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Washington quer posicionar mísseis na Ásia

3 ago 2019 - 10h04
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Um dia após se desligarem oficialmente do tratado INF, Estados Unidos afirmam querer fazer frente ao crescente poderio militar da China com envio de mísseis convencionais de alcance médio para continente asiático.Os Estados Unidos querem enviar rapidamente novos mísseis para a Ásia com o objetivo de conter o crescente poderio militar chinês na região, anunciou neste sábado (03/08) o novo secretário americano de Defesa, Mark Esper.

Mark Esper diz que primeiro tem que discutir o assunto com os aliados
Mark Esper diz que primeiro tem que discutir o assunto com os aliados
Foto: DW / Deutsche Welle

"Sim, gostaria muito de fazê-lo", declarou o novo chefe do Pentágono, depois de questionado sobre a possibilidade de os EUA enviarem para a Ásia novos mísseis de médio alcance, agora que eles não estão mais abrangidos pelo Tratado de Armas Nucleares de Médio Alcance (INF, na sigla em inglês).

Mark Esper acrescentou que os EUA gostariam de fazer isso "o mais rápido possível", em declarações ainda no avião que o levou até Sydney, a primeira etapa de uma viagem de uma semana pelo continente asiático.

Esper deixou em aberto, no entanto, onde exatamente os EUA querem estacionar os novos mísseis. Ele afirmou não querer especular sobre isso, porque "essas coisas são primeiro discutidas com os aliados."

No entanto, ele acrescentou que a China não deveria se surpreender com o plano. "Nós temos falado sobre isso há algum tempo." 80% do arsenal chinês consiste de armas que se enquadravam nas disposições do tratado INF, apontou Esper. "Não é surpresa que queiramos capacidades comparáveis."

O chefe do Pentágono disse que gostaria de falar em meses, mas admitiu que este é o tipo de matéria "que tem tendência a demorar mais do que o previsto."

O tratado INF, assinado pelos EUA e pela Rússia em 1987, chegou ao fim nesta sexta-feira depois de vigorar por mais de 30 anos, tendo sido um dos mais importantes acordos do final da Guerra Fria.

Sob o INF, pela primeira vez as superpotências concordaram em eliminar toda uma categoria de armas nucleares e submeter-se a extensas inspeções para assegurar que ambos os lados seguissem as regras do tratado.

Passadas quase três décadas da assinatura do tratado, os EUA acusaram a Rússia de descumprimento do acordo, com base em relatórios de inteligência. Washington argumentou que o míssil russo 9M729 violaria o INF. Moscou negou as alegações: com um alcance máximo de 480 quilômetros ele estaria abaixo dos limites do tratado.

CA/afp/lusa/dw

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