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Volkswagen revela o carro que pode matar o Gol no Brasil

O Dia D do Gol está chegando: dia 3 de fevereiro a Volks mostra seu novo CUV no Salão de Nova Déli, na Índia

31 jan 2020 - 11h26
(atualizado em 1/2/2020 às 00h25)
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Teaser do novo Volkswagen que será apresentado no Salão de Nova Déli.
Teaser do novo Volkswagen que será apresentado no Salão de Nova Déli.
Foto: VW / Divulgação

Matar o Gol? Sim, essa é a possibilidade cada vez mais concreta no horizonte da Volkswagen do Brasil. E mais um passo nesse sentido será dado na próxima segunda-feira, 3 de fevereiro, quando a marca apresenta no Salão de Nova Déli, na Índia, seu novo modelo CUV (crossover urbano). O carro que será mostrado no salão indiano não será o mesmo a ser produzido no Brasil, mas ele antecipa muito do que será o substituto do Gol.

Esta semana a Volkswagen divulgou um teaser de seu novo carro compacto. As formas não desmentem: parece um Fox, carro que a própria Volks deixou à deriva no Brasil recentemente. Trata-se de um veículo da plataforma MQB-A0 IN, ou seja, um compacto com menos de 4 metros de comprimento para o mercado indiano. Para o mercado brasileiro, a situação é muito mais complexa, pois a marca tem um verdadeiro ícone nas mãos -- o Gol, que foi líder durante 27 anos.

A atual geração do Gol e do Voyage já extrapolou seu ciclo de vida, com três facelifts. O substituto chegará em 2021/2022. Para complicar as coisas, a Volkswagen tem em seu portfólio mais um carro defasado em termos de construção, o Fox. A possibilidade mais concreta é que a empresa siga o caminho trilhado pela Renault com o Kwid, fazendo um carro compacto de entrada com características de SUV. Porém, juntos, o Gol e o Fox vendem 129,8 mil unidades/ano, ou seja: mais do que o Ford Ka (104,3 mil) e o Hyundai HB20 (101,5 mil), que são segundo e terceiro colocados no ranking de vendas.

Gol, 27 anos de glória para a Volkswagen: rumo ao fim de carreira?
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Foto: VW / Divulgação

A tendência do mercado é produzir mais CUVs, ou seja, crossovers urbanos, carros que um dia já foram chamados de aventureiros. Um exemplo de sucesso atual no Brasil é o Fiat Argo Trekking. Se matar o Gol, como se estuda em São Bernardo do Campo (SP), a Volkswagen abrirá mão também de quase 11% do mercado de sedãs de entrada, que vende 294 mil carros/ano e no qual ela concorre com o Voyage. Para além disso, a picape Saveiro, vice-líder do segmento de picapinhas, com 32%, também seria afetada. A solução seria construir a nova Saveiro baseada no Polo.

Enquanto a Volkswagen da Índia apresenta seu novo CUV e antecipa o carro que pode matar o Gol, a Volks do Brasil prepara o lançamento do Nivus, um SUV-cupê menor do que o T-Cross. Portanto, se o substituto do Gol for mesmo um CUV, ele será ainda menor do que o Nivus. Se a Volks não tivesse nas mãos um carro com tantos fãs como o Gol, que ainda é o quinto carro mais vendido do país, a decisão já teria sido anunciada. O fato é que o mercado não é mais previsível como era antes, por isso a decisão de matar o Gol talvez não tenha sido sequer tomada em definitivo.

CrossFox: as linhas são iguais às do CUV indiano, mas ele é mais alto.
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Foto: VW / Divulgação
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