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Vendas de carros importados caem 21,7% com pandemia e dólar

Alta do dólar e a pandemia de coronavírus derrubaram as vendas dos importados da Abeifa, que pede ajuda do governo. Queda no ano é de 4,4%

2 abr 2020 - 15h35
(atualizado às 15h46)
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Kia Sportage, carro-chefe da marca coreana: recuo de 23,5% nas vendas de março.
Kia Sportage, carro-chefe da marca coreana: recuo de 23,5% nas vendas de março.
Foto: Kia Motors / Divulgação

O ano já não estava fácil para as marcas de carros importados filiadas à Abeifa, devido às constantes altas do dólar em relação ao real. Com a pandemia de coronavírus, a tempestade ficou pior. O setor emplacou 2.090 unidades em março, registrando uma queda de 21,7% em relação a fevereiro. No acumulado do ano, o recuo já é de 4,4%. O primeiro trimestre terminou com 7.496 carros emplacados.

Entre as 15 marcas filiadas à Abeifa, o maior volume é da Kia Motors (1.767 carros vendidos), seguida muito de perto pela Volvo (1.662). Por coincidência, a marca sueca obteve no primeiro trimestre de 2020 exatamente o mesmo número de emplacamentos registrados no primeiro trimestre de 2019 -- portanto, não teve queda no ano. Já a Kia, que havia vendido 2.312 no ano passado, recuou 27,5%. De qualquer forma, a crise interrompe um ano que vinha sendo de crescimento da Volvo.

Com a crise devidamente instalada, o novo presidente da Abeifa, João Henrique Garbin de Oliveira (Volvo), retoma uma questão que já foi colocada várias vezes por seu antecessor, José Luiz Gandini (Kia). João Oliveira defende que “às vésperas de completar o primeiro ciclo de quarentena, no dia 7 de abril próximo, seja atendido pelo governo federal o pleito de redução da alíquota do imposto de importação, dos atuais 35% para 20%, com a finalidade de reanimar o setor, evitar o fechamento de concessionárias e, consequentemente, impedir a dispensa de parte dos 13.500 trabalhadores”.

João Oliveira, novo presidente da Abeifa: "Corremos sério risco de inviabilizar unidades produtivas".
João Oliveira, novo presidente da Abeifa: "Corremos sério risco de inviabilizar unidades produtivas".
Foto: Abeifa / Divulgação

Isso porque as projeções da entidade vão além dos 21,7% de recuo verificados em março. Segundo João Oliveira, “diante do cenário de desaceleração da economia brasileira e mundial, nos próximos meses, a Abeifa está preocupada com a própria sobrevivência dos importadores e sua rede de concessionárias e, se confirmadas as projeções de queda nas vendas de automóveis novos este ano da ordem de 40%, como indicam altos executivos de montadoras locais, corremos sério risco também de inviabilizar unidades produtivas”.

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