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Salão do Automóvel é adiado para 2021 e pode deixar SP

Anfavea confirmou que o Salão Internacional do Automóvel, agendado para novembro, foi oficialmente adiado. Um novo formato está em estudo

6 mar 2020 - 12h10
(atualizado em 11/3/2020 às 07h56)
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Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea: "Menos barulho de Brasília, menos instabilidade política, porque não é bom para o setor como um todo”.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea: "Menos barulho de Brasília, menos instabilidade política, porque não é bom para o setor como um todo”.
Foto: Pedro Kutney / Automotive Business

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) anunciou hoje que o Salão do Automóvel de São Paulo foi adiado para 2021. O evento estava programado para novembro deste ano. Porém, não existe garantia de que o evento ocorra no SP Expo ou mesmo na cidade de São Paulo. “Tudo está na mesa”, disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

Além de ser adiado, o Salão do Automóvel será totalmente remodelado. Luiz Carlos Moraes disse que o evento movimenta cerca de 620 milhões na cidade, dos quais de R$ 250 a 300 milhões são investimentos das montadoras. A Anfavea acredita que o poder público da cidade e do Estado de São Paulo também devem ser envolvidos na rediscussão dos custos do Salão do Automóvel.

Segundo Luiz Carlos Moraes, o principal ganho das montadoras é a mídia espontânea e o contato com os cerca de 700 mil visitantes do Salão, além da melhora na imagem do setor e das marcas. “Será que podemos fazer tudo isso gastando menos? É legítimo que as montadoras discutam isso”, disse.

Pela primeira vez, a Anfavea utilizou um tom de cobrança (ainda que subliminar) ao atual governo. Moraes disse que concorda com o câmbio flutuante, mas que o dólar a R$ 4,60 significa que o setor automotivo terá um custo adicional de US$ 8 bilhões em importações. Segundo ele, o custo médio por veículo (num cenário de 3 milhões de carros), será de R$ 2.600. “Defendemos o câmbio flutuante, mas está num nível acima do normal”, afirmou.

O presidente da Anfavea disse que o setor precisa de “menos barulho de Brasília, menos instabilidade política, porque não é bom para o setor como um todo”.

Sobre o PIB, tema que o presidente Jair Bolsonaro se negou a responder para os jornalistas que cobrem a Presidência da República, Luiz Carlos Moraes foi taxativo: “Nós somos do PIB real. Nós sentimos o PIB aqui. Qualquer volatilidade lá, cria instabilidade aqui”. E enfatizou: “Tem muito barulho”. Segundo o presidente da Anfavea, “nós precisamos ter um crescimento maior, acho que qualquer barulho político afeta a economia”. Numa fala crítica, acrescentou: “Temos 12 milhões de desempregados. Então precisamos de menos Brasília e mais Brasil”. 

A Anfavea também criticou o mercado financeiro por aumentar a taxa de juros ao consumidor. Segundo uma projeção mostrada por Luiz Carlos Moraes, um automóvel de R$ R$ 65 mil que seja 80% financiado em 48 meses terá uma cobrança de R$ 1.760 de IOF (3,39%) para o consumidor. O tema do IOF foi tratado com o ministro Paulo Guedes, que “ficou de analisar”. 

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