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Alpine, sobre disputa Alonso x Ocon: “Demos um show aos fãs”

Otmar Szafnauer, chefe da Alpine, gostou da disputa entre seus pilotos no GP da Arábia, mas quer evitar que isso prejudique time no futuro

31 mar 2022 - 21h00
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A disputa entre os carros da Alpine foi um dos destaques do GP da Arábia Saudita
A disputa entre os carros da Alpine foi um dos destaques do GP da Arábia Saudita
Foto: Alpine / Twitter

Um dos capítulos mais interessantes do GP da Arábia Saudita foi o duelo entre os pilotos da Alpine. Ainda no primeiro stint da prova, Fernando Alonso vinha mais rápido que Esteban Ocon, mas teve que encarar dura defesa do francês para fazer a ultrapassagem. Ocon não se deu por vencido mesmo depois de ultrapassado e deu o troco, com ambos trocando de posições algumas vezes. 

Alonso levou a melhor sobre o colega, e caminhava para uma pontuação sólida até ter que abandonar com problemas no carro. Ocon foi o até o final e segurou Lando Norris até a linha de chegada para cruzar em 6º. 

A batalha, mesmo que limpa, causou um breve momento de apreensão em Otmar Szafnauer, chefe da equipe, que foi flagrado pelas câmeras levando as mãos ao rosto ao ver seus pilotos muito próximos de um toque. Apesar do susto, Otmar gostou do que viu. Em entrevista à Autosport, ele afirmou que a dupla fez o esperado, ressaltando que esse tipo de disputa é o que o público quer ver. 

“Eles fizeram exatamente o que conversamos antes da corrida. E foi bom para todo mundo. Acabou que, se o Fernando não tivesse parado, teríamos terminado em 6º e 7º. E demos aos fãs um show. Acho que é sobre isso. Você tem que deixá-los correr. Foi tudo limpo, e é o que os fãs querem ver.” 

De fato, o tempo perdido com a briga permitiu a aproximação de Valtteri Bottas e Kevin Magnussen. Durante o duelo, quando Alonso estava à frente de Ocon, a equipe notou um superaquecimento no carro do francês e pediu para que ele segurasse o ritmo. Isso acabou por custar a perda de uma posição para o finlandês da Alfa Romeo. No decorrer da prova, no entanto, Bottas abandonou e a posição foi recuperada. Mas o prejuízo poderia ser maior. 

Ocon chegou a ser atacado nas redes sociais por fãs de Alonso, que o acusaram de prejudicar o resultado da equipe ao entrar em confronto com o espanhol. As críticas não tiveram ressonância dentro da equipe, mas Otmar destacou que a facilidade com que os novos carros podem seguir os da frente facilita a vida de quem vem atrás, e isso pode ser um problema. 

“Esse é o ponto que temos que prestar atenção: perder tempo, porque é muito fácil para de se ultrapassar. Acho que é algo novo”, afirmou. Enquanto chefe de equipe, isso levanta uma dúvida em situações como a do GP da Arábia: "Quando devemos pedir para [os pilotos] pararem de se ultrapassar? Porque isso nos custa tempo. Essa é a questão.” 

Otmar, que viveu momentos tensos envolvendo pilotos de sua equipe em seus tempos de Force India, quando o mesmo Estaban Ocon vivia às turras com Sergio Perez, tem bagagem para falar sobre a questão que ele próprio levantou: “Nesse meu tempo de F1, quando estive na posição de dizer aos pilotos o que fazer, se nas 10 ou 15 voltas finais não tiver mais importância trocar posições, sem pode alcançar o pessoal da frente e sem ser alcançado pelos de trás, então que se mantenham onde estão.” No entanto, esse não era o caso da disputa das Alpine: “É muito difícil falar isso no começo da prova, porque não sabemos o que vai acontecer.” 

A briga entre Fernando Alonso e Esteban Ocon agradou o chefe, que elogiou a dupla e exaltou a lealdade da disputa. Mas, se quiserem repetir a dose, que o façam no começo das corridas. O recado está dado: “Na parte final, com 10, 15, 20 voltas para o fim, o que importa é maximizar os pontos da equipe. Se a manutenção de posições significar maximizar os pontos, então é isso que faremos.”

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