos testes foram feitos em dinamômetro antes dos carros irem à pista, mas a prática nunca substitui todos os testes. Aparentemente, não foram reportados problemas na Arábia Saudita. O fato é que a FIA já contactou os fornecedores e está aproveitando as duas semanas até o GP da Austrália para poder analisar todos os dados obtidos junto às equipes para verificar se foi um caso isolado ou se pode haver uma determinação de revisão geral, além da que já houve no Bahrein, para poder garantir a confiabilidade do sistema.

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