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Fiat pode ter carros baseados no conceito do Opel Corsa

Carlos Tavares, CEO da Stellantis, explica como funcionará a nova montadora que uniu Fiat, Jeep, Peugeot, Opel e várias outras marcas

19 jan 2021 - 14h55
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Opel Corsa: conceito do carro alemão poderá ajudar a reduzir custos dos carros da Fiat.
Opel Corsa: conceito do carro alemão poderá ajudar a reduzir custos dos carros da Fiat.
Foto: Stellantis / Divulgação

Em sua primeira entrevista coletiva mundial, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, disse nesta terça-feira (19), em Amsterdã, que a nova empresa poderá ajudar a Fiat ganhar eficiência na fabricação e reduzir as emissões de CO2 utilizando o conceito que foi utilizado na Europa para o novo Opel Corsa. Tavares respondeu a uma pergunta sobre a Fiat italiana e também a várias outras, feitas por jornalistas do mundo inteiro.

A busca de maior eficiência nas fábricas italianas foi um dos pontos analisados por Carlos Tavares. Segundo ele, a experiência da Stellantis com a renovação do Opel Corsa poderá ser utilizada pela Fiat. Dessa forma, alguns produtos poderão ser modificados para ganhar eficiência. Para os mercados europeu e norte-americano (EUA e Canadá), a questão ambiental é fundamental -- por isso, ainda este ano a Stellantis passará de 29 para 39 veículos eletrificados e até 2025 todos os lançamentos terão pelo menos uma versão híbrida ou elétrica.

Fruto da fusão entre a FCA e a PSA, a Stellantis passa a atuar com várias marcas de carros: Fiat, Opel, Jeep, Peugeot, Citroën, Chrysler, Dodge, DS, Ram, Alfa Romeo e Lancia. A sede da empresa fica em Amsterdã, na Holanda. Carlos Tavares disse que nenhuma fábrica será fechada e tampouco haverá demissões: “Com a Stellantis vamos poder fazer carros com preços menores , devido à economia de custos nas compras, e isso pode trazer oportunidades para algumas marcas”.

Carlos Tavares (esquerda) e John Elkann (Direita) celebram o início da Stellantis.
Carlos Tavares (esquerda) e John Elkann (Direita) celebram o início da Stellantis.
Foto: Stellantis / Divulgação

Ele disse que os líderes de cada marca devem conversar com os clientes porque “algumas marcas vão renascer”. A ideia é que as marcas sejam diferenciadas em tudo que é visível para o consumidor, podendo compartilhar componentes que não se vêem nos carros. Segundo Tavares, a fusão entre a FCA e a PSA ocorreu “não para cortar postos de trabalho e sim para economizar nos investimentos”. Assim, a Stellantis poderá enriquecer seu portfólio de produtos, com a criação de carros “que possam provocar” os consumidores.

No Brasil, há uma superposição de produtos no segmento de compactos entre os modelos da Fiat, da Peugeot e da Citroën. Para todos os mercados, a Stellantis começa a trabalhar em nove comitês, sendo que entre eles estão o Brand Review (Revisão de Marcas), o Brand Committee (Comitê de Marcas) e o Styling Review (Revisão do Design). Fiat, Peugeot e Citroën, portanto, terão posicionamentos claros e que todos reconheçam.

Tipo Cross e Panda Cross: bons carros, mas que podem ser produzidos com menor custo, utilizando o conceito e os processos usados no Opel Corsa.
Tipo Cross e Panda Cross: bons carros, mas que podem ser produzidos com menor custo, utilizando o conceito e os processos usados no Opel Corsa.
Foto: Stellantis / Divulgação

É  bastante possível que a Fiat recupere sua tradição de fazer carros com preços mais populares no Brasil, deixando para a Citroën a inovação tecnológica e para a Peugeot o posicionamento premium, inclusive sendo a porta de entrada da Stellantis no segmento de carros elétricos.

Para o Brasil e a Argentina, Carlos Tavares disse que a Stellantis não se encontra na mesma situação em que estava a Ford, portanto não haverá fechamento de nenhuma fábrica. Mas criticou o governo brasileiro. “O que aconteceu na semana passada [com a Ford] foi um alerta de que há um limite para as empresas”, disse. “Os países querem uma indústria de automóveis? Sim ou não? São os governos que precisam responder.” 

 Ele também jogou para os governos o atraso nos programas de eletrificação no Brasil e na América Latina. “Podemos fazer, temos a tecnologia. Mas podemos garantir que a eletrificação será acessível aos cidadãos? A eletrificação necessita investimentos”, afirmou . “E a eletrificação não é fácil, é complicada, é custosa. Muitos consumidores não têm capacidade aquisitiva para acessar a eletrificação.” Para o CEO da Stellantis, o excesso de normas deixa as operações mais custosas e os carros mais caros, impedindo o acesso dos consumidores.

Carlos Tavares e o mapa dos produtos da Stellantis: muitos carros no mesmo segmento.
Carlos Tavares e o mapa dos produtos da Stellantis: muitos carros no mesmo segmento.
Foto: Stellantis / Divulgação

A Stellantis tem mais de 400 mil funcionários de mais de 150 países. Para Carlos Tavares, a diversidade terá um grande valor para a empresa. A Stellantis já tem uma presença bem estabelecida em três regiões - Europa, América do Norte e América Latina - além de um potencial significativo a ser explorado em mercados importantes como China, África, Oriente Médio, Oceania e Índia. Com operações industriais em mais de 30 países, a empresa tem a capacidade de atender e superar com eficiência as expectativas dos consumidores e entregar veículos e serviços de qualidade incomparável em mais de 130 mercados.

O Conselho de Administração de 11 membros é liderado pelo Chairman John Elkann. Carlos Tavares, como CEO, lidera uma das equipes de gestão mais experientes e bem-sucedidas do setor, cuja diversidade, experiência e espírito competitivo estão entre seus principais pontos fortes. Com uma equipe forte de talentosos executivos incansavelmente comprometidos com a melhoria e inovação, a Stellantis está bem posicionada para continuar o histórico de criação de valor de suas empresas fundadoras para todos os stakeholders, guiadas por um princípio comum: desafiar o status quo.

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