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A vez de Bottas e da Alfa Romeo na F1 pode estar chegando

O anúncio da contratação do finlandês marca um novo momento para piloto e equipe na Fórmula 1

6 set 2021 - 15h03
(atualizado às 18h08)
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É hora de rufarem os tambores para Bottas em sua nova fase pós-Mercedes.
É hora de rufarem os tambores para Bottas em sua nova fase pós-Mercedes.
Foto: Mercedes F1 / Divulgação

No início, parecia improvável. Afinal, como um piloto de Toto Wolff poderia ir para uma equipe Ferrari? E a lealdade à Mercedes?  Porém, o que era um rumor foi se transformando em possibilidade e se concretizou nesta segunda-feira, 6 de setembro: Valtteri Bottas foi anunciado pela Alfa Romeo Sauber para ser  piloto do time por "um período multianual a partir de 2022".

Depois do anúncio da aposentadoria de Kimi Raikkonen, muita gente rapidamente ligou os pontos. Ainda mais dentro do jogo de cartas que se tornou o futuro das vagas da F1 no próximo ano. Algumas dicas de que Bottas não ficaria na Mercedes-Benz surgiram já na semana passada, quando Toto Wolff declarou que já havia uma posição sobre os pilotos da Mercedes em 2022 e George Russell mal disfarçava a felicidade em declarações dizendo que já sabia onde correria no próximo ano.

Vimos aqui a dinâmica de tempos atrás se repetindo, mas com um personagem diferente. Lembram do desvelo de Wolff arranjando um bom lugar para Esteban Ocon, mesmo fora do "mundo Mercedes"? Mesmo com todo o contexto da Mercedes, o relacionamento entre os dois sempre foi muito forte e o chefe de equipe foi um dos primeiros a acreditar em Bottas. Como o próprio finlandês confiou em Wolff ao escolhê-lo como empresário.

Após uma boa campanha  na base (campeão da F-Renault, duas vezes da F3 Masters e da GP3), Wolff bancou a contratação de Bottas pela Williams, justamente quando era um dos acionistas do time. E o finlandês não decepcionou, fazendo provas satisfatórias com o carro da equipe de Grove, que iniciava seu momento de calvário.Mesmo assim, não deixou de causar certa surpresa quando o finlandês foi escolhido para assumir o posto de Nico Rosberg em 2017. Mas a ideia era ter um piloto jovem, consistente, e que pudesse impedir Lewis Hamilton de se acomodar.

Raikkonen e Bottas: a troca de guarda finlandesa na Alfa Romeo.
Raikkonen e Bottas: a troca de guarda finlandesa na Alfa Romeo.
Foto: Mercedes F1 Jiri Krenek / Divulgação

Embora muitos façam pouco caso dele, Bottas cresceu nestes anos e se consolidou como um piloto que "age em favor do time". Houve momentos, é claro, nos quais ele tentou provar que poderia ser um vencedor, mas Hamilton se impôs e restou a Bottas o papel de "batedor", para ajudar a Mercedes no campeonato de construtores.

A escolha da Alfa Romeo Sauber mostra a intenção do time tentar dar um salto à frente na virada do regulamento. Desde a vinda de Frederic Vasseur e do acordo com a Alfa Romeo, esperava-se que a equipe fosse capaz de andar no meio do pelotão e até em brigar pelo título de "melhor do resto". Mas mesmo com uma reorganização e investimentos feitos, os resultados não vieram. Até mesmo se questiona se não seria viável um aprofundamento das relações com a Ferrari ou uma mudança de ares. Um acordo com a Renault chegou a ser aventado e os boatos de uma troca para motores Mercedes já para 2022 vêm circulando com força. A vinda de Bottas poderia ser um indicativo disso, embora Toto Wolff tenha sido enfático em uma entrevista negando esta possibilidade.

Em primeira análise, é uma relação ganha-ganha: Bottas vai para uma equipe sem tanta pressão, mas terá as atenções principais inicialmente. A Alfa Romeo ganha um piloto com experiência de time grande e que pode trazer qualidade e informações. Em um momento de ruptura, a aposta é grande e pode dar certo. Um aspecto a se considerar é que Bottas não é um desconhecido para Vasseur. Ele foi seu chefe de equipe na F3 e na GP3. Então, mesmo depois de 10 anos, sabe o que o finlandês ainda tem a entregar.

Resta agora conhecer quem será o segundo piloto do time. Antonio Giovinazzi tem feito um trabalho louvável nesta temporada , porém mal vem sendo citado para permanecer. Seu trunfo é ser um piloto Ferrari. Os mais comentados são Alex Albon e Nick DeVries, também cogitados para a Williams. Por fora, corre o nome de Theo Pourchaire, francês de 18 anos recém completados. Atualmente na F2 (sexto lugar na classificação), é piloto da Academia Sauber e tido como um grande talento. O chefe da Alfa o tem em alta estima e o vê logo na F1. Uma linha que surge a seu favor seria a entrada de um "tampão" (aí caberia a permanência de Giovinazzi) e seria titular em 2023.

Que este novo casamento seja feliz e aguardemos as confirmações. Tudo indica que virá do lado da Mercedes com um certo inglês.

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