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Conflito de gerações não preocupa nova dupla da Mercedes F1

Lewis Hamilton e George Russell acreditam que não terão problemas de relacionamento como companheiros na Mercedes a partir de 2022

10 set 2021 - 06h30
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O menino George com Lewis.
O menino George com Lewis.
Foto: Hamilton / Instagram

Ter dois pilotos do mais alto nível em uma mesma equipe dá certo? “A história já disse que sim e a história já disse que não”. A resposta é de ninguém menos que Sir Lewis Hamilton. Ele próprio, que teve como companheiros de equipes três campeões mundiais, já passou pelas duas situações. Teve um relacionamento amistoso com Jenson Button, na McLaren, mas o mesmo não se pode dizer de suas parcerias com Fernando Alonso, também na McLaren, e Nico Rosberg, na Mercedes.

George Russell ainda não é campeão de Fórmula 1, mas já demonstrou potencial para tanto. Sua recente contratação pela Mercedes para correr ao lado de Hamilton a partir do ano que vem levantou discussões sobre como será o relacionamento de ambos e como a equipe vai lidar com eventuais problemas. Os dois britânicos foram perguntados sobre o assunto nos primeiros contatos com a imprensa em Monza, às vésperas do Grande Prêmio da Itália.

Russell chega com expectativas altas e a certeza de que terá condições de mostrar seu talento na Mercedes. Segundo a Autosport, ele afirmou não ter sido contratado para ser um piloto número 2 e que terá o mesmo tratamento de Hamilton. “Isso foi deixado claro para mim”, disse aos jornalistas. “Acho que a Mercedes é sempre muito respeitosa quanto a isso, de dar aos dois pilotos as melhores oportunidades”.

Sobre o relacionamento com Hamilton, Russell demonstrou um misto de confiança em sua própria capacidade e respeito ao veterano: “naturalmente acredito em mim e tenho altas aspirações, mas sei quão duro vai ser. Lewis não é heptacampeão por acaso, e sei que vou estar em uma das posições mais privilegiadas do grid por poder estar ali e aprender com ele”.

Diferença de idade pode ajudar

Lewis Hamilton tem 36 anos e George Russell, 23. Um é heptacampeão mundial e o outro tem apenas duas temporadas completas na F1. Russell entende que essas diferenças podem ser algo positivo para o relacionamento entre eles. “Acho que essa diferença de idade e de momento de carreira ajuda. Tenho um enorme respeito por ele”, afirma o jovem piloto. Para ele, o clima de rivalidade que costuma se instalar entre companheiros não deve acontecer: “penso que o fato de ser tão mais novo e olhá-lo com admiração desde quando ainda era um piloto de kart muda essa dinâmica.”

Hamilton e Russell: amigos?
Hamilton e Russell: amigos?
Foto: F1 / Divulgação

Russell também enxerga como uma chance única de aprendizado. “De minha parte, vejo essa parceria com a Mercedes como algo de longo prazo, e acho que preciso usar o ano que vem como uma oportunidade de aprendizado, ir levando corrida a corrida e ver como me encaixo”.

Lewis Hamilton, do alto de sua experiência de 279 corridas, concorda com essa perspectiva. “Acho que sangue novo vai ser ótimo para o nosso time. E eu sou o velhinho aqui”, brincou. Em meio a elogios à nova geração de pilotos, citou ainda a importância de trazer juventude para a equipe: “vejo que vai energizar o time como um todo, o fato de saber que tem um cara mais novo chegando, que está cheio de vontade, bem orientado e vai empurrar a equipe adiante”.

Como lidar com problemas internos?

O histórico de atritos entre Hamilton e Nico Rosberg dentro da Mercedes no período em que correram juntos, de 2013 a 2016, voltou à pauta. Hamilton disse não haver receita para evitar problemas internos e mencionou a natureza muito particular do automobilismo como uma das razões para esse tipo de situação: “é um esporte bem estanho, porque é um esporte coletivo, mas também individual, e você tem esses dois campeonatos [de pilotos e de construtores]”.

O equilíbrio entre o interesse dos pilotos e da equipe é o segredo do sucesso de um time, para ele: “é diferente em cada equipe, mas é tudo uma questão de como isso é gerenciado”, afirmou. “Individualmente, você quer terminar na frente, mas, ao mesmo tempo, você tem que fazer o trabalho de levar o time para a frente. É difícil navegar entre esses interesses.”

Sobre a Mercedes em particular, Hamilton entende que a lição foi aprendida depois do período turbulento que a equipe enfrentou internamente: “gosto de pensar que passamos por isso e aprendemos com a situação, de modo que devemos estar bem encaixados para seguir adiante.”

Para Russell, não é do interesse da equipe nem dos pilotos que haja problemas de relacionamento. “A Mercedes já teve uma experiência de um clima ruim dentro da equipe, e eles deixaram bem claro que não querem que isso se repita”, afirmou à Autosport. “Eu não quero isso também. Acho que é importante que companheiros de equipe trabalhem juntos, pela equipe.”

Por fim, o jovem Russell se mostra otimista com o relacionamento que terá com Hamilton e com a Mercedes: “não vejo nenhum problema acontecendo entre nós”.

A Fórmula 1 volta à ação já nesta sexta-feira (10), com o primeiro dia de atividades do Grande Prêmio da Itália. Além da disputa acirrada pelo título, o destaque da etapa será a reedição do formato sprint, com o grid de largada definido em uma corrida curta no sábado. Esse formato estreou no GP da Inglaterra desse ano e deve ser adotado também no GP de São Paulo, em Interlagos.

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