PUBLICIDADE

Parabólica

Balanço F1 2022: Aston Martin, o sucesso que ainda não chega

A equipe inglesa esperava um 2022 melhor. Mas o AMR22 não nasceu bem e muitas peças ainda precisam se encaixar. E o extrapista é pesado...

10 ago 2022 - 23h48
Compartilhar
Exibir comentários
Vettel com o AMR22 no GP da Hungria: um casamento difícil
Vettel com o AMR22 no GP da Hungria: um casamento difícil
Foto: Aston Martin F1 / Divulgação

Nome oficial: Aston Martin Aramco Cognizant F1 Team 

Carro: AMR22 

Motor: Mercedes-AMG F1 M13 E Performance 

Pilotos: #5 Sebastian Vettel e #18 Lance Stroll  

Posição em 2022: 9º lugar (20 pontos)

A Aston Martin vinha para 2022 com mais expectativas do que 2021. Muita gente dizia que faltava dinheiro e estrutura para que a Force Índia pudesse mostrar um melhor desempenho. Com a entrada de Lawrence Stroll no processo, esperava-se um salto. Muita gente foi contratada e uma nova Sede está sendo construída (fica pronta no ano que vem). Mas nada funciona de uma hora para outra....

O AMR22 era o primeiro carro novo da equipe e ainda foi pensado e construído nas instalações nas cercanias de Silverstone, no que era a base inicial da Jordan. A apresentação do carro nas instalações da Aston Martin foi bem circunspecta, mas se esperava uma temporada melhor do que a anterior...

A primeira impressão e que ficou foi do tom diferente de verde, mas claro e metálico, diferenciando do AMR21. A segunda coisa que chamou a atenção foram as laterais, que mostravam uma opção por uma forma mais bojuda, tentando aproveitar o fluxo na parte de cima para direcionar para a parte de trás.

Os primeiros testes em Barcelona mostraram que muito trabalho teria que ser feito. A equipe capitaneada por Andrew Green, além de ter que lidar com o porpoising, teria que encarar o excesso de peso e um carro que não gerava tanto apoio aerodinâmico. Sebastian Vettel, indo para a sua segunda temporada com o time, já percebia que dias difíceis estavam à sua frente...

Uma novidade que vinha para este ano era a troca no comando da tropa: saía Otmar Szafnauer, indo para a Alpine, e entrava Mike Krack, vindo do comando do programa desportivo da BMW. E Martin Whitmarsh, ex-McLaren, se consolidava no papel de CEO.

Diagnosticado com COVID, Vettel não fez as duas primeiras etapas, sendo substituído por Nico Hulkemberg, o reserva preferido da F1. Lance Stroll tinha o papel de comandar o time. Este início foi de administração de danos, pois se notou que o carro não tinha ritmo nem para se posicionar no meio do pelotão. Vettel voltou na Austrália, sem ritmo. E alguns acidentes até fizeram alguns defender com veemência a sua aposentadoria.

Mas nada como um dia após o outro. Contando com uma estratégia interessante e com o AMR22 com algumas novidades, Vettel chegou em 8º e Stroll em 10º. O canadense repetiu o resultado em Miami e mostrou que valia ainda a pena lutar.

Lance Stroll e Sebastian Vettel foram para o segundo ano de parceria na Aston Martin
Lance Stroll e Sebastian Vettel foram para o segundo ano de parceria na Aston Martin
Foto: Aston Martin F1 / Twitter

Quando a F1 voltou para a Europa, a Aston Martin entrou no radar de todos em Barcelona ao aparecer com uma lateral “muito inspirada” na Red Bull. Após muita gritaria por parte dos taurinos, com ameaça de ações judiciais, a coisa se acomodou. Embora os resultados não viessem imediatamente, Vettel e Stroll reconheceram que o carro melhorou um pouco, “dando uma janela maior de acerto”.

O “acabado” Vettel obteve mais um ponto em Monaco e um ótimo 6º lugar no Azerbaijão. A Aston não tinha um bom carro em classificação, mas conseguia um bom ritmo de prova. Só que as opções para a corrida eram um pouco ousadas, bem com umas desatenções. Um exemplo? No Canadá, Vettel conseguiu um ótimo resultado no TL3 com pista molhada e se contava que seria repetido. Mas a equipe errou na calibragem dos pneus e pôs tudo a perder. Nesta mesma prova, ambos os carros estavam nos pontos, mas a equipe colocou pneus usados...Vettel foi escalado e Stroll por pouco não perde o seu pontinho de casa.

A Aston Martin veio nesta toada discreta. E achou a atenção na Hungria por conta do anúncio da aposentadoria de Sebastian Vettel. O time contava com o alemão, mas este decidiu tratar de assuntos pessoais e buscar outro rumo. Neste ponto, Vettel se tornou um personagem a parte, ao levantar questões sobre ecologia e extração de petróleo, o que não deixa de ser curioso com a equipe sendo patrocinada pela maior petroleira do mundo...

A equipe agiu logo e anunciou Fernando Alonso para seu lugar, o que gerou o maior cataclisma da F1 nas férias e vem sendo tão abordado aqui. O espanhol vem para tentar comandar este trabalho de reconstrução da Aston. Mas existe um resto de temporada a cumprir. Aparentemente, a Aston Martin quer terminar o ano do melhor jeito possível e superar o 7º lugar de 2021 nos Construtores ainda é uma marca possível.

É muito pouco para as pretensões de Lawrence Stroll, que esperava um caminho mais tranquilo para criar uma equipe vencedora na F1. Ele terá paciência para construir este caminho? E os acionistas terão paciência com ele? Os árabes chegaram através da ARAMCO (petrolífera) e agora são sócios na montadora (2º maior dono de ações)...

Parabólica
Compartilhar
Publicidade
Publicidade